Roberto Kalil Filho descartou 'totalmente' possibilidade de cirurgia na laringe.
Redução foi considerada 'expressiva' pela equipe; alta está prevista para terça.
Paulo Toledo Piza
Do G1, em São Paulo
O médico responsável pelo tratamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o câncer de laringe, Roberto Kalil Filho, disse nesta segunda-feira (12) que o tumor, diagnosticado em outubro, já sofreu redução de 75%, após as duas primeiras sessões de quimioterapia. "Houve 75% de redução do tamanho do tumor", declarou.
O ex-presidente chegou nesta segunda ao Hospital Sírio-Libanês para a terceira e última sessão da químio. Pela manhã, foi feito exame de endoscopia, para medir o tamanho do tumor. Lula deve receber alta nesta terça (13), segundo Kalil Filho.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a esposa, Marisa Letícia, e o médico Roberto Kalil Filho, após receber notícia de redução do tumor. (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Cidadania)
O médico também descartou "totalmente" a possibilidade de cirurgia para retirada do tumor. A intervenção havia sido desconsiderada desde o início do tratamento. Se realizada, ela poderia afetar as cordas vocais do ex-presidente. O tumor, à época, foi diagnosticado como de "agressividade média", medindo cerca de 3 centímetros.
Outro integrante da equipe médica, Artur Katz, disse que a redução era "esperada", mas que, no caso de Lula, foi "expressiva". "Nem todo paciente responde da mesma maneira ao tratamento. Nem sempre ela é tão expressiva", disse. Sem a redução, segundo ele, a cirurgia seria necessária.
Kalil Filho disse que, por causa do andamento do tratamento, Lula poderia voltar às "atividades políticas" em março.
O médico também descreveu a reação de Lula ao saber do novo diagnóstico, após os exames desta segunda. "Durante a manhã, ele estava apreensivo como todo ser humano. Após eu dar a notícia, foi um alívio", relatou.
Segundo ele, depois desta última sessão da quimioterapia, Lula deverá iniciar outra fase do tratamento, de radioterapia. A previsão é que ela se inicie entre 8 e 10 de janeiro, com duração de 6 a 7 semanas. Em cada semana, ele receberá uma dosagem pequena de medicamentos.
O médico Rubens de Brito, que também acompanhou os exames de Lula, disse que não foram constatados problemas de deglutição (para engolir alimentos) e que a laringe não apresentou edema (inchaço). "Visualmente, a melhora já é notada", disse.
Lula chegou ao Sírio-Libanês por volta das 7h30 desta segunda. A esposa, dona Marisa Letícia, chegou depois, por volta das 15h. Neste domingo (11), o ex-presidente afirmou estar "confiante" no tratamento.
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