segunda-feira, 23 de junho de 2014

Em seu 100º jogo em Copas, Brasil encara 'festa sob pressão'

BERNARDO ITRI
MARCEL RIZZO
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A BRASÍLIA

Quando aparecer na tarde desta segunda (23), pouco antes das 17h, na saída do túnel que leva ao gramado do estádio Mané Garrincha, em Brasília, a seleção estará entrando em campo pela centésima vez em uma Copa do Mundo.

Uma marca histórica –só a Alemanha tem mais jogos em Mundiais: um– e que poderia ser um confronto para celebração se já estivesse assegurada a vaga para as oitavas do Mundial do qual o time de Luiz Felipe Scolari é anfitrião.

Mas não será festivo, ao menos no início.

Estará em jogo contra Camarões a classificação, e mais do que isso, a afirmação de um grupo de jogadores.

Apesar de ainda contar com o apoio popular (neste domingo, o time deixou o hotel rumo ao estádio para treinar sob aplausos de 1.500 pessoas), o grupo passa por momento de desconfiança um ano depois de encantar na Copa das Confederações.

"Nosso objetivo é ser o primeiro do grupo e é disso que estamos indo atrás. É uma honra estar aqui [na Copa], imagina então disputar o jogo 100. Mas nada valerá sem uma boa classificação", disse o lateral Daniel Alves.

Um empate basta ao Brasil para seguir em frente e pegar Holanda ou Chile na segunda fase. Por isso que após o empate sem gols contra o México, na terça (17), o tema eliminação não foi assunto recorrente em Teresópolis (RJ), onde o time está concentrado.

Se vencer, provavelmente o Brasil será até o primeiro do Grupo A. Mas a combinação para que seja eliminado não é das mais mirabolantes e, por isso, o treinador cobrou tanto dos jogadores nos dois últimos treinos antes do confronto.

Em caso de derrota para Camarões, bastará um empate entre México e Croácia para Felipão e sua trupe darem adeus à competição.

Mexicanos e croatas jogam também nesta segunda, no mesmo horário, na Arena Pernambuco.

O Brasil pode ainda ser eliminado se perder e o México também perder, desde que a diferença de saldo de gols da derrota brasileira para a dos mexicanos seja de mais de três gols. Essa combinação é menos provável, mas não deixa os atletas tão sossegados.

"É nossa final de Copa, jogo que para nós já é um mata-mata", disse o goleiro Júlio César, o mais experiente do grupo com três Copas no currículo, duas como titular.

O LADO POSITIVO

Até a derrota pode classificar o Brasil, desde que o México vença a Croácia. Mas ter Camarões, o saco de pancadas do grupo, como adversário é o fator que mais pode dar tranquilidade aos brasileiros.

Camarões já não tem chances de chegar às oitavas. Os africanos também chegaram à Copa em crise e quase entraram em greve por mais dinheiro para jogar o Mundial.

O rival ainda estará no início do jogo sem seu principal jogador, Eto'o, que se recupera de lesão.

A classificação aliviará o início turbulento do Brasil. Com uma vitória [3 a 1 na Croácia] e um empate [0 a 0 com o México] nos dois primeiros jogos, o Brasil de Felipão teve o pior início de um Mundial desde 1978 –são oito Copas. E pela primeira vez desde 1990 não faz o terceiro jogo da fase de grupos já classificado.

A última vez que o Brasil foi eliminado na fase de grupos foi em 1966, na Copa da Inglaterra. O time venceu a Bulgária, mas perdeu de Hungria e Portugal mesmo com Pelé e Garrincha no elenco.

Treino da seleção brasileira

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Sergio Lima/Folhapress
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Fred troca de chuteiras durante o treino da seleção

Folha de São Paulo

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