Depois de ótimo primeiro tempo, quando dominou e perdeu muitos gols, Tricolor caiu de rendimento na segunda etapa e venceu com gol contra
por Marcelo Prado
Com dois tempos completamente distintos, o São Paulo fez a lição de casa no estádio do Morumbi e venceu o Avaí por 1 a 0, em partida que abriu a disputa das quartas de final da Copa do Brasil. O Tricolor Paulista deixou o gramado com a sensação de que poderia ter definido a classificação já no duelo realizado na noite desta quarta-feira. No primeiro tempo foi absoluto em campo e abusou do direito de perder gols. Na etapa complementar, sem repetir o desempenho, o time sofreu com o crescimento do adversário e terminou a partida levando sufoco. Ao visitante restou lamentar o gol contra de Revson e tentar mudar o cenário na partida de volta, na Ressacada, na quinta-feira da próxima semana.
Com o resultado, o Tricolor joga com a vantagem do empate em Florianópolis, mas pode até perder por um gol, desde que marque fora de casa. Para o Avaí, valem dois resultados: repetir o 1 a 0 para levar a decisão para os pênaltis ou vencer por dois ou mais gols de diferença para se classificar.
Jogadores comemoram o gol contra marcado por Revson no segundo tempo do jogo do Morumbi (Foto: Vipcom)
Tricolor domina primeiro tempo e Renan salva Avaí
No primeiro tempo ficou nítida a falta que Luis Fabiano faz ao time, mesmo sem ter estreado. O São Paulo dominou o Avaí, teve maior volume de jogo, criou várias oportunidades mas, como aconteceu no primeiro tempo da semifinal contra o Santos, no último sábado, pelo Paulista, abusou do direito de perder gols, alguns cara a cara com o goleiro adversário. Quando acertou o pé, parou no inspirado goleiro Renan, da equipe catarinense.
Sem poder contar com o camisa 9, vetado pelo departamento médico, Carpegiani mais uma vez optou por Marlos. O time adiantou seu meio-campo e apostou na velocidade e na troca rápida de passes para encurralar o adversário. Ilsinho e Jean abriam pela direita, Juan e Marlos caíam pela esquerda e Dagoberto atuava mais centralizado. Isso, no entanto, mudava com o passar do tempo. Quando Dagoberto abria pela esquerda, Marlos entrava pelo meio, o mesmo ocorrendo com Jean e Ilsinho pelo outro lado. Essas quatro peças ainda tinham suporte de Casemiro, que chegava pelo meio.
Marlos tenta chutar ao gol após se livrar da marcação de Marcinho Guerreiro (Foto: Wagner Carmo/Vipcomm)
Curiosamente, a primeira chance de jogo foi do Avaí. Aos seis, William escapou em rápido contra-ataque, invadiu a área, mas chutou por cima. No mais, o time catarinense apenas se defendeu. Aos oito, Jean recebeu passe açucarado e chutou em cima da defesa adversária. Aos 17, Dagoberto invadiu a área pela esquerda e bateu de pé direito. A bola raspou a trave e saiu.
O domínio continuou absoluto e o Tricolor seguiu perdendo chances. Aos 29, Ilsinho fez bela jogada pela direita e tocou para Marlos na esquerda. O camisa 11 cruzou, Renan rebateu e, na sobra, Jean acertou a trave direita. Dois minutos depois, Miranda lançou Dagoberto, que cruzou por cima. Aos 34, Marlos arrancou pelo meio, passou por dois marcadores e deu de bandeja para Dagoberto, que parou em Renan, que mandou pela linha de fundo. Na cobrança do escanteio, Alex Silva testou no canto direito do goleiro do Avaí, que fez um milagre e evitou o gol. Aos 39, na última chance, Dagoberto recebeu na área e bateu em cima de Renan, que brilhou mais uma vez.
