sábado, 28 de setembro de 2013

'Candidato dublê', Lula monta QG de campanha para Dilma

NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

A um ano das eleições, Luiz Inácio Lula da Silva designou um "destacamento avançado" para começar a estruturar a campanha de 2014 de Dilma Rousseff.

Livre das restrições legais, o ex-presidente definiu que atuará como "candidato dublê", subindo aos palanques nos dias em que sua sucessora não puder cumprir agendas eleitorais em razão das atividades no governo.


O PT também já monta a estratégia de internet para a disputa eleitoral.

Em reunião realizada na Granja do Torto, no dia 13, Lula criou dois grupos, segundo aFolha apurou, para, de um lado, iniciar as discussões sobre a comunicação da campanha e, de outro, avançar nas negociações sobre os palanques de Dilma.

Trata-se, conforme definiu um interlocutor, do embrião da futura campanha. A formação foi autorizada agora, antes do prazo tradicional, dezembro.

As manifestações de junho e a necessidade de alinhar apoios diante do cenário de múltiplas candidaturas presidenciais precipitaram a estruturação dos núcleos.

No primeiro grupo estão o marqueteiro João Santana e o presidente nacional do PT, Rui Falcão. O ex-ministro Franklin Martins (Comunicação Social) também ajudará. Eles irão traçar as primeiras estratégias de comunicação.

O segundo grupo será integrado pelo próprio Lula, Falcão e o ministro Aloizio Mercadante (Educação).

Juntos, já começaram a fazer a corte aos partidos que poderão subir ao palanque da petista. Após 5 de outubro --limite para as trocas partidárias-- as conversas se intensificarão.

Até lá, a missão mais importante é ajudar a inflar o recém-criado Pros e atraí-lo ao palanque de Dilma.

Além de ministros, dirigentes petistas buscam interessados em aderir à sigla para ampliar seu tempo de TV. Do lado do governo, Dilma amplia o espaço do PMDB na Esplanada após a saída do PSB.

No encontro do Torto, Falcão foi escalado a assumir a coordenação oficial da campanha. Assim como em 2010, haverá uma instância colegiada para esquematizar a ação da candidata.

Para auxiliares de Lula e de Dilma, será dada atenção especial à internet. Integrantes dos dois grupos entendem que a importância da campanha na web será maior, se comparada à disputa de 2010.

De olho no eleitorado das redes, o partido já busca reforços. O objetivo é ampliar o número de funcionários e se aproximar de blogueiros e ativistas digitais simpáticos ao PT.

Os objetivos da campanha de internet já estão definidos: produzir conteúdo próprio, com intuito de depender menos do que chamam de mídia tradicional; política de pronta resposta e, por último, fazer "guerrilha digital".

Além de transferir auxiliares para o comitê eleitoral, Dilma ainda se despedirá de quase um terço de seu primeiro escalão. Diversos ministros deixarão os cargos, dando lugar aos secretários-executivos.

Uma das exceções tende a ser a Casa Civil. Lá, quando a ministra Gleisi Hoffmann deixar o posto para disputar o governo do Paraná, como é esperado, a presidente deve nomear um substituto.

O entendimento é o de que a pasta precisa ser tocada por alguém de "peso político". Uma das candidatas é Miriam Belchior (Planejamento), mas Dilma, como a Folha apurou, demonstrou resistência a essa solução nas poucas vezes que tocou no assunto.

Editoria de Arte/Folhapress
Folha de São Paulo

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