quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Petróleo Bacia potiguar tem só um lote arrematado em leilão da ANP

Poços maduros no RN não atraem empresas em leilão.

Da redação com TRIBUNA DO NORTE

O Rio Grande do Norte não se destacou na 14ª Rodada de Licitações de blocos para exploração de petróleo e gás natural da Agência Nacional do Petróleo (ANP) realizada nesta quarta-feira, 27, no Rio de Janeiro. Apesar do leilão ter batido um recorde histórico, com arrecadação de R$ 3,8 bilhões e ágio foi de 1.556,05%, somente um dos 62 blocos disponibilizados na bacia terrestre potiguar foi arrematado. 
Décio Oddone, da ANP, avaliou resultado como positivo e anunciou certame para blocos do pré-sal

A empresa carioca Geopark Brasil Exploração e Produção de Petróleo e Gás Ltda. comprou o poço POT-T-785, na região Oeste do estado, por R$ 412.500,00. O valor inicial do poço, já maduro, era de R$ 137.423,86. De acordo com dados da ANP, o investimento mínimo previsto para a bacia é de aproximadamente R$ 1,18 milhão. Os 61 blocos não vendidos, além de outros campos maduros da Bacia Potiguar, poderão ser inclusos nas próximas rodadas de leilão da ANP previstas até 2019. 

De acordo com o gestor do projeto de Petróleo, Gás e Energias do Sebrae no Rio Grande do Norte, Robson Matos, há uma probabilidade desses campos serem leiloadas no ano que vem. “A ANP já tem programada uma rodada de campos maduros em 2018 e, como temos uma grande concentração desses campos, possivelmente o estado deve entrar nessa rodada”, declarou. O presidente do Sindicato das Empresas do Setor de Petróleo, Gás e Combustíveis do RN (Sipetro), Fernando Lucena Soares, pediu mais tempo para analisar os resultados do leilão para, posteriormente, emitir opinião. 

Sobre o leilão, a ANP destacou que o “sucesso do certame reflete as mudanças regulatórias realizadas pelo Governo brasileiro, que tornaram o ambiente de negócios no País mais atraente a empresas de diferentes portes”. Na abertura do leilão, que atraiu empresas nacionais e estrangeiras, o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, afirmou que se tratava de “um dia histórico do setor de petróleo e gás no Brasil. Esse leilão representa o início da retomada de investimentos, após a maior crise que esse setor já passou no Brasil”.

Oddone lembrou que, além da 14ª Rodada, serão realizados ainda este ano dois leilões de áreas no pré-sal, outras seis rodadas até 2019 e terá início a oferta permanente de áreas. “Essas medidas atrairão centenas de bilhões de reais em investimentos, ou seja, em riquezas para a sociedade brasileira”, declarou. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou o resultado do leilão como positivo.

Na rodada desta quarta-feira, 27, foram arrematados 37 blocos para exploração e produção de petróleo e gás natural. A previsão de investimentos do Programa Exploratório Mínimo (conjunto de atividades a ser cumprido pelas empresas vencedoras na primeira fase do contrato) é de R$ 845 milhões. Ao todo, 20 empresas, originárias de oito países, participaram. Foram ofertados 287 blocos em 29 setores de nove bacias sedimentares, totalizando área de 122.615,71 quilômetros quadrados. 

Arremates
Delas, 17 arremataram blocos, sendo 10 nacionais e sete de origem estrangeira. A assinatura dos contratos está prevista para ocorrer até o dia 31 de janeiro de 2018. A área total arrematada foi de 25.011 quilômetros quadrados. Os blocos arrematados estão distribuídos em 16 setores de oito bacias sedimentares: Parnaíba, Potiguar, Santos, Recôncavo, Paraná, Espírito Santo, Sergipe-Alagoas e Campos. 

O maior bônus de assinatura foi de cerca de R$ 2,24 bilhões, oferecido pelo bloco C-M-346, da bacia de Campos, pelo consórcio formado pelas empresas Petrobras (50% - operadora) e ExxonMobil Brasil (50%). A ANP ressaltou que continua sua estratégia de diversificar áreas exploratórias no País e atrair empresas de diferentes perfis. 

Para a 14ª Rodada, foram simplificadas as normas do regime de concessão brasileiro, como a adoção da fase de exploração única e possibilidade de estendê-la por razões técnicas; retirada do conteúdo local como critério de oferta na licitação; royalties diferenciados para áreas de nova fronteira e bacias maduras com maiores riscos; e incentivos para o aumento da participação de pequenas e médias empresas. 

Bacia Potiguar
De acordo com a ANP, a porção terrestre da Bacia Potiguar é classificada como madura, ou seja, já foi densamente explorada e oferece oportunidades às empresas de pequeno e médio porte nas atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural. Em julho deste ano, a bacia produziu 48.056 barris de petróleo e 1,1 milhão de metros cúbicos de gás natural por dia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário