Do UOL, em Maceió
Rajadas de vento que atingiram Mossoró (281 km de Natal) na tarde do último sábado (2), segunda maior cidade do Rio Grande do Norte, causaram destruição, principalmente, na Ufersa (Universidade Federal Rural do Semi-Árido), onde prédios foram parcialmente destruídos.
O local mais atingido foi o Restaurante Universitário, que teve o telhado destruído. Por conta do incidente, o fornecimento de alimentação aos estudantes está suspenso.
Vídeos publicados na plataforma YouTube mostram objetos sendo suspensos pelos ventos. Segundo o Corpo de Bombeiros, não houve relatos de feridos.
Em nota, a universidade informou os ventos tiveram "intensidade excepcional" e citou que as imagens mostram "telhas com 10 metros de comprimento sendo arremessadas a centenas de metros do nível do solo."
"O telhado do refeitório do RU foi bastante danificado, de modo que seu uso está impossibilitado. Outras edificações também foram afetadas, como a fábrica de ração que teve parte do telhado destruído", informou.
Por conta da destruição, os estudantes da Vila Acadêmica passaram, desde esta segunda-feira (4), a receber comida em quentinhas. Em média, o local fornecia 1.300 refeições à comunidade acadêmica.
A Superintendência de Infraestrutura da Ufersa informou que ainda está fazendo um levantamento dos prejuízos.
"Com a conclusão do laudo da Superintendência de Infraestrutura, previsto ainda para essa semana, a Universidade irá buscar junto ao Ministério da Educação recursos para recuperação do Restaurante Universitário", disse.
Explicação
Segundo o professor de Meteorologia e Climatologia da Ufersa, José Espínola Sobrinho, o fenômeno ocorrido no sábado foi formado por nuvens Cumulonimbus e é comum na região do semiárido do Rio Grande do Norte.
"Esse tipo de formação tem muita energia, são nuvens que os aviões passam longe dela. E quando elas vão provocar chuva, começam com relâmpagos, trovões e vento. O que aconteceu sábado já aconteceu várias vezes este ano, já levou telhas também de outros locais. Mas esse teve intensidade, me parece, mais forte. Esse fenômeno é mais comum em regiões descampadas", afirmou.
Ainda segundo o professor, o redemoinho teve atuação apenas localizada na Ufersa e não atingiu a cidade. Como não há estação para medir a velocidade do vento dentro do campus, não se sabe a força que o vento atingiu.
"Temos uma estação que fica a 2 km daqui. Entre 16h e 17h, registrou ventos 43 km por hora, escala de Beaufort, que mede de calmaria até furacão, ela aponta para um vento forte", disse.
Apesar de redemoinhos serem frequentes e terem causado destruição, o professor diz que não há motivo para medo da população.
"Somente este ano fizemos cinco pareceres de eventos com a velocidade dos ventos. Mas não é algo preocupante porque é uma escala pequena", disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário