quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Rodada #26: Com Flu mais líder, briga parece restrita a três candidatos
Tricolor bate Avaí à Muricy e fica a três pontos do Corinthians, que empata com Botafogo; Raposa vence bem o Atlético-GO e cola na dupla da ponta
Por GLOBOESPORTE.COM
Rio de Janeiro
Com categoria, "Conga Conga Conga"... Os trocadilhos que a mídia costuma fazer com o sobrenome de Darío Conca são infames, cretinos, péssimos. Mas o futebol é excelente e o baixinho argentino não deve ligar. Estamos falando de um homem estoico: basta lembrar que aturou em silêncio a bizarra condição de reserva de Abedi (nos tempos em que era chamado de "pequena decepção", no Vasco, em 2007). Foi ele, mais uma vez, quem brilhou no líder Fluminense na noite de quarta-feira. Com novo gol fora de seu estilo habitual, sozinho na pequena área, aparou a bola sobrada e, feito um centroavante dos bons, selou a vitória por 1 a 0 sobre o Avaí. Aos 37 minutos do segundo tempo, salvou o Tricolor quando o tropeço com pinta e rabo de zebra já se desenhava em Volta Redonda.
- Não jogamos bem, mas é uma vitória de campeão, de time que quer brigar pelo título – comemorou o treinador Muricy, falando de duas coisas que entende - vencer sem brilho e comemorar títulos.
Com 51 pontos (três mais que o Corinthians, que tem um jogo a menos) e a sensação de dever cumprido no "Estádio da Cidadania" (apelido do Raulino de Oliveira), o Flu vai a Presidente Prudente no sábado, um dia antes das eleições.
Para enfrentar o lanterna, mas ciente de que nada se resolve de véspera. Será?
O Corinthians, que receberá o Ceará no mesmo sábado, também não jogou bem nesta rodada. Mas deve considerar o empate em 1 a 1 com o Botafogo bom negócio. E na palavra negócio não vai nenhuma insinuação pelo gol legítimo que o auxiliar Erich Bandeira e o juiz Leandro Vuaden resolveram tirar do ex-corintiano Herrera.
A torcida do time carioca, sexto colocado, com 41 pontos, ficou mais tiririca (não vai aí propaganda eleitoral...) com as duas chances cara a cara desperdiçadas nos acréscimos: na segunda delas, Loco Abreu cobrou falta rapidamente para Caio, livre, avançar, driblar o goleiro Julio Cesar, enrolar-se, dar um passeio pela meia-lua da área corintiana e tentar um gol por cobertura - enquanto o uruguaio esperava, sozinho na área, um passe que não veio.
- Nos livramos de perder - resumiu, William, capitão corintiano.
Já o Cruzeiro não deu chances ao Atlético-GO, que sonhava em sair da zona do rebaixamento: 3 a 0 sem fazer força, com direito a mais uma comemoração "pocotó, pocotó, pocotó" do maestro Montillo. (Na verdade, a brincadeira do argentino faz referência a um videogame que gostava de jogar com os ex-colegas de Universidad de Chile.) Devagarinho, o time mineiro vai encostando na dupla da ponta: está com 47 pontos, unzinho a menos que o Corinthians (que tem o tal jogo a menos).
Na Arena da Baixada, o Atlético-PR de Carpegiani bateu o Vitória com uma jogada manjada, porém eficiente: cruzamento de Paulo Baier em cobrança de falta e cabeçada do zagueiro - no caso, Rhodolfo. E o sonho da Libertadores ficou menos impossível: o Furacão é o quinto colocado, com 41 pontos (tem mais vitórias que o Botafogo), a seis do G-3.
No Olímpico, Rogério Ceni teve o raro desgosto de sofrer dois gols de André Lima e saiu ouvindo coro de "frangueiro", mesmo depois de ter convertido um pênalti. A mão mole no lance do quarto gol dos donos de casa selou o destino do goleiro do São Paulo e ajudou o Grêmio a pular para o nono lugar, com 36 pontos e a melhor campanha do segundo turno.
Na Arena Barueri, à base de chutes de longe e com algum efeito, Marcos Assunção proporcionou ao goleiro Renan uma tremenda noite infeliz. Resultado: Palmeiras 2 a 0 no Inter, que estacionou e ficou mais longe do trio da ponta. O time de Felipão, por sua vez, comemorou a terceira vitória seguida e já está em oitavo lugar, com 38.
Números da rodada
27 gols
48 cartões amarelos
4 cartões vermelhos
Neymar foi ao Rio de Janeiro na terça-feira e, como de hábito, foi notícia. Mas pelo que fez depois do jogo - compareceu a uma festa ao som do funk priápico de Mr. Catra, em ambiente com forte presença de moças que se intitulam "cachorras"... No gramado de São Januário, quem brilhou mesmo foi Eder Luis, que fez o Vasco reencontrar a vitória após seis partidas e marcou um golaço, selando o 3 a 1 cruzmaltino.
O Flamengo deveria ter respirado mais tranquilo após o 1 a 1 trazido do Serra Dourada - arrancado do Goiás, concorrente direto na luta contra a degola, graças a um golzinho de Deivid aos 45 minutos do segundo tempo. A língua de Silas, porém, botou quase tudo a perder. De cabeça quente, soltou após o jogo a frase "eu não faço gol contra", referindo-se a seu comandado Jean, que marcara para o Goiás em lance involuntário. No day after, ressaca geral, com direito a (nova) canelada do próprio zagueiro:
- Em momento algum o treinador pode expor um jogador dessa forma. Não é uma situação bacana. Agora, se ele vai continuar - o que acho que deve acontecer -, o meu trabalho, ele vai ter com a mesma dignidade - disse Jean.
O lanterna Grêmio Prudente mostrou que não quer morrer de véspera. Com técnico interino, bateu o Guarani por 4 a 2. Mesmo com seu goleiro Giovanni tendo sofrido um gol de pênalti que pode ser qualificado como frango - façanha bizarra que faz a fama de Max, quando atuava pelo Botafogo contra o Náutico, em 2007. Confira ao lado.
A sorte também continuou sendo madrasta para o Galo. No Castelão, o time que Dorival Júnior herdou de Luxemburgo colheu um 0 a 0 com o cambaleante Ceará (14º colocado) e segue como Gata Borralheira da zona de rebaixamento, com 22 pontos. Só dois pontos acima do Grêmio Prudente... Mas o próximo jogo, no sábado, contra o Atlético-GO, primeiro da zona de degola, com 26, pode levar a carruagem mineira de volta a galinheiros mais nobres.
Confira o pior e o melhor da 25ª rodada do Brasileirão
Seleção da rodada:
Fábio (Cruzeiro) - 7,0, Fagner (Vasco) - 7,5, Cláudio Caçapa (Cruzeiro) - 7,0, Rhodolfo (Atlético-PR) - 7,0 e Gabriel Silva (Palmeiras) - 6,5; Marcos Assunção (Palmeiras) - 8,0, Fabrício (Cruzeiro) - 7,0, Wesley (Grêmio Prudente) - 8,5 e Valdivia (Palmeiras) - 7,5; André Lima (Grêmio) - 7,5 e Éder Luis (Vasco) - 7,5. Técnico: Felipão (Palmeiras) - 7,5.
Selebaba da rodada:
Renan (Internacional), Diego Macedo (Atlético-MG), Jean (Flamengo), Fabão (Guarani) e Fabiano (Guarani); Kléberson (Flamengo), Corrêa (Flamengo), Andrezinho (Internacional) e Geovane (Guarani); Rafael Moura (Goiás) e Obina (Atlético-MG). Técnico: Vágner Mancini (Guarani).
O gol mais perdido:
a sorte de Bruno Mineiro é que este gol desperdiçado não fez falta ao Atlético-PR para derrotar o Vitória. A expressão de Guerrón, que fez toda a jogada pela direita e deixou o atacante na cara do gol, diz tudo. O goleiro Lee teve a sua participação salvando com a perna direita, mas na pequena área, sozinho, com a bola bem passada, não é gol que se perca, Bruno Mineiro.
A muralha:
Júlio César, do Corinthians, vem crescendo a cada rodada e mais uma vez se destacou. Herrera, que teve um gol marcado com o pé esquerdo equivocadamente invalidado pela arbitragem, não fez um gol de cabeça graças ao goleiro do Timão, que se esticou todo para tocar na bola e evitar que ela entrasse.
O golaço:
Em uma rodada de outros belíssimos gols, como o de Fagner e o de Eder Luís, para o Vasco contra o Santos, e o de Montillo, do Cruzeiro, contra o Atlético-GO, Bruno César, do Corinthians, conseguiu se sobressair com um chute colocado com a categoria dos raros. Brilhante, no ângulo do goleiro Jefferson, do Botafogo e da Seleção, que só pôde apreciar a pintura de ângulo privilegiado.
O drible:
na verdade foi uma sequência de três cortes que deixaram descadeirado o zagueiro do Inter Sorondo, que até se estatelou no chão. Uma pena que Kléber, do Palmeiras, não conseguiu terminar a belíssima jogada com um gol de placa, mas a jogada mesmo assim foi de cinema. Méritos para o goleiro Renan, que saiu muito bem do gol para impedir a obra-prima.
O erro:
o trio de arbitragem da partida entre Corinthians e Botafogo, que teve no apito Leandro Vuaden, auxiliado por Alessandro de Matos e Erich Bandeira, acabou influenciando diretamente no placar do jogo. Foram vários os equívocos, mas o impedimento (mal) marcado em lance que Herrera concluiu com precisão foi capital.
Fonte: GLOBOESPORTE.COM
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