sexta-feira, 11 de março de 2011

Comunidade do Jacó // Moradores convivem com risco de deslizamento

tribunadonorte.com.br

A cada chuva que cai em Natal os moradores da comunidade do Jacó, localizada próximo à Praia do Meio e as Rocas, margeada pelas ruas Miramar e Desembargador Lins Bahia, passam a conviver com o medo de deslizamentos de terra levarem suas casas. Boa parte das moradias onde vivem aproximadamente 200 famílias são localizadas próximas à encostas e já foram condenadas pela Defesa Civil municipal, que ressalta que o local é de alto risco. A prefeitura, por meio da Semdes e da Semtas está montando um plano para remoção dos moradores.

As áreas mais críticas são duas vilas - São José e Soares - construídas ao longo de escadarias que ligam a rua CGU, dentro da comunidade, até a rua Desembargador Lins Bahia. Cerca de 30 famílias moram nestas vilas, algumas tendo já abandonado suas casas devido ao perigo de desabamento.

A dona-de-casa Maria José Aquino, 37 anos, é uma das que abandonou a moradia, após quase ter a perna quebrada devido a parede do banheiro ter caído sobre ela. Entre idas e vindas, Maria José já mora no Jacó há 13 anos na mesma casa de três cômodos e afirma que a situação é mesma desde que chegou à comunidade. "O povo vai morrer e ninguém faz nada. Só chegam aqui com papel", explicou Maria, que agora está vivendo na casa da irmã, também no Jacó, com a filha.

Questionada se sairia do Jacó para viver algum outro local, Maria confirma que sim, mas com ressalvas. "Sem dúvidas eu sairia daqui se a prefeitura viesse tirar. Mas, só saio se for para um lugar tranquilo, onde não haja perigo. Já basta o que a gente passa aqui", diz.

O perigo também é constante na casa da lider comunitária Maria do Socorro Silva, 45 anos. A residência dela é ameaçada por uma construção de dois andares, localizada no seu quintal e já condenada pela Defesa Civil. "Há mais de dois anos que este prédio foi condenado e ninguém faz nada. É um perigo tanto para mim, como para os meus vizinhos" afirma. Ela ainda convive com um coletor que recebe esgoto da região de Petrópolis dentro de seu terreno, às vezes jogando os dejetos dentro de sua casa.

Fonte: Diário de Natal/Cidades

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