domingo, 4 de março de 2012

Brasil avança no combate a toxinas no amendoim

O amendoim brasileiro continua vencendo a batalha contra a aflatoxina, uma toxina produzida por fungos que pode provocar danos ao sistema nevoso e até câncer primário no fígado. Segundo dados do Ministério da Agricultura, 78,05% da safra nacional 2010-2011 da leguminosa ficou dentro do limite de conformidade estabelecido. Os números, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), refletem os resultados do Programa Pró-Amendoim, que há 11 anos trabalha a autorregulamentação e a expansão do consumo do produto.

Divulgação
Boas práticas de produção, armazenagem e distribuição têm ajudado a reduzir riscos na safra

Desenvolvido e implementado pela Associação, o Pró-Amendoim apresenta números ainda mais expressivos entre seus participantes. Em amostras de produtos recolhidas e analisadas pelo programa, a taxa de conformidade foi de 86,3%. "Esses números ajudam a comprovar o sucesso do programa. Quando começamos o trabalho, em 2001, apenas 20% da safra foram aprovadas neste tipo de teste", afirma Arnaldo Micheloni Jr., vice-presidente do setor de Amendoim da Associação.

Os testes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento foram realizados pelo Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC). Foram avaliadas 57 amostras produzidas em Goiás e São Paulo, das quais 45 se mantiveram dentro do índice de conformidade estabelecido. "São anos de aprendizado e desenvolvimento em conjunto de boas práticas de produção, armazenagem e distribuição, principal objetivo da primeira fase do Pró-Amendoim", comemora Micheloni Jr.

TOXINA

De acordo com informações disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), a aflatoxina é produzida por um fungo que contamina o alimento quando este se encontra em condições de umidade e temperatura ideais. É um dos principais tipos de micotoxina existentes e seus efeitos em seres humanos e animais são incessantemente pesquisados em todo o mundo.

Em meados dos anos 50, observa o Inmetro, a Inglaterra descobriu a primeira incidência da aflatoxina em alimentos. As pesquisas começaram quando um grande número de animais de pequeno porte começou a morrer e identificou-se como causa das mortes a ração que os alimentava, a base de farelo de amendoim que era exportado pelo Brasil.

"Entre os principais efeitos à saúde humana causados pela aflatoxina estão: a hepatite do tipo B, sérios danos ao sistema nervoso e o câncer primário do fígado", explica o Instituto.

"A Organização Mundial de Saúde já concluiu que a aflatoxina pode desenvolver câncer primário no fígado do homem. Isto não significa que, ingerindo aflatoxina, a pessoa fatalmente contrairá câncer, mas sim, que existe o risco", acrescenta, informando que, no Brasil, os Ministérios da Saúde e da Agricultura e do Abastecimento possuem legislações que estabelecem limites apenas para os tipos de aflatoxina B1, G1, B2 e G2, descritas em ordem de nível de toxicidade.

*Tribuna do Norte

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