quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Seis mortos de forma violenta nas últimas 72 horas

homicídios Duas das vítimas morreram no sábado, 3, três no domingo, 4, e uma foi morta ontem; todos por armas de fogo em Mossoró

por Cristiano Xavier
na sessão Polícia


As últimas 72 horas foram de muita violência na cidade de Mossoró. Ao todo, seis pessoas morreram por armas de fogo, sendo duas no sábado, outras três foram mortas no domingo em confronto com a polícia, e a última vítima foi registrada na tarde de ontem.
A vítima mais recente foi o mecânico Valmir Antônio de Sales, 49 anos, que foi executado com cerca de três disparos de arma de fogo, no momento em que trabalhava em uma oficina localizada na Rua Nísia Floresta, bairro Pereiros, em Mossoró.
Segundo informações da Central de Operações da Polícia Militar, o crime ocorreu por volta das 10h40 de ontem.
Valmir era natural de Caraúbas e residente no Sítio São Geraldo. Segundo informações repassadas à polícia, Valmir teria sido testemunha em uma série de crimes ocorridos na cidade de Caraúbas. Ele já vinha sofrendo ameaças de morte há muito tempo e foi obrigado a mudar para Brasília, onde residiu por cerca de dois anos.
O mecânico retornou a Caraúbas há cerca de três meses, mas trabalhava na oficina onde foi morto em Mossoró. Peritos do Instituto Técnico-científico de Polícia (ITEP) encontraram duas perfurações na cabeça do mecânico e uma na região da virilha.

Vítimas do tráfico - O desfecho de um homicídio registrado no sábado passado resultou na morte de outras três pessoas que entraram em confronto com policiais militares no domingo passado, todos ocorridos na Favela do Cachorro Assado, bairro Barrocas, em Mossoró.
A Central de Operações da Polícia Militar registrou no início da noite de sábado passado, 3, o homicídio que vitimou Antônio Fábio Silva do Nascimento, "Bibinha", de 25 anos. O crime aconteceu por volta das 21 horas, na casa de numero 30, da Travessa Reginaldo Soares, na Favela do Cachorro Assado. Ele foi assassinado com 11 disparos de arma de fogo dentro de sua residência e morreu no local.
Segundo informações colhidas pelos policiais, duas pessoas chegaram à residência da vítima e pediram água. "Bibinha" se aproximou da porta trazendo o copo com a água, quando foi atingido e caiu morto próximo a porta de entrada da casa.
Populares informaram à polícia o nome de um dos suspeitos responsável pelos disparos que mataram "Bibinha". Ele já havia sofrido um atentado há uma semana e chegou a ser alvejado com dois disparos.
A polícia acredita que a morte de Antônio Fábio esteja ligada ao tráfico de drogas. Os peritos do Itep encontraram duas pedras do entorpecente no bolso da bermuda da vítima.

Confronto com a PM - A polícia deu início as investigações do crime contra "Bibinha" e conseguiu identificar três suspeitos que acabaram mortos em um tiroteio com a polícia na Rua Emílio Castelar, na Favela do Cachorro Assado. O confronto aconteceu por volta das 17 horas, e envolveu cerca de 20 policiais militares.
Um dos mortos foi identificado como Francisco Josafá da Silva, o "Boinho", de 28 anos, morador da Favela do Fio, no bairro Abolição IV. Ele respondia vários crimes e estava foragido do Complexo Penitenciário Estadual Agrícola Mário Negócio. "Boinho" já havia sofrido dois atentados a bala. Um dos atentados ocorreu dentro da penitenciária, quando ele cumpria pena em regime semiaberto.
Outro morto no tiroteio foi Francisco de Assis da Silva Júnior, "Ninico", de 28 anos, que é primo de "Boinho", e que também residia da Favela do Fio, no bairro Abolição IV.
O terceiro foi Jackson Wykson dos Santos Dias, de 16 anos, morador do bairro Barrocas.
Segundo informações da Polícia Militar, os três planejavam a morte do cunhado de "Boinho", morto na noite de sexta-feira, na favela. O crime seria cometido durante o velório de "Boinho" e chegaram a anunciar a emboscada. O trio foi visto no velório.
O homem ameaçado de morte pediu segurança e recorreu até a Delegacia de Plantão, que enviou policiais disfarçados ao velório. Os três acusados foram reconhecidos pelos agentes no local.
Os agentes pediram reforço a Polícia Militar, que enviou viaturas da área do Santo Antônio, da Rocam e da Força Tática. Ao avistarem o reforço policial, os três se refugiaram em uma residência, que foi cercada pela polícia.
Os suspeitos passaram a efetuar disparos, os policiais revidaram e atingiram os três jovens. Eles ainda chegaram a ser socorridos, mas morreram a caminho do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM). A polícia localizou as armas que foram usadas pelos acusados, além de 48 pedras de crack e uma trouxinha de maconha.

Homicídio de nº 173 - No sábado a polícia já havia registrado o assassinato de Rogran Gomes da Silva, de 18 anos. O crime aconteceu por volta de meio-dia, na Rua Ernani Alves Pereira, no bairro Alameda dos Cajueiros.
A vítima residia na Rua Bela Vista, no bairro Teimosos. Ele foi atingido com dois disparos de arma de fogo, sendo um na região do tórax e outro no braço esquerdo e morreu no local. Segundo informações de populares, a vítima se encontrava na residência de um amigo quando dois homens em uma Fan de cor preta chegaram e o carona efetuou os disparos. Rogran era acusado da prática de assalto e tinha envolvimento com o tráfico de drogas.

Juremal - A violência do fim de semana também fez vítimas na zona rural de Baraúna. A Polícia Militar registrou no início da noite de sábado, 3, na localidade de Juremal, cerca de 13 km de Baraúna, o homicídio do eletricista Carlos Alves de Lima Júnior, "Júnior da Pousada", de 41 anos.
Ele residia em um assentamento na Fazenda São João e foi alvejado com cerca de sete disparos de pistola 380. A vítima morreu no local.
Segundo informações, Júnior fazia reparos em um som de seu carro quando três homens se aproximaram em outro veículo, anunciaram um assalto e executaram "Júnior da Pousada" no meio da rua e na frente dos populares que estavam no local.
Os autores do crime fugiram do local efetuando disparos para o alto.

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