A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou ontem, 13, que um eventual aumento de juros nas linhas de crédito que compõem o Plano Safra não irá inviabilizar a agricultura. Conforme antecipado ontem pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, Kátia negocia com o Ministério da Fazenda os detalhes do plano que determinará o tamanho do apoio governamental à safra 2015/16, que começa em julho, e trabalha para evitar uma alta forte das taxas. “Sabemos a velocidade que a agricultura responde. Estou tranquila em relação ao volume e juros que ofereceremos na próxima safra”, afirmou.
Marcelo CamargoKátia Abreu acredita que nova taxa não vai inviabilizar Plano
A fala da ministra ocorreu depois da 4ª Reunião de ministros da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que trata da cooperação entre os países do bloco no que diz respeito à agricultura e desenvolvimento agrário. A reunião teve a participação de representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e das delegações de cinco países.
Kátia Abreu ainda afirmou que antes de o Plano Safra ser anunciado, muitos estudos e produtos precisam ser avaliados. “Essa avaliação não é no sentido de tirar, mas de ampliar o apoio”, afirmou. A ministra ainda falou que o médio produtor precisa de mais informação sobre as linhas de crédito que estão disponíveis para custeio e investimento.
No encontro, a ministra defendeu uma maior união dos países que integram o BRICS na Organização Mundial do Comércio (OMC). E afirmou que na primeira semana de abril estará em Genebra e Bruxelas para falar sobre fortalecimento do organismo. Kátia afirmou que acordos sanitários e fitossanitários em organismos apropriados é o caminho a se persistir e que não se deve aceitar imposições de outros organismos considerados por ela como não adequados. “Queremos estar em dia com todos os nossos protocolos para solidificar o comércio com a Rússia”, disse. “Sobre a China estamos fechando acordo para abertura de plantas com mais agilidade, reduzindo a burocracia.”
Ela disse também que os países que formam a sigla solicitaram apoio ao Brasil na área de pesquisa e que foi apresentado a eles os objetivos do governo brasileiro em criar uma classe média no campo. Segundo a ministra, o problema dos pequenos produtores é que compram mal os insumos e vendem mal os produtos.
André Nassar
Kátia Abreu confirmou também no evento que André Nassar irá ocupar a Secretaria de Política Agrícola do ministério. Ele é fundador do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), ao lado do ex-diretor presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e atual executivo da BRF, Marcos Jank. O Icone se transformou, em 2013, em Agroicone, do qual Nassar é diretor-geral.
Entre os trabalhos do executivo e acadêmico citados no Agroicone estão o que reconheceu o etanol de cana-de-açúcar como biocombustível avançado pela Agência de Proteção Ambiental do Governo dos Estados Unidos (EPA-EUA).
Fonte: Tribuna do Norte
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