O Planalto usou sua ampla maioria para rejeitar a convocação de Pimentel, que é da conta pessoal da presidente
A estratégia de privilegiar o ministro petista desagradou os partidos da base aliada que tiveram ministros demitidos
AG. BRASIL
Brasília. O governo blindou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel (PT), e impediu sua convocação pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara por 13 votos a cinco. A estratégia do Planalto de privilegiar o petista desagradou partidos da base aliada.
Desde o escândalo envolvendo Antonio Palocci, a ordem da presidente Dilma Rousseff era para que os ministros alvo de denúncias fossem ao Congresso se explicar. Dessa vez, no entanto, o governo lançou mão de sua ampla maioria para evitar a convocação de Pimentel.
"Querem discutir a vida pregressa de um ministro que não ocupava cargo público", disse o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "O ministro não está se furtando a dar explicações", disse o deputado Odair Cunha (PT-MG).
Insatisfeitos com o tratamento dado a seus ministros, parlamentares do PDT, PC do B e PP preferiram se ausentar da votação da Comissão de Fiscalização e Controle do requerimento do PSDB que pedia a convocação de Pimentel. Foi essa comissão que aprovou as convocações de Carlos Lupi (PDT) e Orlando Silva (PC do B). O ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), vai depor na comissão na próxima semana.
Na avaliação da oposição, a blindagem do ministro está relacionada com o fato de Pimentel ser "da cota pessoal da Dilma". Para os oposicionistas, a denúncia contra Pimentel é semelhante a de Palocci, que aumentou seu patrimônio em mais de 20 vezes em quatro anos.
Investigação
Os contratos firmados pela Prefeitura de Belo Horizonte com duas empresas clientes da P-21 Consultoria e Projetos Ltda, comandada por Pimentel em 2009 e 2010, serão investigados pelo Ministério Público de Minas.
A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público informou que vai apurar os contratos que a construtora Convap e a QA Consulting Ltda, as clientes de Pimentel, firmaram com Prefeitura - comandada pelo petista de 2003 a 2008.
A Convap contratou consultoria do ex-prefeito de fevereiro a agosto de 2010 e este ano - na gestão do prefeito, Marcio Lacerda (PSB), aliado de Pimentel - integrou um consórcio que arrematou, em licitação, contratos com a prefeitura no valor de R$ 95,3 milhões.
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