A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) vai enviar, no próximo dia 20, a primeira turma de alunos para um intercâmbio com a Universidade de Guangdong, na China. A parceria da UFRN com a instituição de ensino chinesa foi consolidada em 2010, com a assinatura de um acordo de cooperação acadêmico. Em plena segunda-feira de Carnaval, quatro estudantes do curso de Administração embarcam com destino à cidade de Guangzhou.
Aldair Dantas
As estudantes do curso de Administração da UFRN Vanessa Matos, 20 anos, Ana Luíza Cardoso, 22 anos, Tanite Melo, 22 anos e Luanna Santa Rosa, 22 anos são as primeiras a participar do intercâmbio entre a UFRN e a Universidade de Guangdong, na China.
A ideia da viagem internacional surgiu quando as estudantes Vanessa Matos, 20 anos; Ana Luiza Cardoso, 22 anos; Tanite Melo, 22 anos e Luanna Santa Rosa, 22 anos ingressaram na Universidade. "Somos muito amigas e desde o início do curso imaginávamos em fazer um intercâmbio juntas para adquirir mais conhecimento e descobrir novas culturas", explicou Luanna. A vontade de viajar uniu-se à oportunidade oferecida pela Secretaria de Relações Internacionais (SRI) da UFRN. "Acessei o site da SRI e vi que havia a oferta de intercâmbio para a China. Decidimos que essa era a hora", completou.
"Sair da zona de conforto e, de certa forma, aventurar-se num país desconhecido foi fator impulsionante na escolha do destino", explicou Tanite Melo. A viagem vai durar seis meses, tempo que elas acreditam ser suficiente para estudar mandarim e voltar com o currículo reforçado. "A China é um importante parceiro comercial do Brasil e mostra-se, cada vez mais, ser uma potência da economia mundial. Estudar lá será um diferencial importante", analisou.
Cada aluna vai gastar pouco mais de R$ 6 mil com passagens e hospedagem. A bolsa oferecida pela UFRN cobre as despesas com as aulas. O processo para embarcar rumo à China começou em outubro do ano passado. "O processo é bem burocrático. São muitos papéis e exames médicos que precisamos fazer. Mas acredito que tudo vai valer a pena. A experiência será fantástica", teorizou Ana Luiza.
As jovens acreditam que estão dando um passo importante não somente em suas carreiras profissionais, bem como estão auxiliando outros estudantes da UFRN. "Não há uma divulgação boa sobre esses intercâmbios. Se você não conhecer os professores, fica difícil conseguir a bolsa. Acho que, com essa viagem, mas oportunidades irão surgir para os alunos", disse Vanessa.
Enquanto a data do embarque não chega, as amigas vão elencando os itens que não podem faltar na mala. "Muito repelante e remédios não pode faltar", disse Ana Luiza ao lembrar que o país é berço de algumas viroses perigosas. "Mas tudo dará certo. Seis meses passam rápido".
Universidade tem cooperação acadêmica com 22 países
Atualmente, a UFRN mantém acordos de cooperação acadêmica com 22 países e mais de 70 instituições de ensino superior. O último documento assinado nesse sentido foi com a Guangdong University of Foreign Studies (GDUFS), durante a visita ao Brasil, em novembro de 2010, de uma turma de cinco professores. De acordo com o titular da Secretaria de Relações Internacionais (SRI) da UFRN, Márcio Venício Barbosa, o intercâmbio, há a possibilidade de alunos chineses virem a Natal. "Há a possibilidade de alunos chineses ministrarem aulas de mandarim aqui".
Os objetivos do acordo, segundo o documento assinado por ambas universidades, são "promover intercâmbio e colaboração cultural e educacional entre as partes envolvidas enquanto parceiros educacionais". Entre as atividades que podem ser desenvolvidas, estão pesquisas e publicações conjuntas, visitas, compartilhamento de materiais acadêmicos, produção conjunta e realização de cursos e programas.
Antes mesmo da assinatura do acordo, a UFRN já despertava o interesse pela Ásia. O Instituto Ágora, do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), oferece cursos de Língua Japonesa. "Estamos na terceira turma. Por enquanto, é restrito à comunidade acadêmica que pode tentar uma vaga através do sistema online de matrículas", explica Márcio Venício.
A maioria dos acordos da UFRN é com universidades da França e Portugal. Mas há a intenção de realizar parcerias com outros países. A Índia desponta como um novo destino. Em novembro passado, Samuel Xavier de Souza, professor do Departamento de Engenharia de Computação e Automação (DCA), foi ao país depois de um convite feito pelo Ministério das Relações Exteriores e Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB). O objetivo da viagem, explicou o professor, era dar visibilidade e expandir o programa "Ciências Sem Fronteiras", do Governo Federal. "Visitamos instituições e universidades no país e percebemos que elas são oásis dentro de um caos. A estrutura que encontramos é de primeiro mundo e acredito que podemos ganhar muito com essa parceria", afirmou.
*Tribuna do Norte
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