Do UOL Notícias*
Em São Paulo
O ministro da Defesa do Reino Unido, Liam Fox, insinuou em declarações à "BBC" que o chefe do Estado líbio, Muammar Gaddafi, poderia ser um dos alvos militares da coalizão.
Entrevistado pela emissora pública, Fox explicou que "há uma diferença entre o fato de que alguém seja um alvo legítimo e a decisão de passar ao ataque" porque para isto último "seria preciso levar em conta o que pode acontecer aos civis na área".
Dada a sensitividade dos países da região à operação contra as forças de Kadafi, os ajudantes de Fox apressaram-se a minimizar as declarações, explicando que o ministro quis dizer que aquele poderia ser eliminado por equívoco se estivesse perto de um alvo militar.
O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse repetidamente que "Kadafi tem que ir embora", mas outros membros do Governo de coalizão britânico esclareceram no domingo que a saída do ditador líbio não é o objetivo último da operação contra seu regime.
Míssil em prédio de Gaddafi
No domingo, um prédio administrativo do complexo residencial de Gaddafi foi atingido por um míssil e destruído no bairro de Bab el Aziziya, em Trípoli. A informação é da agência de notícias AFP, segundo a qual as forças britânicas atacaram os sistemas líbios de defesa antiaérea, revelou o ministério britânico da Defesa em Londres.
"Posso confirmar que as forças armadas britânicas participaram de outro raid coordenado contra os sistemas líbios de defesa antiaérea", declarou o general John Lorimer, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. "Pela segunda vez, o Reino Unido lança do Mediterrâneo mísseis (de cruzeiro) Tomahawk de um submarino da classe Trafalgar, como parte do plano coordenado da coalizão para aplicar a resolução do Conselho de Segurança da ONU autorizando o uso da força contra o regime de Gaddafi.
Os bombardeios acontecem horas depois de o governo líbio, por meio de um porta-voz do Exército, ter declarado hoje que o país está enfrentando "bárbara agressão armada". Ele pediu que as forças da coalizão internacional que estão intervindo no país interrompam os ataques. É o segundo anúncio de cessar-fogo feito pelas forças do regime do ditador.
“As Forças Armadas da Líbia foram instruídas a seguir um cessar-fogo a partir das 19h GMT (16h, em Brasília), em resposta ao apelo da União Africana pelo fim imediato das hostilidades", declarou um porta-voz do Exército.
O cessar-fogo foi ordenado devido ao número de civis mortos e aos edifícios destruídos devido aos confrontos entre forças leais do ditador Muammar Gaddafi e seus opositores, e também dos ataques das forças de coalizão.
Segundo o porta-voz, as Forças Armadas estão convocando todos os cidadãos líbios a participar de uma marcha pacífica entre as cidades de Trípoli e Benghazi, reduto de opositores do regime.
Rebeldes mortos
Mais de 8.000 líbios alinhados com o movimento rebelde que se levantou contra Gaddafi foram mortos na revolta contra o líder, informou no domingo um porta-voz do grupo à emissora Al Jazeera. "Nosso número de mortos e mártires ultrapassa 8.000", afirmou Abdel Hafiz Ghoga.
Ele criticou o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, pelos comentários aparentemente críticos às ações dos Estados Unidos e aliados contra a Líbia.
A Liga Árabe pediu a imposição de uma zona de restrição aérea sobre a Líbia para proteger os civis das forças de Gaddafi, mas Moussa condenou no domingo o "bombardeio de civis."
"O que está acontecendo na Líbia difere do objetivo de impor uma zona de restrição aérea, e o que queremos é a proteção de civis e não o bombardeamento de mais civis", afirmou Moussa à agência de notícias estatal egípcia.
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