João Domingos e João Villaverde
Agência Estado
Brasília - Em queda nas pesquisas de intenção de voto para as eleições deste ano, a presidente Dilma Rousseff aproveitou o pronunciamento feito ontem em cadeia nacional de rádio e TV para anunciar um pacote de medidas com o objetivo de reverter o cenário político e acenar aos sindicatos e às classes média e baixa, que compõem a maior parte do eleitorado brasileiro. Foram três os anúncios: a correção na tabela do Imposto de Renda, o reajuste de 10% nos valores do Bolsa Família para todos os 36 milhões de beneficiários e a manutenção da política de valorização de salário-mínimo.
Lucio Tavora/Estadão conteúdo
Antes do anúncio de medidas, Dilma participou da inauguração de um residencial do Minha Casa Minha Vida em Camaçari, na Bahia
“Acabo de assinar uma medida provisória corrigindo a tabela do Imposto de Renda, como estamos fazendo nos últimos anos, para favorecer aqueles que vivem da renda do seu trabalho. Isso vai significar um importante ganho salarial indireto e mais dinheiro no bolso do trabalhador. Assinei também um decreto que atualiza em 10% os valores do Bolsa Família recebidos por 36 milhões de brasileiros beneficiários do programa Brasil sem Miséria, assegurando que todos continuem acima da linha da extrema pobreza definida pela ONU. Anuncio ainda que assumo o compromisso de continuar a política de valorização do salário-mínimo”, disse a presidente.
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Ao falar sobre a manutenção da política do salário mínimo, fez ataques indiretos a adversários que apontam a necessidade de revisão da legislação trabalhista. “Algumas pessoas reclamam que o nosso salário-mínimo tem crescido mais do que devia. Para eles, um salário-mínimo melhor não significa mais bem-estar para o trabalhador e sua família, dizem que a valorização do salário-mínimo é um erro do governo e, por isso, defendem a adoção de medidas duras, sempre contra os trabalhadores. Nosso governo nunca será o governo do arrocho salarial, nem o governo da mão dura contra o trabalhador.”
Dilma procurou ainda transmitir aos eleitores o recado de que a mudança que a população pretende ver, conforme as pesquisas apontam, só poderá ocorrer com ela. “Nosso governo tem o signo da mudança e, junto com vocês, vamos continuar fazendo todas as mudanças que forem necessárias para melhorar a vida dos brasileiros, especialmente dos mais pobres e da classe média. Continuar com as mudanças significa também continuar lutando contra todo tipo de dificuldades e incompreensões, porque mudar não é fácil, e um governo de mudança encontra todo tipo de adversários, que querem manter seus privilégios e as injustiças do passado, mas nós não nos intimidamos.”
Dentro do discurso econômico que levará para a campanha, ela procurou enfatizar ganhos de renda e geração de empregos dos últimos anos. “Quero reafirmar, antes de tudo, que é com vocês e para vocês que estamos mudando o Brasil. Vocês que estão nas fábricas, nos campos, nas lojas e nos escritórios sabem bem que estamos vencendo a luta mais difícil e mais importante: a luta do emprego e do salário. Não tenho dúvida, um país que consegue vencer a luta do emprego e do salário nos dias difíceis que a economia internacional atravessa, esse país é capaz de vencer muitos outros desafios.”
Na área da saúde, Dilma disse que o programa Mais Médicos foi viabilizado, fazendo com que, em menos de seis meses, 3.866 municípios tenham recebido 14 mil médicos. Segundo ela, os novos profissionais darão cobertura a 49 milhões de brasileiros. A presidenta disse ainda que o pacto da mobilidade urbana está investindo R$ 143 bilhões, o que permite a implantação de metrôs, veículos leves sobre trilhos, monotrilhos, BRTs, corredores de ônibus e trens urbanos.
TRIBUNA DO NORTE
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