segunda-feira, 22 de maio de 2023

Rio Grande do Norte registra menor número de informais dos últimos quatro trimestres

Das 1,3 milhão de pessoas ocupadas no estado no primeiro trimestre de 2023 (janeiro, fevereiro e março), 598 mil eram trabalhadores informais. Número leva a uma taxa de informalidade de 45,9% da população ocupada no Rio Grande do Norte, segundo IBGE

Da redação

Jornal De Fato
Por Edinaldo Moreno / Repórter do Jornal de Fato


Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNADC/T) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta semana, mostrou que o número de trabalhadores informais no Rio Grande do Norte está abaixo de 600 mil pela primeira vez dos últimos quatro trimestres. O instituto lembra que os dados são regionais e não há números relativos aos municípios.

De acordo com o último levantamento do órgão federal, das 1,3 milhão de pessoas ocupadas no estado no primeiro trimestre de 2023 (janeiro, fevereiro e março), 598 mil eram trabalhadores informais. Conforme o IBGE, o número leva a uma taxa de informalidade para o Rio Grande do Norte de 45,9% da população ocupada.

O percentual registrado no RN está acima da média brasileira, que é de 39%. As maiores taxas ficaram com Pará (59,6%), Amazonas (57,2%) e Maranhão (56,5%); e as menores, com Santa Catarina (26,1%), Distrito Federal (30,3%) e São Paulo (30,6%).

Anteriormente, o menor número de trabalhadores informais registrado no estado tinha sido no 1º trimestre de 2022 (janeiro, fevereiro e março). Neste período, o total de informais ficou em 602 mil. Já no trimestre seguinte (abril, maio e junho), a situação de informalidade foi para 638 mil, maior número registrado nos últimos cinco trimestres.

Já no terceiro trimestre de 2022 (julho, agosto e setembro) o número de trabalhadores informais caiu para 611 mil e subindo no último trimestre do ano passado (outubro, novembro e dezembro) para 618 mil.

Trabalho informal é, segundo a definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a categoria que engloba trabalhadores empregados no setor privado sem carteira assinada, empregados domésticos sem carteira assinada, empregador sem registro no CNPJ, trabalhador por conta própria sem registro no CNPJ e trabalhador familiar auxiliar.

POPULAÇÃO OCUPADA

Já o percentual da população ocupada no RN trabalhando por conta própria foi de 27,1%, enquanto os empregados foram 68,2%. O maior percentual de trabalho por conta própria era de Rondônia (37,3%) e o menor, do Distrito Federal (20,7%).

A média nacional neste mesmo índice foi de 25,8%. Entre os empregados, o percentual com carteira assinada no estado foi de 31,8%, sendo 30% destes do setor privado, 0,9% de trabalhadores domésticos e mais 0,9% de empregados celetistas do setor público.

RENDIMENTO

O rendimento médio real mensal habitual no RN caiu R$ 64,00 se comparado ao último trimestre (R$ 2.193). De janeiro a março de 2023, esse valor ficou em R$ 2.129, enquanto a média nacional foi R$ 2.880. Apesar disso, o Rio Grande do Norte aparece neste primeiro trimestre do ano como o segundo melhor rendimento do Nordeste, ficando atrás apenas do Piauí (R$ 2296).

O rendimento médio real mensal habitual em todo o país foi estimado em R$ 2.880, ficando estável frente ao 4º trimestre de 2022 (R$ 2.861) e crescendo ante o mesmo trimestre de 2022 (R$ 2.682). Em relação ao 4º trimestre de 2022, o Nordeste (R$ 1.979) foi a única região com alta, estatisticamente, significativa do rendimento, enquanto as demais permaneceram estáveis. Em relação ao 1º trimestre de 2022, houve crescimento do rendimento médio em todas as regiões.

A massa de rendimento médio mensal real de todos os trabalhos, habitualmente recebido foi estimada em R$ 277,2 bilhões, com estabilidade ante o trimestre anterior (R$ 279,5 bilhões). Frente ao 1º trimestre de 2022 (R$ 250,2 bilhões), houve expansão da massa de rendimento.

POPULAÇÃO DESOCUPADA

Vale salientar que o IBGE também divulgou dados da taxa de desocupação no território potiguar no último levantamento. De acordo com o instituto, o Rio Grande do Norte registra menor número de informais dos últimos quatro trimestres.

Segundo o IBGE, esse foi o primeiro aumento da taxa de desocupação depois de uma série de três trimestres em queda. A elevação foi de 2,2 p.p. ante o quarto trimestre de 2022 (9,9%) e de 3,0 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2022 (14,1%).

Historicamente, destaca o IBGE, esse aumento ocorre nos primeiros meses do ano, refletindo, por exemplo, o desligamento de empregados temporários contratados no fim do ano anterior, e uma maior pressão sobre o mercado de trabalho no período.

Estado registra aumento de desalentados no último trimestre

A pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também apontou que o percentual de desalentados (frente à população na força de trabalho ou desalentada) no Rio Grande do Norte cresceu em comparação com o último trimestre (janeiro, fevereiro e março).

De acordo com o último boletim, o índice chegou a 9,5%. O percentual registrado ficou bem acima da média nacional que foi de 3,5%, conferindo ao RN a 4ª posição entre os estados com mais desalentados.

Maranhão (14,3%), Alagoas (13,4%) e Piauí (13,0%) tinham os maiores percentuais de desalentados, enquanto os menores estavam em Santa Catarina (0,3%), Rondônia (0,6%) e Mato Grosso do Sul (0,7%). Se comparado ao último trimestre (7,2%), o Rio Grande do Norte teve um aumento de 2,3 p.p. em sua população desalentada nos três primeiros meses de 2023.

São considerados desalentados aqueles que não estavam trabalhando nem procuraram emprego nos últimos 30 dias, mas que declararam ter interesse e disponibilidade para trabalhar na semana em que foram entrevistados.

Entre os indisponíveis estão aqueles que, embora tenham declarado interesse em trabalhar, não teriam condições de assumir uma vaga na semana anterior à que foram entrevistados por motivos diversos, como: estudo, afazeres domésticos e cuidado de filhos ou dependentes.

Cerca de 30% dos domicílios do RN recebem Bolsa Família

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou na última pesquisa divulgada que 27% dos domicílios do Rio Grande do Norte recebem Bolsa Família. O percentual refere-se ao ano de 2022.

Ainda de acordo com o IBGE, o índice ficou bem acima do registrado nos dois anos anteriores. Em 2020, o percentual foi de 10,9% e em 2021, 14%. Considerando o Benefício de Prestação Continuada, 4,3% dos lares do RN foram contemplados com o benefício em 2022, patamar similar aos percentuais de 2020 (5,1%) e 2021 (3,3%).

O Rio Grande do Norte tem 510,5 mil contemplados pelo Bolsa Família em maio deste ano. O valor médio do benefício pago no estado é de R? 661,82 e chega a lares de todos os 167 municípios potiguares.

Quanto ao recebimento de rendimentos de outros programas sociais, 1% dos domicílios potiguares recebeu algum desses rendimentos, frente a 34,9% e 22,8% em 2020 e 2021, respectivamente.

É importante observar que, no item “outros programas sociais”, nos anos de 2020 e 2021, podem constar lares em que se recebeu tanto Auxílio Emergencial quanto Auxílio Brasil quanto Bolsa Família, devido à dificuldade da época em se diferenciar qual tipo de auxílio as famílias recebiam.

NÚMERO DE TRABALHADORES INFORMAIS NO RN NOS ÚLTIMOS CINCO TRIMESTRES

- 1º TRIMESTRE 2023 (JANEIRO, FEVEREIRO E MARÇO)

Pessoas ocupadas: 1,302 milhão
Situação de Informalidade: 598 mil

- 4º TRIMESTRE DE 2022 (OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO)

Pessoas ocupadas: 1,384 milhão
Situação de Informalidade: 618 mil

- 3º TRIMESTRE DE 2022 (JULHO, AGOSTO E SETEMBRO)

Pessoas ocupadas: 1,391 milhão
Situação de Informalidade: 611 mil

- 2º TRIMESTRE DE 2022 (ABRIL, MAIO E JUNHO)

Pessoas ocupadas: 1,377 milhão
Situação de Informalidade: 638 mil

- 1º TRIMESTRE DE 2022 (JANEIRO, FEVEREIRO E MARÇO)

Pessoas ocupadas: 1,348 milhão
Situação de Informalidade: 602

Fonte: IBGE

Nenhum comentário:

Postar um comentário