quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Indicador: RN tem 85,6 mil pessoas a mais na linha da pobreza

O número de pobres no Rio Grande do Norte aumentou em 2017. Conforme a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgados nesta quarta-feira, 5, a população vivendo com menos de 5 dólares por dia no Estado cresceu em 85.803 pessoas em 2017 (aumento percentual de 2,1%). A maioria delas (78.564) se concentrava em Natal, cujo aumento percentual registrado na pesquisa foi de 8,7%. A capital tinha, em 2016, cerca de 181,3 mil pessoas na linha da pobreza. No ano passado, esse número subiu para 259,8 mil, o que corresponde a 29,4% da população total da cidade. O desemprego é apontado como a principal causa desse incremento. 

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Mesmo com o fim da recessão, a pobreza continuou crescendo no ano passado em todo o Brasil. De 2016 para 2017, 2 milhões de pessoas passaram para baixo da linha de pobreza do Banco Mundial, revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2018, 54,8 milhões de brasileiros estavam abaixo dessa faixa, ou seja, tinham renda domiciliar por pessoa inferior a R$ 406 por mês.

Na prática, cerca de um quarto da população (26,5%) está abaixo da linha de pobreza do Banco Mundial, que, para países com renda média-alta, como o Brasil, considera a linha de corte de US$ 5,50 por dia por pessoa - em valores de 2011, atualizados na pesquisa do IBGE. Em 2016, 52,8 milhões de brasileiros, ou 25,7% da população, estavam nessas condições.

Os dados do IBGE confirmam que a pobreza está regionalmente localizada no Brasil. No Nordeste, 44,8% dos 57 milhões de habitantes estão abaixo da linha de pobreza. São 25,6 milhões de pessoas - a metade do total nacional - vivendo com menos de R$ 406 mensais por pessoa. Enquanto isso, no Sul, 12,8% da população de 29,6 milhões de habitantes está abaixo dessa linha. São 3,8 milhões de pessoas.

A linha de pobreza do Banco Mundial equivale a menos de um terço da renda média dos brasileiros em 2017 - R$ 1.511, considerando o rendimento médio mensal domiciliar per capita. Também há grandes desigualdades regionais. Enquanto no Nordeste a renda média foi de R$ 984, no Centro-Oeste foi de R$ 1.776, com destaque para o Distrito Federal, com rendimento médio de R$ 3.087. 

O contingente de extremamente pobres também cresceu em 2017, com 1,7 milhão de brasileiros a mais nesse grupo. No ano passado, eram 15,2 milhões de pessoas, ou 7,4% da população, vivendo abaixo da linha de extrema pobreza do Banco Mundial, equivalente a apenas R$ 140 por mês na renda domiciliar por pessoa. Em 2016, 13,5 milhões, ou 6,6% da população, estavam nessa condição. 

Transferência
Com a transferência de cerca de R$ 10,2 bilhões por mês seria possível tirar os 54,8 milhões de brasileiros que estão abaixo da linha de pobreza dessa condição, conforme cálculos do IBGE. O valor equivale a R$ 122,4 bilhões ao ano, mais ou menos quatro vezes o tamanho do orçamento anual do Bolsa Família.

O cálculo parte do “hiato de pobreza", indicador do Banco Mundial criado para medir a distância dos indivíduos da linha de pobreza. Na média, os brasileiros que vivem abaixo da linha de pobreza precisariam ampliar suas rendas em R$ 187 por mês para sair da pobreza. Em 2016, essa diferença era menor, de R$ 183 mensais.

No caso dos 15,2 milhões de brasileiros que estavam abaixo da linha de extrema pobreza em 2017, seria necessária uma transferência de renda de R$ 1,2 bilhão ao mês (R$ 14,4 bilhões por ano) para tirar todo esse contingente dessa situação. Na média, cada brasileiro extremamente pobre precisaria ampliar sua renda em R$ 77 por mês para sair dessa condição.

O IBGE alertou que esse cálculo é aproximado, “pois considera que há perfeita identificação das pessoas abaixo da linha e alocação de recursos, sem custos operacionais e sem eventuais efeitos inflacionários desse investimento".

Veja abaixo um comparativo com os números de 2016 e 2017
Pobreza no RN

39% da população do RN estava na pobreza em 2017. Em 2016, eram 36,9%; 

1.367.340 é o número correspondente ao percentual acima; 410.202 na pobreza extrema;

85.803 pessoas a mais na linha da pobreza no Estado em relação a 2016;

2,1% foi a variação registrada de 2016 para 2017 no Estado;

Pobreza em Natal
29,4% da população natalense estava na linha da pobreza em 2017. Em 2016, eram 20,7%;

259.896 é o número de habitantes da capital correspondente ao percentual acima;

78.564 pessoas a mais na linha da pobreza em Natal em relação a 2016;

8,7% foi o aumento no número de pobres somente em Natal;

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

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