sábado, 4 de maio de 2019

Coreia do Norte reduz porções alimentares a 300 gramas ao dia por pessoa, diz ONU

Novos cortes ainda são prováveis após pior colheita em uma década; algumas famílias só consomem proteína algumas vezes ao ano

Da redação com O GLOBO
Por Tom Miles, Reuters
GENEBRA— A Coreia do Norte reduziu as porções alimentares a 300 gramas por dia, a menor quantidade para esta época do ano, e novos cortes são prováveis após a pior colheita em uma década, disse a Organização das Nações Unidas ( ONU ) nesta sexta-feira.

— Esta nova avaliação de segurança alimentar revelou que, após a pior colheita em dez anos, 10,1 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar grave, o que significa que não têm comida suficiente até a próxima safra. A colheita foi prejudicada por períodos de seca, ondas de calor e inundações — disse o porta-voz do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA), Herve Verhoosel.

O levantamento mostrou que a ingestão de proteína no país é muito baixa — algumas famílias só consomem proteína algumas vezes no ano.

O PMA e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que realizaram a pesquisa juntos, estão entre as poucas agências humanitárias que têm acesso à Coreia do Norte — que sofreu uma crise de fome em meados dos anos 1990 que matou até 3 milhões de pessoas.

A produção agrícola de 4,9 milhões de toneladas, a menor desde 2008-2009, criou um déficit alimentar de 1,36 milhão de toneladas no ano comercial de 2018/2019, segundo o relatório.

As 10,1 milhões de pessoas que precisam de comida incluem 7,5 milhões dos 17,5 milhões de norte-coreanos que dependem de rações do governo e 2,6 milhões de agricultores coletivos.

— As perspectivas para as primeiras colheitas de trigo e cevada de 2019 são preocupantes, e comunidades correm risco quando a temporada começar em junho. Os efeitos dos choques climáticos repetidos são agravados pela escassez de combustível, fertilizante e peças de reposição cruciais para o cultivo — explicou Verhoosel.

O PMA planeja fazer outra avaliação durante julho e agosto para entender a dimensão total da crise.

Nenhum comentário:

Postar um comentário