segunda-feira, 30 de maio de 2011

Velório das irmãs atropeladas na Bernardo Vieira comove moradores do Bom Pastor

Natal

Andrielle Mendes
Repórter

As três vítimas fatais do acidente de trânsito provocado por um ônibus desgovernado na avenida Bernardo Vieira serão sepultadas no final da tarde. Duas das vítimas, as irmãs Maria Gorete dos Santos,41, e Marluce Araújo dos Santos, 38, estão sendo veladas na igreja do Bom Pastor e serão sepultadas no cemitério Bom Pastor 2, às 16h. Isabela Cristiane Avelino de Oliveira, amiga delas, está sendo velada em casa.

Adriano Abreu
Velório das irmãs Gorete e Marluce, atropeladas pelo onibus da empresa Oceano

De acordo com o oficial de serviço de trânsito, Nilson Pequeno, um ônibus desgovernado da empresa Oceano, linha intermunicipal Extremoz/Natal, cortou o sinal vermelho, no cruzamento entre a avenida Bernardo Vieira e a Rua dos Piêgas, atingindo um Ford Fiesta, e atropelou cinco pedestres: Maria Gorete dos Santos, Marluce Araújo dos Santos, Ana Lúcia dos Santos, Isabela Cristiane Avelino de Oliveira e a pequena Larissa, de apenas dois anos.

Segundo familiares, todas tinham acabado de sair da igreja do Perpétuo Socorro, onde assistiram uma missa, e seguiam para casa, no bairro do Bom Pastor. Ana Lúcia permanece em observação no Pronto-socorro Clóvis Sarinho. Larissa não precisou ser internada. Ana Lúcia, Marluce e Gorete eram irmãs e tias de Larissa.

No velório, a sensação é que a família Dos Santos ficou menor. Ao todo, são 14 irmãos. Até o acidente, ninguém havia morrido. O técnico Francisco Jean dos Santos, 31, diz não entender o que aconteceu. “Minha irmã Ana Lúcia (uma das vítimas) ainda conseguiu ligar para meu irmão. Ele foi até lá e quando chegou se deparou com aquela cena. Ninguém sabe como isso aconteceu”, relata. A mãe deles continua em choque. O filho de Gorete, 20, permanece sedado em casa. Marluce não tinha filhos.


Pela igreja, já passaram dezenas de pessoas. A maioria acompanhou a trajetória de Gorete e Marluce, que dedicaram boa parte da vida ao serviço na igreja. As duas eram consagradas da Comunidade Católica Shalom e sempre atuaram no bairro. Há muitas crianças e adolescentes no local.


Para prestar uma última homenagem, amigos, vizinhos, parentes e curiosos rezaram um terço em volta dos dois caixões. Nos domingos, a Igreja Católica contempla os mistérios gloriosos, como a Ressurreição de Cristo e a Anseção Dele as céus, promessas que Deus deixou aos fiéis no dia da morte.


A dona de casa Simone Araújo de Macedo, 40, não tem dúvida: “elas eram um instrumento de Deus”. Simone conhecia as duas irmãs há mais de dez anos e disse que teve a vida transformada pelas suas orações. “Se hoje estou na caminhada (participando mais ativamente do serviço da igreja) é porque elas me evangelizaram”, afirma.


Mas não é só familiares e amigos de congregação que sentirão falta das duas irmãs. Pessoas simples, como o comerciante Domingos Florêncio de Lima, 55, também lamentam a perda. “Sei que todos nós vamos morrer um dia, mas a gente nunca espera que seja assim”, afirmou, referindo-se à forma trágica com que morreram.


Da porta da igreja, onde os corpos estão sendo velados, a sensação é de que o bairro do Bom Pastor parou para se desperdir de duas de suas filhas. A expectativa é ainda mais pessoas acompanhem o sepultamento, marcado para as 16, no cemitério do Bom Pastor 2.

Ônibus teria arrastado vítimas

Segundo seu Domingos, as cinco estavam no canteiro central da Avenida Bernardo Vieira, quando um ônibus em alta velocidade cortou o sinal vermelho e atingiu um veículo que seguia para a Rua dos Piêgas, arremessando-o contra todas elas. As mulheres e a criança foram lançadas na avenida e, em seguida, arrastadas pelo ônibus. “Gorete foi a que sofreu o maior impacto”, afirmou o sobrinho dela, e irmão de Larissa.

*Tribuna do Norte

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