sexta-feira, 29 de setembro de 2017

RN é o sexto maior criador de ovinos e caprinos do país

Da redação com TRIBUNA DO NORTE

Apesar da seca ter agudizado a questão hídrica e contribuído para redução dos rebanhos e plantações no Rio Grande do Norte, a criação de ovinos e caprinos teve poucas perdas em 2016 e colocou o estado na sexta posição nacional entre as unidades federativas criadoras desses animais. De acordo com a pesquisa da Produção da Pecuária Municipal divulgada nesta quinta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado contava com 452.836 cabeças de caprinos e 843.968 de ovinos em 2016. O estado, por outro lado, acumulou perdas significativas no cultivo do camarão, mel de abela e bubalinos.

Ovinos e caprinos são mais resistentes ao clima semiárido e conseguiram resistir aos efeitos da seca
Ovinos e caprinos são mais resistentes ao clima semiárido e conseguiram resistir aos efeitos da seca 

De acordo com a PPM, em relação ao efetivo de rebanho de grande porte, o Rio Grande do Norte contabilizava 840.847 cabeças de gado em dezembro do ano passado. Entre os suínos, 273.518 cabeças Entre os de pequeno porte, os galináceos lideraram com 4,5 milhões; galinhas com 2,5 milhões e codornas com 52,8 mil cabeças. O rebanho bovino contribuiu para a produção de 227.747 litros de leite ao longo do ano passado e geração de R$ 372 milhões em negócios. A produção de ovos de galinha somou 44,7 milhões de dúzias e 639 mil dúzias de ovos de codorna. A produção de mel fechou 2016 com 204 toneladas.

Em relação ao cultivo de peixes, a Pesquisa aponta 2.390 toneladas. A tilápia liderou o quantitativo com 2.335 toneladas. Na carcinicultura, o Rio Grande do Norte se mantem como o segundo maior produtor em cativeiro, atrás do Ceará. Em terras potiguares foram produzidas 14.656 toneladas do crustáceo, o que corresponde s 28,1% da produção nacional. Os maiores produtores locais são os municípios de Canguaretama, Senador Georgino Avelino, Mossoró, Nísia Floresta, Arês, Guamará e Pendências. No que se refere à criação de larvas de camarão, o estado se destaca e ocupa a primeira posição nacional com 6,1 milheiros (ou 48,8%) da produção nacional.

No comparativo 2016/2015, as variações mais representativas na produção pecuária municipal potiguar foram as seguintes: redução da produção de camarão em 17,8% em decorrência da “mancha branca”; os fatores climáticos (seca) contribuíram para a queda da produção de mel de abelha em 21,54%. A maior redução, porém, foi na criação de bubalinos. Houve uma redução de 22,36% no rebanho provocada pelo abate e transferências dos animais para outros estados.

Cenário nacional
Com alta de 1,4% em 2016, frente ao ano anterior, o efetivo nacional de bovinos atingiu a marca de 218,2 milhões de cabeças, a maior desde 1974, quando começou a série histórica. O Centro-Oeste concentrou 34,4% do rebanho nacional, com destaque para o Mato Grosso, que possui 30,3 milhões de cabeças (13,9% do total), um crescimento de 3,2%. Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul representaram, respectivamente, 10,8%, 10,5% e 10,0% do efetivo nacional. Entre os 20 municípios com os maiores efetivos, 13 estavam no Centro-Oeste, seis no Norte e um no Sul, com São Félix do Xingu (PA), Corumbá (MS) e Ribas do Rio Pardo (MS) como os maiores rebanhos.

A analista do IBGE, Mariana Oliveira, explica o contexto regional que contribuiu para o resultado da pesquisa: “A expansão do gado no Centro-Oeste é consequência da extensão do território, que favorece a pecuária de grande porte. Além disso, há a proximidade tanto com a indústria de abate, quanto com os centros de produção de grãos”, conta. A região Norte, com 47,9 milhões de cabeças, teve o segundo maior efetivo do país, com alta de 1,7% em relação a 2015. 

De acordo com Mariana, “o deslocamento de bovinos para o Norte foi motivado pelos baixos preços das terras, pela disponibilidade hídrica e pelo clima favorável". Pequenas altas ainda foram identificadas no Sudeste (0,8%) e no Sul (0,5%), além de baixa no Nordeste (-2,1%). Segundo Mariana, “a redução do rebanho no Nordeste pode ter sido influenciada, entre outros aspectos, por intempéries climáticas”, ressalta.

Se o destaque da PPM para a criação animal foi a quantidade de bovinos, o da produção foi o mel, com 39,59 mil toneladas produzidas, uma alta de 5,1%. Esse crescimento também foi registrado em termos financeiros, com R$ 470,51 milhões, um aumento de 31,5% em relação a 2015. A região Sul representa 43,1% da produção nacional de mel, com o município de Ortigueira/PR como maior produtor, seguido por Itatinga (SP) e Arapoti (PR). Sobre o aumento no valor produção, Mariana comenta que “foi uma consequência do crescimento da demanda pelo mel, que passou a ser um produto considerado mais saudável”.

Comparativo
Veja abaixo o comparativo dos rebanhos no RN.

Bovinos
2016: 840.847
2015: 918.952
Variação: - 8,50%

Bubalinos
2016: 1.840
2015: 2.370
Variação: - 22,36%

Caprinos
2016: 452.836
2015: 463.553
Variação: - 2,31%

Ovinos
2016: 843.968
2015: 872.795
Variação: - 3,30%

Codornas
2016: 52.880
2015: 50.500
Variação: 4,71%

Galinhas
2016: 2.582.480
2015: 2.529.955
Variação: 2,08%

Galináceos
2016: 4.550.016
2015: 4.675.903
Variação: - 269%

Suínos
2016: 273.518
2015: 258.078
Variação: 5,98%

Fonte: Produção da Pecuária Municipal – 2016 / IBGE

Nenhum comentário:

Postar um comentário