quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Brincadeira acaba em tragédia
Vítima chegou a ser levada para o hospital Wafredo Gurgel, em Natal, mas não resistiu aos ferimentos Foto: Eduardo Maia/DN/D.A Press
Menino de 12 anos atirou e matou irmão de 13 quando mexia no revólver do pai. Caso ocorreu em Espírito Santo
Paulo de Sousa // jpaulosousa.rn@dabr.com.br
Um estudante de 12 anos atirou acidentalmente com um revólver calibre 38 do pai e atingiu o rosto do próprio irmão, de 13 anos, que, mesmo socorrido, não sobreviveu aos ferimentos e morreu. O fato aconteceu no município de Espírito Santo, a 69km de Natal, região Agreste, por volta das 15h da segunda-feira. Segundo familiares, os garotos estavam sozinhos em casa quando brincavam com a arma. O pai pode responder por homicídio culposo.
A tia das crianças conta que, na tarde da segunda, a mãe dos meninos foi até a casa da sogra, que é vizinha, para digitar um trabalho da faculdade. O pai estava trabalhando, fazendo uma lotação. Os dois garotos ficaram sozinhos em casa. A tia afirma que o menino mais novo, muito abalado com o que aconteceu, não conseguiu explicar como encontrou a arma do pai e o que fez com o revólver para que disparasse. "A mãe ouviu o tiro e voltou para casa. Ao ver o menino baleado, o socorreu para o hospital local. Em seguida, levou o menino no carrode uma tia para Natal". A vítima foi encaminhada para o Hospital Walfredo Gurgel, mas não sobreviveu aos ferimentos. Ele morreu por volta das 17h.
Segundo a tia, toda a família ficou muito abalada após o acidente. "Tanto que nem insistimos muito para que o menino nos explicasse como aconteceu, para evitar traumas maiores". A parente diz ainda que o pai das crianças, que é seu irmão e trabalha de loteiro, alega que escondia tão bem a arma que nem mesmo lembra-se onde a teria deixado. Ela também acredita que o irmão não tinha o registro legal do revólver. "Ele tinha guardado apenas por precaução, por causa da sua profissão". O pai também encontra-se muito abalado. "Ele fica o tempo todo se culpando". O corpo do adolescente foi enterrado no cemitério da cidade, ainda na manhã de ontem.
Para o promotor da comarca de Goianinha, que também responde por Espírito Santo, André Mauro Lacerda Azevedo, a princípio, o pai das crianças pode responder pela omissão das cautelas necessárias ao guardar a arma, crime previsto no estatuto do desarmamento. "Existe a possibilidade ainda de ele responder por homicídio culposo, caso fique comprovado que a omissão e a negligência ao deixar a arma em locais de fácil acesso". Quanto à criança, o promotor acredita que não haja punição séria. "Se ele tiver até 12 anos, não cabe medida socioeducativa, mas sim de proteção e acompanhamento psicológico. Isso deverá ser feito com o apoio do Conselho Tutelar local".
Cuidados
O coronel PM Francisco Araújo Silva, comandante geral da PM, destaca alguns cuidados que devem ser tomados pelas pessoas que possuem o registro legal de armas. "Deve-se guardar em local em que nenhuma criança possa ter acesso, de preferência alto, fora do alcance delas. A munição deve ser deixada num local separado. Nunca se deve dizer a qualquer criança que existe uma arma em casa. É importante ainda que ela seja colocada em um local em que não haja risco de incêndio e sem umidade.
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Fonte: DIÁRIO DE NATAL
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