NATAL
Hoje, às 14 horas do TRT, empresários e motoristas sentam para mais uma rodad de negociações que deve definir os rumos da paralisação que já completa mais de 48 horas. Ontem, o sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Natal (Seturn) questiona a quantidade de veículos que os rodoviários, em greve desde segunda-feira, têm colocado nas ruas de Natal.
Júnior Santos
Sem ônibus suficiente, passageiros aderiram ao sistema ferroviário para chegar e sair do trabalho
Os empresários acusam o Sindicato dos Rodoviários de boicotar a saída dos veículos e não cumprir o mínimo de 30% da frota de emergência nas ruas. “Eles ficam na porta das garagens impedindo que os motoristas trafeguem e com isso a maior prejudicada é a população”, diz o diretor de Comunicação do Seturn, Augusto Maranhão.
Dados do Seturn indicam que até 8h30 da manhã de ontem uma média de apenas 22% dos ônibus tinha saído às ruas para cumprir o itinerário, percentual abaixo dos 30% legalmente determinados. Na segunda-feira, o Seturn tentou ampliar para 60% a frota, mas teve o pedido negado pelo TRT. “Os empresários dos Transportes querem cumprir o que determinação da justiça, mas o Sintro está impedindo a saída dos carros, recomendando aos motoristas e cobradores não irem para as empresas e sim para a sede do sindicato, no Baldo”, diz.
Até às 8h30, dos 40 ônibus da Santa Maria que deveriam estar nas ruas, foram apenas 13, 9,75% da frota normal do horário. A Viação Riograndense, que era para sair com nove carros, conseguiu colocar seis para circular. A Nossa Senhora da Conceição, dos 28 carros esperados, apenas 19 foram para as ruas (20,35%). Já a Viasul/Transflor saiu com nove, que significa 20,76%.
A Guanabara estava rodando com 26,30% da frota, pois dos 65 que deveriam ir para as ruas, apenas 57 cumpriam o itinerário até esse horário. Já a Reunidas conseguiu colocar 27 carros na rua, que representa 28,92%. A Cidade do Natal foi a única que conseguiu colocar os 30% da frota, com 13 ônibus.
Poucos aderem aos carros de frete
Poucos motoristas resolveram aproveitar a oportunidade oferecida pela Prefeitura de Natal, através de um decreto, para atuarem como lotações nos trajetos dos ônibus, durante o período de greve. O Município permitiu que veículos de fretamento, transporte escolar, opcionais e táxis da capital explorem as linhas de transporte coletivo, cobrando a tarifa de R$ 2,20, após passar por uma vistoria da Semob. Os passageiros, contudo, não ganharam muitas opções até a manhã de ontem.
Durante meia hora na parada da Tomaz Landim, a última antes da ponte de Igapó, no sentido zona norte-centro, a reportagem da TRIBUNA DO NORTE flagrou somente um táxi, de Extremoz, oferecendo vagas de lotação para o centro de Natal, mas por um preço não confirmado. Outros veículos particulares, aparentemente realizando o mesmo serviço, também passaram em marcha lenta pelo local, mas não embarcaram ninguém.
Os próprios transportes alternativos, que foram liberados para trabalhar no mesmo trajeto dos ônibus, se dividiram. Enquanto alguns anunciavam a passagem pela Bernardo Vieira e Salgado Filho, avenidas onde normalmente esse tipo de transporte é proibido, outros preferiram manter o itinerário normal. “Se mudarmos, vamos é perder aqueles passageiros tradicionais. Então não vale a pena”, explicou um cobrador que preferiu não se identificar.
No viaduto da zona norte, a chuva e o excesso de veículos resultou em uma colisão envolvendo três automóveis, um Astra (com placas de Natal), um Corsa (Parazinho) e um Kadett (João Câmara). A batida tomou grande parte da pista e interrompeu o trânsito por aproximadamente 15 minutos, até a chegada da Polícia Rodoviária Federal. Os veículos que vinham no sentido Parque dos Coqueiros-ponte de Igapó tiveram de desviar pela marginal ao lado do viaduto e muitos deram ré para fugir do congestionamento que se formou no local, por volta das 9h30.
Segundo informações da Semob, até o final da tarde de ontem apenas três veículos de frete foram autorizados oficialmente a circular por Natal, além dos alternativos que foram liberados para fazer a mesma linha que os ônibus.
Em dias normais, os alternativos podem rodar em até 40% das linhas de ônibus, mas enquanto durar a greve, esses veículos podem fazer 100% do trajeto oficial.
*Tribuna do Norte
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