quinta-feira, 28 de maio de 2020

Alexandre autoriza buscas contra aliados de Bolsonaro por esquema de fake news

Em decisão, ministro do Supremo Tribunal Federal disse que “gabinete do ódio” é associação criminosa. Ex-deputado Roberto Jefferson, empresário Luciano Hang e ativistas bolsonaristas são alvos de operação contra fake news autorizada por Alexandre.

Da redação
Fonte: AGORA RN
A Polícia Federal cumpriu nesta quarta-feira (27) ordens judiciais expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news, mirando nomes ligados ao chamado “gabinete do ódio” e aliados do presidente Jair Bolsonaro.

Alexandre determinou a oitiva de oito deputados, a quebra do sigilo bancário e fiscal dos supostos financiadores do esquema de disseminação de notícias falsas e ainda o cumprimento de 29 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina. Celulares e computadores foram apreendidos.

Entre os alvos estão o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, condenado no mensalão e hoje aliado do presidente; o empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan; Allan dos Santos, sócio do site conservador Terça Livre; Sara Winter, ativista bolsonarista, alvo de ação civil pública por “milícia armada”.

Alexandre determinou, ainda, que seis deputados federais e dois estaduais sejam ouvidos em até dez dias no âmbito da investigação. Além disso, o ministro ordenou a preservação do conteúdo de todas postagens feitas pelos parlamentares.

São alvos das medidas os deputados federais do PSL Bia Kicis (DF), Carla Zambelli (SP), Daniel Lúcio da Silveira (RJ), Filipe Barros (PR), Geraldo Junio do Amaral (MG), Luiz Phillipe Orleans e Bragança (SP) e os deputados estaduais por São Paulo Douglas Garcia e Gil Diniz, ambos também do PSL.

Muito ativo nas redes sociais, o grupo de bolsonaristas que entrou na mira do inquérito das fake news reagiu à ofensiva da Polícia Federal alegando suposta politização da Corte. Parte das publicações chegou a questionar a legalidade da investigação, mas a mesma teve o aval da Advocacia-Geral da União (AGU), órgão do governo que atua na Corte.

O inquérito 4.781 foi aberto no dia 14 de março de 2019, por portaria assinada pelo presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, e trata de ameaças, ofensas e fake news disseminadas contra integrantes da Corte e seus familiares. As apurações já atingiram ao menos 12 pessoas, entre deputados federais, estaduais e empresários bolsonaristas.

Financiamento

Em sua decisão que autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão no âmbito do inquérito das fake news, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apontou indícios de que um grupo de empresários atua de maneira velada financiando recursos para a disseminação de fake news e conteúdo de ódio contra integrantes do STF e outras instituições.

O ministro também definiu como “associação criminosa” o grupo conhecido como “gabinete do ódio”, como é chamado um núcleo de assessores que tem forte influência sobre o presidente Jair Bolsonaro e suas redes sociais.
Entre os empresários que estariam financiando o grupo criminoso estão o dono da rede de lojas de departamento Havan, Luciano Hang; o dono da Smart Fit, Edgard Gomes Corona; Otavio Fakhoury, financiador do site Crítica Nacional; o humorista Reynaldo Bianchi Júnior; o coordenador do Bloco Movimento Brasil Winston Rodrigues Lima.

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