A greve de 107 dias dos professores da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (Uern) chegou ao fim, mas as atenções, agora, voltam-se para a reposição das aulas perdidas. Segundo o presidente da Associação dos Docentes da Uern (Aduern), Flauber Fernandes Torquato Lopes, o ano letivo já está prejudicado. O calendário do primeiro semestre deve ser concluído só em outubro e, no começo de novembro, deve ter início o calendário de aulas do segundo semestre, que se prolongarão até fevereiro ou março de 2012.
"A responsabilidade de apresentar o calendário é da Reitoria e de outros órgãos da Uern", disse Flaubert Torquato Lopes, que falou do compromisso da categoria cumprir o que prevê a lei. Mas, com certeza, não tem como deixar de entrar com as aulas do segundo semestre no próximo ano".
O reitor da Uern, médico Milton Marques de Medeiros, informou que o calendário do ano letivo será definido Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe). "A gente tinha um projeto elaborado, uma simulações, porque acreditávamos que a greve podia terminar em agosto. Como houve um impasse judicial, perdemos a referência, sem saber o que poderia ocorrer e ver como ficava o calendário de aulas", disse ele.
Milton Marques reuniu-se com outros órgãos dentro da estrutura da Uern e informou que, somente hoje, teria uma posição, oficial, a respeito da reposição do calendário. Ele acha que as aulas, propriamente ditas, só recomeçam mesmo a partir da próxima segunda-feira, dia 19. Marques informou, porém, que já está definido que o Processo Seletivo Vocacionado (PSV) para novos alunos da Uern, só deverá ocorrer mesmo em março do próximo ano.
carlos costa
Reitor Milton Marques deve apresentar hoje calendário de reposição
Hoje, os técnicos administração dessa instituição de ensino superior realizam assembléia para decidir se acompanham a decisão tomada pelos docentes. Na terça-feira, dia 13, os estudantes já tinham decido encerrar a greve em apoio aos professores e também para pressionar o governo estadual a fazer o descontingenciamento de recursos do orçamento para a Uern.
Os professores acataram a proposta de reajuste salarial feito pelo governo, de 27,70 % escalonado em três vezes, em abril de 2012, 2013 e 2014, depois de uma intermediação que contou com a participação do procurador geral do Estado, Miguel Josino Neto: "Trabalhamos com o canal de diálogo sempre aberto e sempre com apresentações de propostas, por fim houve a sensibilização dos funcionários da UERN para a situação financeira do Estado. Sempre fazemos a proposta que é possível de ser cumprida, o que queremos, agora, é a volta das aulas imediatamente para que o prejuízo dos alunos não seja tão grande".
Já o secretário estadual de Administração e Recursos Humanos, José Anselmo de Carvalho Filho, informou que o reajuste salarial a ser concedido aos professores "vai ter um custo de R$ 34 milhões no próximo três anos" para os cofres do Estado.
Servidores vão discutir posição do governo
Os servidores da administração indireta do Estado estão com "um pé atrás" em relação ao governo, depois que o secretário estadual da Administração e dos Recursos Humanos, José Anselmo de Carvalho Filho, anunciou para a categoria que a implantação de parte do reajuste salarial de 70% no contracheque dos servidores, previsto para setembro, só ocorrerá se o limite prudencial da despesa com pessoal o permitir.
O presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Indireta (Sinai), Santino Arruda, explicou que, na reunião ocorrida anteontem na Searh, o secretário havia informado que tudo vai depender do que disser o relatório sobre a apuração fiscal do segundo quadrimestre do ano, que vai de maio a agosto, mas que só é publicado em 30 de setembro.
A nova posição do governo será debatida em assembléia a partir das 15 horas de hoje, na sede do Sinai. Porém, uma nova rodada de negociação já está marcada com o governo, a partir das 9 horas da próxima quarta-feira, dia 21, na Secretaria Estadual do Planejamento (Seplan), no Centro Administrativo de Lagoa Nova.
*Tribuna do Norte
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