Com um faturamento estimado em R$ 400 milhões por ano, a Mormaii tem planos ousados para o Nordeste, em especial para o Rio Grande do Norte. Com produção em cinco países, a empresa catarinense fechou parceria com a indústria de bebidas potiguar Dore para fabricação e distribuição da linha de produtos funcionais, como barra de cereais, água mineral e o energético Infinity Energy Drink, para a região a partir do Estado. A estimativa é que os itens entrem em processo de produção em meados de agosto e representem um acréscimo de 30% nas vendas desses artigos. Além disso, a multinacional brasileira planeja implantar uma fábrica de bicicletas da marca em São Gonçalo do Amarante, na região Metropolitana de Natal.
Armando Diniz, representante da Mormaii para o NE, o presidente da empresa, Morongo, e o diretor da Dore, Marcel Dore: parceria
Os detalhes foram repassados pelo presidente da Mormaii, Marco Aurélio Raymundo, mais conhecido como Morongo, durante entrevista coletiva.
Ele veio a Natal para ratificar a parceria com a Dore. "Não tivemos um business plan [plano de negócio].
As coisas aconteceram naturalmente. Tanto a água quanto o energético já existem no Sul do país, mas queremos a Dore como licenciada para atender à região Nordeste", enfatizou Morongo.
Para a companhia, o Nordeste representa um mercado promissor em função do crescimento consistente do consumo.
Segundo dados da Nielsen sobre a região Nordeste, 130 categorias de produtos registraram crescimento de 40% na região enquanto a média de crescimento no Brasil foi de apenas 26%. A água mineral está entre os três principais produtos consumidos no Nordeste.
"Estava na hora de o Brasil despertar para essa região". A parceria amplia para 33 o número de empresas licenciadas da Mormaii.
A água e o energético entram na linha de produção nas duas fábricas da Dore, situadas em João Pessoa (PB) e Parnamirim (RN).
Inicialmente, a fabricação dos produtos irá abastecer os mercados do RN, Paraíba e Pernambuco.
Pelas regras da operação, somente após um ano de atuação da licenciada é que se estabelecerá a meta de produção dos dois itens. Além de fabricar, a Dore também irá distribuir os produtos em seus pontos de revendas.
De acordo com o diretor da fábrica de refrigerantes, Marcel Dore, estão faltando apenas alguns ajustes contratuais em São Paulo entre a Dore e a Ice Cola Participações, cuja bebida também é produzida e distribuída pela empresa nordestina.
Além de finalizar o contrato, serão definidas as bases das embalagens e os aromas das bebidas.
Atualmente, a empresa já produz 200 mil litros de refrigerantes e energéticos por dia, o que proporciona um faturamento anual próximo dos R$ 30 milhões.
A capacidade de produção da Dore é de engarrafar 30 mil unidades por hora. Em relação ao cereal, a Dore passa a distribuir o produto em toda a região nos pontos de vendas.
"O começo será por nossas matrizes no Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Depois, podemos expandir até o Piauí, no caso do energético", explica Marcel Dore.
O número de empregos diretos não sofrerá grandes impactos, poderá passar dos 200 para 220 empregados, mas a rede de distribuição alavancará os negócios da empresa e a arrecadação do Estado.
Já a Mormaii terá uma participação no resultado das vendas, de 5%, cujo valor será revertido em marketing e projetos de responsabilidade socioambiental que a marca mantém no Brasil.
"É um momento importante para a empresa atrelar o conceito da Mormaii à nossa marca. É interessante também para o mercado local, que fica fortalecido.
É a primeira vez que conseguimos entrar numa parceria para produção e não apenas distribuição. Isso nos dá uma margem melhor", avaliou Marcel Dore.
Grupo planeja investir em fábrica de bicicletas no Estado Só este ano, a Mormaii faturou entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões com as vendas de bicicletas.
De acordo com Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, a marca é a terceira mais vendida do país e até o fim do ano deve ocupar a segunda colocação.
"Em breve, vamos nos tornar a segunda do País", entusiasma-se o presidente. Morongo anunciou que está nos planos da empresa instalar uma fábrica do equipamento no Rio Grande do Norte.
"Estamos vendo uma área na região de São Gonçalo do Amarante, para abrigar essa montadora", disse, sem detalhar, entretanto, de quanto seria o investimento, quantos empregos seriam gerados e a previsão de início da operação.
Conhecida por criar roupas de neoprene para surfistas da região Garopaba (SC) em 1979, a marca transformou-se na primeira fábrica de roupas de borracha para esportes aquáticos no Brasil.
Ao longo de três décadas, a empresa se expandiu para diversos setores e atualmente possui um mix de produtos superior a três mil itens.
Além desse mercado, a empresa também atua na confecção de vestuários, calçados, acessórios, cosméticos, papelaria, veículos automotores, linha camping, eletrônicos, materiais ortopédicos, instrumentos musicais e bebidas funcionais.
Tudo isso praticamente fabricado por empresas licenciadas que imprimem a marca Mormaii aos produtos. A empresa atua fortemente com o branding.
O número de pontos de venda Mormaii é de aproximadamente 20 mil, cobrindo todo o território nacional. Fora do Brasil, a empresa exporta para 80 países e tem produção própria em cinco países.
Na China, a produção é feita através de um licenciado.
A marca investe nas áreas de esporte e responsabilidade socioambiental.
São mais de trinta atletas patrocinados e outros 50 competidores apoiados pela Mormaii.
Os projetos atuais são o Centro de Treinamento Aragua, na praia Mole (Florianópolis), e o Projeto Águas da Amazônia, este último tem como objetivo cuidar da saúde bucal de crianças ribeirinhas na Amazônia.
TRIBUNA DO NORTE
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