quarta-feira, 27 de abril de 2022

PF faz operação sobre supostos desvios na compra de respiradores pelo Nordeste

Consórcio Nordeste teria cometido irregularidades na aquisição de 300 ventiladores pulmonares durante pico inicial da Covid-19 no país

Da redação com CNN Brasil
Por Felipe Romero da CNN

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (26) a operação Cianose, que investiga a contratação pelo Consórcio Nordeste de empresa para o fornecimento de 300 ventiladores pulmonares durante o pico inicial da pandemia de Covid-19 no Brasil. A entidade reúne os estados da região e possibilita a realização de compras públicas e a implementação integrada de políticas públicas conjuntamente.

Segundo a PF, o processo de aquisição que se seguiu contou com diversas irregularidades, como o pagamento antecipado de seu valor integral sem que houvesse no contrato qualquer garantia contra eventual inadimplência por parte da contratada. Ao fim, nenhum respirador foi entregue.

Em nota, o Consórcio Nordeste afirma que a compra emergencial foi feita em conformidade com a legislação específica da pandemia (13979/2020) e que a entidade foi “vítima de uma fraude de empresários que receberam o pagamento e não entregaram os aparelhos, fato que foi imediatamente denunciado pelo próprio Consórcio às autoridades policiais e ao judiciário, através de ação judicial que resultou na prisão desses empresários e no bloqueio de seus bens.”

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Na operação Cianose foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em quatro diferentes unidades da federação (Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia), todos expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça. As buscas contaram com a participação de auditores da Controladoria Geral da União.

Os investigados podem responder pelos crimes de estelionato em detrimento de entidade pública , dispensa de licitação sem observância das formalidades legais e lavagem de dinheiro.

O relatório governista da CPI da Covid, apresentado em outubro de 2021, pedia a investigação do Consórcio Nordeste pela compra dos respiradores que não foram entregues, citando gastos de R$ 48 milhões na aquisição frustrada.

Na nota à imprensa, o Consórcio afirma que “segue aguardando a apuração desse crime, o julgamento e punição dos responsáveis e a devolução do dinheiro aos cofres dos respectivos estados.”

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