Da redação com BOL
Por Aliny Gama, Colaboração para UOL em Maceió
Uma mulher de 22 anos foi presa em flagrante ontem sob a acusação de ter arremessado a filha recém-nascida da janela do banheiro de seu apartamento, no 2º andar de um prédio em um condomínio em Jardins do Planalto, bairro de Mossoró (RN), a cerca de 270 km de Natal. O bebê morreu, e a mãe, que antes estava escondendo a gravidez, revelou o parto e admitiu o crime.
O fato ocorreu logo após Emilly Karoline Farias Barbalho dar à luz a uma menina que nascera prematura, após sete meses de gestação. O corpo do bebê ainda estava com o cordão umbilical quando foi encontrado por moradores que passavam pela área comum do térreo do condomínio. Eles acionaram a Polícia Militar.
O local foi periciado, e o corpo, levado para necrópsia no Itep-RN (Instituto Técnico- Científico de Perícia do Rio Grande do Norte). A causa da morte do bebê ainda não foi divulgada.
A mãe foi presa e autuada por homicídio qualificado. Ela está presa na penitenciária feminina no Centro Penal Doutor Mário Negócio, em Mossoró, aguardando decisão da Justiça. Seu advogado alega que ela sofre de depressão pós-parto e diz que pedirá a liberdade da jovem (leia mais abaixo).
O caso foi repassado hoje da Delegacia de Plantão para a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa. A polícia vai investigar se outras pessoas tiveram participação no crime.
Gravidez escondida e parto no banheiro
O delegado Evandro Santos disse que quando chegou ao local, um policial militar mostrou que havia sangue escorrendo da janela do banheiro de um dos apartamentos. Ele conversou com moradores, que disseram não saber que houvesse alguma mulher grávida lá.
O delegado foi então ao apartamento e conversou com Emilly e os pais dela, que continuaram afirmando desconhecer a origem do bebê. Entretanto, a polícia observou que a jovem estava com uma roupa folgada, com aparência de que tinha feito esforço, e que ficou nervosa diante dos questionamentos.
"Indaguei se ela estava grávida e ela negou. Levamos a suspeita para ser examinada no Itep e foi constatado que ela tinha dado à luz há pouco tempo. Mesmo assim, ela continuou negando e só confessou o crime quando chegamos na maternidade para a equipe médica examiná-la", disse o delegado, destacando que a condução da suspeita foi acompanhada pelos pais e pelo advogado dela.
Segundo o delegado, a mulher contou que escondeu a gravidez da família e do pai da criança, mas não justificou o porquê.
"Ela disse que fez o parto sozinha, que bateu a barriga na pia quando saiu do banho e logo depois sentiu vontade de urinar. Ao sentar no vaso sanitário, o bebê nasceu e não chorou. Ela relatou que, em seguida, jogou a filha pela janela por acreditar que a recém-nascida estava morta", informou o delegado. Entretanto, a necropsia constatou que o bebê estava vivo quando foi jogado pela janela.
"Depressão pós-parto", diz advogado
O advogado de Emilly, Otoniel Maia Junior, afirmou que está esperando a conclusão do inquérito para pedir um habeas corpus em favor da cliente. Ele alega que a jovem estava em "estado puerperal" quando arremessou o bebê e que ela está com "depressão pós-parto."
"Emilly teve um aborto, dá para ver que se tratava de um recém-nascido em estado puerperal, que caracteriza que ela está sofrendo de depressão pós-parto. Vamos pedir laudos com psiquiatra junto do habeas corpus", destacou o advogado. Emilly e os pais não falaram com a imprensa.
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