segunda-feira, 14 de junho de 2010
Time ideal de Dunga enfrenta sina de mudanças nas últimas nove Copas
Titular, Elano (esq) vê a sombra do coringa Daniel Alves para uma vaga no meio
Alexandre Sinato e Bruno Freitas
Em Johanesburgo (África do Sul)
O time que começa a Copa do Mundo não termina. Essa máxima vale para a seleção brasileira. Nas últimas nove edições do torneio, nunca a formação titular usada na estreia foi a mesma da última partida. A última vez que isso aconteceu foi em 1970. Pior para os 11 titulares de Dunga, que enfrentarão essa sina na África do Sul. Mais difícil do que conquistar uma cobiçada vaga é continuar na equipe.
A última geração que desfrutou de tal privilégio foi a do vitorioso grupo de 1970. Pelé, Tostão, Rivelino, Jairzinho e companhia tiveram os mesmos companheiros na goleada por 4 a 1 sobre a extinta Tchecoslováquia, na estreia, e na goleada pelo mesmo placar sobre a Itália na final.
Lesões ou opções dos treinadores proporcionam tais mudanças ao longo de uma campanha de Copa do Mundo. Em alguns casos, um jogo bastou para que o comandante desistisse do que considerava ideal. Outros demoraram mais a promover os reservas. Mas mesmo numa competição curta como o Mundial a disputa é elevada e dinâmica.
Dunga já tem seus 11 definidos. Se não apresentar nenhuma surpresa decorrente dos últimos treinos fechados, escalará o Brasil diante da Coreia do Norte, nesta terça, com: Julio Cesar; Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto Silva, Felipe Melo, Elano e Kaká; Robinho e Luís Fabiano.
Foi esse o time que Dunga treinou nos trabalhos táticos abertos à imprensa na África do Sul. Exceção feita aos poupados Juan e Julio Cesar, foi essa a equipe que venceu Zimbábue (3 a 0) e Tanzânia (5 a 1), respectivamente, nos últimos testes antes da Copa.
O comandante já avisou que não irá desistir de tal formação por causa de alguns minutos bons de uma escalação alternativa. Alega que é preciso transmitir confiança aos titulares.
No entanto, a sina das últimas nove Copas tem boas chances de se repetir na África do Sul. Alguns jogadores do time ideal estrearão sob a ameaça de fortes concorrentes. Lateral esquerda e meio-campo são posições com fortes disputas.
Michel Bastos, Felipe Melo e Elano têm a confiança de Dunga. Mas as presenças de Gilberto, Ramires e Daniel Alves como opções podem alterar o cenário. Ramires surge como a “sombra” mais poderosa do momento e em duas posições: na segunda e na terceira funções do meio-campo.
Ele desconversa. “Estou esperando como todos os jogadores, ninguém sabe ainda quem vai atuar. Mas independentemente de começar jogando ou não, vou seguir trabalhando para ajudar a seleção caso entre em campo. Cabe ao Dunga decidir. Estou pronto”, disse o meia do Benfica.
As atuações do Brasil e os resultados nos primeiros compromissos serão fundamentais para as escolhas de Dunga. A equipe estreia às 15h30 (de Brasília) desta terça diante da Coreia do Norte, no Ellis Park, depois pega Costa do Marfim (dia 20), no Soccer City, e finaliza sua participação na fase de grupos contra Portugal (dia 25), em Durban.
SELEÇÃO: MUDANÇAS EM COPAS
Alterações em relação ao time que estreou e o que foi a campo no último jogo do Mundial
2006 – ALEMANHA
Saíram: Emerson e Adriano;
Entraram: Gilberto Silva e J. Pernambucano
2002 – JAPÃO/COREIA DO SUL
Saiu: Juninho Paulista; Entrou: Kléberson
1998 – FRANÇA
Saiu: Giovanni; Entrou: Leonardo
1994 – EUA
Saíram: Ricardo Rocha e Raí;
Entraram: Aldair e Mazinho
1990 – ITÁLIA
Saiu: Mozer; Entrou: Ricardo Rocha
1986 – MÉXICO
Saíram: Casagrande e Edson;
Entraram: Muller e Josimar
1982 – ESPANHA
Saiu: Dirceu; Entrou: Toninho Cer
1978 – ARGENTINA
Saíram: Toninho, Edinho, Zico, Reinaldo e Rivelino;
Entraram: Dirceu, Nelinho, Rodrigues Neto, Jorge Mendonça e Roberto Dinamite
1974 – ALEMANHA
Saíram: Luís Pereira, Wilson Piazza, Leivinha, Rivelino, Paulo César e Nelinho;
Entraram: Zé Maria, Rivelino, Alfredo, Carpegiani,Ademir da Guia e Dirceu
1970 – MÉXICO
O mesmo time que goleou a Tchecoslováquia na estreia goleou a Itália na final, ambos por 4 a 1.
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