quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Papel de liderança do Brasil na COP está ameaçado com aprovação do Código, diz ambientalista

Conferência das Nações Unidas discute mudanças climáticas em Durban, na África do Sul, de 28/11 a 9/12

Lilian Ferreira
Do UOL Ciência e Saúde, em Durban


Greenpeace faz manifestação em Brasília contra o novo Código, aprovado pelo Senado ontem

A aprovação das alterações no Código Florestal no Senado na noite desta terça-feira (06) já surte efeitos na Conferência do Clima da ONU em Durban, na África do Sul. A representante da ONG ambientalista WWF, Samantha Smith, disse que a aprovação do texto é um terrível sinal para as negociações.

Smith destacou que o país tem um papel de liderança, mas que agora isto está ameaçado. “O Brasil estava mostrando ao mundo que era possível reduzir a pobreza, crescer economicamente e ainda reduzir suas emissões”.

“A passagem do texto ameaça reverter este progresso. Se a legislação virar lei, praticamente será impossível para o Brasil alcançar seus compromissos internacionais de combate às mudanças climáticas feitas em Copenhague em 2009”, afirmou o diretor geral da WWF, Jim Leape, em comunicado. O Brasil prometeu cortar de 36,1% a 38,9% suas emissões até 2020.

Para a ambientalista, as chances de se chegar a um acordo global sobre desmatamento e financiamento para ações de combate ao desmatamento, o REDD, estão menores. “Isso suscita a prerrogativa do “se o Brasil não consegue, como nós vamos conseguir?” nos demais países do mundo.

Leape diz que agora o mundo olha para a presidente Dilma Rousseff esperando que ela reafirme o compromisso de desenvolvimento sustentável e vete as mudanças no Código.

“O massivo aumento no desflorestamento que pode resultar teria consequências devastadoras para o clima, para as pessoas e para a natureza. Seria uma tragédia para o Brasil e para o mundo”, disse.

*UOL.Notícias
Ciências e Saúde

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