Eunício Oliveira diz que acordo foi feito durante jantar com Temer.
Ministro da Casa Civil aumento patrimônio em 20 vezes de 2006 a 2010.
Iara Lemos
Do G1, em Brasília
O vice-presidente da República, Michel Temer,
reuniu os senadores da bancada do PMDB para
um jantar na noite desta segunda-feira (30).
(Foto: Dida Sampaio/Agência Estado)
O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) disse nesta segunda-feira (30) que a bancada do PMDB no Senado decidiu não assinar o requerimento de CPI na Casa para investigar ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Oliveira disse a jornalistas que o acordo foi firmado durante jantar nesta noite com o vice-presidente da Repúbica, Michel Temer.
Segundo o senador, o partido vai esperar uma manifestação do Ministério Público sobre a evolução patrimonial de Palocci.
“Conversamos sobre a CPI. O PMDB deve esperar a decisão do Ministério Público. O PMDB já tinha esta intenção [de não assinar], mas tinham alguns senadores que tinham a intenção. Mas ficou acordado que não vão assinar enquanto não houver manifestação do MP”, explicou Oliveira a após jantar com a bancada do PMDB no Senado e o vice, no Palácio do Jaburu, em Brasília.
De acordo com o jornal “Folha de S.Paulo”, o patrimônio do ministro cresceu 20 vezes, nos quatro anos (2006-2010) do mandato de deputado federal. Na última sexta-feira (27), o ministro entregou explicações à Procuradoria-Geral da República sobre o aumento dos bens e o Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPF-DF) informou que investiga desde a última terça-feira (24) a evolução do patrimônio de Palocci e as atividades da empresa de consultoria dele, a Projeto.
Temer recebeu senadores do PMDB para preparar a pauta do encontro da bancada com a presidente Dilma Rousseff, na quarta-feira (1). A reunião com Dilma foi anunciada depois de um encontro entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os líderes partidários do Senado na última quarta-feira. "Será um almoço de confraternização", disse o senador do Ceará.
A reunião com Lula serviu para pedir “mais entrosamento” da base com o governo da presidente Dilma Rousseff, informou o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR). No almoço com Dilma, o projeto do Código Florestal deverá ser um dos principais temas.
Ao todo, 16 senadores participaram do encontro com o vice-presidente na noite desra segunda-feira. Segundo Eunício Oliveira, a decisão dos senadores de não assinarem o requerimento da CPI contra Palloci mostra a unidade do partido. "Não há crise instalada", disse o senador.
Oposição
Diante da dificuldade de reunir assinaturas para a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar a evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, no Congresso, a oposição pode adotar a estratégia de propor uma investigação apenas no Senado, disse nesta segunda-feira (30) o líder do PSDB na Casa, Álvaro Dias (PR).
A estratégia deve ser posta em prática a partir de quarta (1), quando a oposição já terá uma análise do cenário em torno da colega de assinaturas. Para abrir uma CPI mista no Congresso, a oposição precisaria de 171 assinaturas na Câmara e de 27 assinaturas no Senado. Até esta segunda, o líder tucano tinha 18 assinaturas de senadores no requerimento. Na Câmara, no entanto, o número ainda é inferior a 100.
Atrito com Palocci
Na semana passada, durante os debates do Código Florestal na Câmara, o PMDB votou contra a orientação do governo. No dia da votação, na última terça (24),o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, conversou com Temer em nome da presidente e teria ameçado de demissão os ministros peemedebistas, conforme informou Cristiana Lôbo.
Nesta segunda-feira, Temer disse a ministros que participaram de uma reunião sobre conflitos fundiários que os atritos com o ministro estão “superados”, segundo informou uma fonte do governo.
Segundo a fonte do governo ouvida pelo G1, no mesmo dia Palocci pediu desculpas ao vice-presidente pelo tom da conversa.
*G1 Política
Nenhum comentário:
Postar um comentário