Do UOL, em São Paulo
O Banco Central reduziu a previsão para o crescimento da economia brasileira neste ano, ao mesmo tempo em que piorou suas perspectivas para inflação em 2012.
A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 3,5% para 2,5%. A informação consta do Relatório de Inflação, divulgado nesta quinta-feira (28) pelo BC.
O desempenho esperado agora para o PIB é pior do que o desempenho considerado ruim de 2011, quando a expansão da atividade econômica brasileira ficou em apenas 2,7%.
Pelo documento, o BC informou que "a mudança na projeção de crescimento reflete, em parte, o fato de a recuperação estar se materializando de forma bastante gradual", acrescentando que o cenário econômico mundial continua com perspectivas de baixo crescimento "por um período de tempo prolongado".
Perspectiva de inflação é de 4,7%
Segundo o relatório divulgado nesta quinta-feira, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficará em 4,7% neste ano pelo cenário de referência, ante previsão anterior de 4,4%, e em 5% em 2013, abaixo das contas anteriores, de 5,2%. O BC também informou que a chance de a inflação estourar o teto da meta oficial -de 4,5% pelo IPCA- é de 3% em 2012 e em torno de 18% no ano que vem.
Com a perda de fôlego da atividade, os preços têm arrefecido. Na semana passada, foi divulgado que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) -considerado uma prévia da inflação oficial- havia subido 0,18% em junho, ante alta de 0,51% em maio.
O resultado veio abaixo do esperado pelo mercado e reforça a perspectiva de mais reduções na Selic.
Governo anunciou medidas de estímulo à economia
A estimativa do BC para a economia brasileira é inferior à do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que na quarta-feira (27) disse esperar crescimento do PIB superior a 2,5% neste ano.
Para impulsionar o nível da economia doméstica e combater os efeitos da crise financeira internacional, o governo vem adotando medidas de estímulo à atividade. Elas abarcam incentivo ao consumo (como redução de IPI para linha branca e automóveis, além de corte de IOF sobre empréstimos para pessoas físicas e liberação de compulsórios), proteção à indústria (por meio de desoneração da folha de pagamento para alguns setores, por exemplo) e linha de crédito de R$ 20 bilhões para Estados.
Na quarta-feira, o governo anunciou um programa de R$ 8,43 bilhões em compras de equipamentos e máquinas dentro do programa PAC Equipamentos - Programa de Compras Governamentais. No mesmo evento, foi divulgada a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) de 6% para 5,5% ao ano para estimular os investimentos das empresas.
(Com informações da Agência Brasil e agência Reuters)
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