"Neymar é tão importante para o Brasil quanto Messi é para a Argentina". A frase do técnico Luiz Felipe Scolari, logo após a goleada de 4 a 1 sobre Camarões na segunda-feira passada, antecipou a disputa pessoal entre os dois amigos de Barcelona, que se acentuou após os resultados de Brasil e Argentina na fase de grupos desta Copa do Mundo.
Os dois jogadores sul-americanos foram os principais nomes de suas seleções até aqui. Fecharam os três primeiros jogos dividindo a artilharia do Mundial, com quatro gols cada e média superior a um tento por partida. Marca semelhante à obtida pelo Suíço Shaqiri.
Com a ausência de Ribéry e a iminente desclassificação precoce de Cristiano Ronaldo por Portugal, Messi e Neymar poderão trilhar um caminho mais longo no duelo entre os favoritos para ganhar a 'Bola de Ouro do Mundial' como melhor jogador e 'Chuteira de Ouro', prêmio dado ao goleador da competição.
Os caras da partida
Messi foi eleito três vezes o "Man of the Match" (O Cara da Partida), a última delas no triunfo de ontem contra a Nigéria, por 3 a 2. Já o brasileiro Neymar conseguiu a façanha duas vezes. A primeira na estreia na vitória de 3 a 1 contra a Croácia; e a última na goleada de 4 a 1 sobre a seleção de Camarões.
Os dois estão sendo decisivos e os dados do site Footstats mostra bem isso, com vantagem para o brasileiro. Conforme o levantamento elaborado pelo site, o argentino de 27 anos de idade ocupou mais o lado direito do ataque; finalizou 12 vezes, sendo cinco no gol; acertou 12 de 18 dribles; fez três cruzamento certos e dois errados; e ainda realizou 11 assistências.
Por outro lado, o principal atacante brasileiro, 22 anos de idade, atuou mais pelo lado direito do campo adversário. Ele finalizou 11 vezes, acertando oito vezes o alvo; porém errou oito de nove cruzamentos; fez seis assistências; e foi bem sucedido em 13 dos 17 dribles.
Outro comparativo entre os craques diz respeito à quantidade de lançamentos. Lionel Messi acertou 50% das quatro bolas lançadas para os colegas de equipe; já Neymar Jr. Fez metade dos lançamentos do argentino, com 100% de aproveitamento.
O brasileiro Neymar ajudou mais na parte defensiva do que o amigo do Barcelona. Foram cinco desarmes, sendo três retomadas de bola bem sucedidas contra apenas duas de Lionel Messi, sendo somente uma concluída perfeitamente.
Para o editor do Blog Diário na Copa, Gustavo de Negreiros, os números indicam igualdade dos jogadores e a dependência das seleções brasileira e argentina do futebol deles. "Essa é uma comparação delicada. Brasil e Argentina têm se comportado de forma semelhante, com pouca inspiração coletiva e muita dependência dos seus craques. Na frieza dos números, o argentino foi o responsável direto pelos nove pontos da sua equipe, enquanto Neymar não conseguiu entregar as três vitórias. Mas no sentimento, o craque brasileiro tem injetado mais doses de tranquilidade ao resto do time, que tem se mostrado mais nervoso que a Argentina", avalia.
Segundo o jornalista, apesar da leve vantagem nos dados para o brasileiro, há um análise aspecto negativo nessa observação. "Neymar provoca um pouco mais a sensação de 'toca nele e vê o que acontece' do que Messi. Não considero isto um bom sinal. Significa que o resto da equipe não vêm se comportando bem", afirma Gustavo.
Ilo Santiago Jr.
Subeditor
Diário do Nordeste
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