Vantagem com gol contra e Avaí endurece o jogo no final
Satisfeito com a produção do time, Carpegiani voltou do intervalo sem alterar a equipe. E, para alívio da torcida presente ao Morumbi, tão logo a bola rolou, saiu o gol. Aos três minutos, após cobrança de escanteio de Dagoberto, Revson foi tentar afastar o perigo e cabeceou para dentro de sua própria rede: São Paulo 1 x 0. (Reveja o gol)
A vantagem não fez a equipe diminuir o ritmo. Pelo contrário. O Tricolor seguiu atuando em alta velocidade. Aos nove, Dagoberto fez brilhante jogada individual, saiu da esquerda em velocidade, avançou pelo meio, passou por dois marcadores e rolou para Jean que, livre na área, chutou em cima de Renan, que fez mais uma grande defesa. O camisa 1 do Avaí voltou a trabalhar aos 14, em arremate de fora da área de Casemiro. O jogo era todo do São Paulo.
Dagoberto sofreu com a marcação de Acleisson durante a partida do Morumbi (Foto: Wagner Carmo/Vipcomm)
A partir dos 20 minutos, o Avaí começou a equilibrar a partida. Primeiro, Silas colocou Romano na vaga de Robson. Depois, pôs Felipe, que foi atuar como lateral-direito, na vaga de Marcinho Guerreiro. Com isso, Julinho deixou a lateral e foi para o ataque. Essas mudanças, em um primeiro instante, deram estabilidade à marcação catarinense. Juan e Jean perderam o espaço que tinham para apoiar e, pelo meio, a equipe começou a errar muitos passes.
Para melhorar esse quadro, Carpegiani chamou Rivaldo para a vaga do irregular Marlos que, quando deixou o gramado, foi muito vaiado. Depois, mudou o estilo de jogo da equipe, colocando Willian José no lugar de Ilsinho. Com isso, o time passou a ter uma referência dentro da área. De nada adiantou. O Avaí encaixou a marcação e, depois de parar de sofrer sustos, subiu o seu meio-campo e começou a assustar. No Tricolor, Miranda torceu o tornozelo e deixou o gramado para a entrada de Luiz Eduardo.
Os últimos dez minutos foram de muito nervosismo no Morumbi. O São Paulo aparentava uma tranquilidade que não condizia com o placar. Rivaldo, que entrou para valorizar a posse de bola, não fez o esperado e, com isso, a bola batia no ataque e voltava para a defesa. Aos 36, Julinho chutou e Rogério Ceni defendeu. A passividade da equipe do São Paulo causou a revolta do goleiro e capitão tricolor, que não se cansava de gritar com os companheiros. No fim, alívio pela vitória, mas a torcida não perdoou e vaiou o desempenho da equipe.
OUTROS RESULTADOS
Vasco vacila no fim e cede empate ao Atlético-PR na Arena da Baixada
Depois de estar duas vezes atrás no placar, Furacão aproveita pênalti infantil do time carioca e faz 2 a 2. Volta será dia 12, em São Januário
por GLOBOESPORTE.COM
O retrospecto na Arena da Baixada era muito ruim. Nas últimas nove partidas, o Vasco conseguiu apenas uma vitória. No décimo encontro, a impressão de que a segunda vitória iria sair. O clube carioca jogou melhor que o Atlético-PR, chegou a estar na frente em duas oportunidades, mas cedeu o empate no fim: 2 a 2 na noite desta quarta-feira, no jogo de ida pelas quartas de final da Copa do Brasil. Alecsandro e Diego Souza marcaram para o Vasco, enquanto Guerrón e Paulo Baier fizeram os gols do Furacão.
A decisão da vaga nas semifinais da competição será no dia 12, às 19h30m (de Brasília), em São Januário. Empates em 0 a 0 e 1 a 1 dão a vaga ao Vasco. Um novo 2 a 2 leva a decisão para os pênaltis. Empate em três ou mais gols dá a vaga ao Furacão. Quem vencer o confronto avança na competição.
Vasco não se intimida com pressão na Arena
A torcida do Atlético encheu a Arena da Baixada e empurrou o time desde o início. E logo no primeiro minuto o time da casa deu a impressão de que tomaria a iniciativa da partida e daria muito trabalho. Mas não foi bem assim. Mostrando personalidade, o Vasco equilibrou as ações e foi impondo seu estilo de jogo. Eder Luis aberto pela direita, aproveitando os espaços deixados por Paulinho, era a principal válvula de escape. Ele chegou a ter duas boas oportunidades, mas acabou vacilando em ambas.
Deivid tenta impedir Felipe de puxar um ataque do Vasco na Arenda da Baixada (Foto: Ag. Estado)
Chamou atenção a boa atuação de Diego Souza. O camisa 10, que estava devendo uma apresentação convincente pelo Vasco, estava mais solto em campo, arriscando dribles e chutes. Foi ele, inclusive, quem iniciou a jogada do gol vascaíno com um belo passe para Eder Luis. O atacante, desta vez, conseguiu se livrar da marcação e chutou. A bola bateu na trave e sobrou limpa para Alecsandro marcar. O atacante, na comemoração, relembrou o pai Lela, ídolo do Coritiba, rival do Furacão. Ele saiu fazendo uma careta, como fazia o pai. A arbitragem encarou como provocação, e Alecsandro foi punido com o cartão amarelo.
O gol premiou o Vasco, que fazia melhor partida. O Atlético-PR entrou apenas com Guerrón no ataque. Madson era para jogar mais encostado, aberto pelas pontas. Mas a todo momento voltava ao meio-campo para buscar jogo. Sem estar acostumado em ser a referência, Guerrón esteve em impedimento em praticamente todas as investidas ofensivas da equipe da casa. Sem opções, os donos da casa levavam perigo apenas nas jogadas de bola parada de Paulo Baier. Foi assim que, em duas oportunidades, o zagueiro Manoel assustou Fernando Prass. Na saída para o intervalo, a torcida já mostrava impaciência e xingou o time.
Atlético volta bem, Vasco iguala o jogo, mas pênalti define o empate
O segundo tempo começou como a etapa inicial. O Atlético-PR tomou a iniciativa da partida. A diferença foi que o Vasco não conseguiu equilibrar as ações. Mesmo sem organização, o Furacaão partiu para cima. De tanto insistir, acabou chegando ao gol de empate de maneira bem inusitada. Em uma bate-rebate incrível, no qual os vascaínos reclamaram de falta, o último toque foi da cabeça de Guerrón, que empurrou para o gol.
A entrada de Branquinho no lugar de Robston deu mais mobilidade ao Atlético-PR e foi determinante para a subida de produção da equipe. Além disso, acalmou a torcida, que gritou seu nome desde o gol do Vasco no primeiro tempo. Tentando corrigir a marcação, Ricardo Gomes sacou Fellipe Bastos, que já tinha cartão amarelo, e lançou Eduardo Costa, com características mais defensivas.
O jogo ficou mais equilibrado, e o Vasco finalmente pareceu acordar no segundo tempo. As investidas ofensivas do Atlético foram sendo neutralizadas, e o time passou a arriscar mais na frente. Ramon, que no primeiro tempo praticamente não atacou, passou a ser boa opção. E foi ele quem iniciou a jogada que colocou o Vasco novamente na frente. Ele cruzou para o meio da área, e a zaga cortou mal. A bola sobrou para Diego Souza soltar uma bomba sem chances para o goleiro Renan Rocha. O gol premiou a boa partida que o camisa 10 fez.
O gol abalou o Atlético-PR. O técnico Adilson Batista tentou um tudo ou nada lançando o atacante Lucas no lugar do lateral-direito Rômulo. Mas perigo mesmo só nas bolas paradas. Primeiro Paulo Baier obrigou Fernando Prass a realizar defesa milagrosa em cobrança de falta. Depois veio o golpe de misericórdia. Ramon cometeu pênalti infantil, e novamente Paulo Baier pegou a bola. Desta vez Prass não segurou, e o Atlético conseguiu o empate
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