Thiago Pereira descansa na última prova da natação, mas como disputou as eliminatórias também ganha o ouro, o 12º da sua carreira em Pans
Por Lydia Gismondi
Direto de Guadalajara, México
Cansado após fechar sua maratona de provas, Thiago Pereira só torceu na última disputa da natação em Guadalajara. E o Brasil nem precisou do Mr. Pan para encerrar com ouro a jornada de sete dias no México. No 4x100m medley, a equipe verde-amarela ganhou o reforço luxuoso do melhor nadador brasileiro de todos os tempos. Cesar Cielo fechou o revezamento com mais de dois corpos de vantagem em relação aos americanos, que ficaram com a prata. O bronze, bem mais atrás, ficou nas mãos da Argentina.
Cielo faz graça com o mascote: mais um ouro no Pan (Foto: Divulgação/Jefferson Bernardes/Vipcomm)
De quebra, a vitória coloca a equipe brasileira nas Olimpíadas de Londres. E vale um ouro também para Thiago, que nadou as eliminatórias e, por isso, herda a conquista. É o seu 12º em Pans, isolado como o maior brasileiro da história da competição.
- Para mim, foi um ouro um pouco mais tranquilo porque já peguei o revezamento na frente. Acho que o França fez uma diferença grande na parcial do peito. Foi importante classificar esse revezamento para as Olimpíadas. A gente tinha que fazer abaixo de 3m36s. Agora é acertar algumas falhas que a gente teve para o ano que vem, quem sabe, esse revezamento fazer uma final olímpica – afirmou Cielo.
Cielo pulou na água bem antes dos adversários (Foto: Divulgação/Jefferson Bernardes/Vipcomm)
Desta vez Cielo nem precisou carregar o time nas costas. Quando caiu na água, já tinha o ouro praticamente garantido, com folga para os outros rivais. Méritos para os outros três brasileiros da equipe. Guilherme Guido, que substituiu Thiago no nado costas, entregou em segundo para Felipe França, que tratou de colocar o Brasil em primeiro no peito. Gabriel Mangabeira caiu para nadar borboleta e facilitou a vida de Cielo, abrindo boa vantagem em relação aos Estados Unidos.
Antes mesmo de Mangabeira completar sua perna da prova, Cesão já mostrava confiança à beira da piscina. Mergulhou para fechar a tampa no nado livre e garantiu seu quarto ouro em Guadalajara. Ao olhar para os 3m34s58 no placar, ainda com sua touca dourada, o nadador mais veloz do planeta sentou-se na raia, levantou os braços e sorriu. Missão cumprida no México.
- Eu tentei impor um ritmo forte desde o começo, aproveitar a saída do revezamento que foi muito boa. Consegui abrir bastante e mater a diferença até o fim. É muito difícil sair de uma prova que não foi tão boa (100m borboleta). Mas tem que ter consciência e espírito de equipe para vir fazer uma boa prova no revezamento – explicou Mangabeira, que tinha sido sexto colocado nos 100m borboleta na véspera.
Na sala de entrevistas, Thiago Pereira torceu pelos
companheiros (Foto: Divulgação)
Torcida pela TV
Thiago viu tudo de longe. Quando entrou na sala de entrevista coletiva para falar dos 200m costas, o revezamento começou. Por um monitor de TV, torceu pelos companheiros, sabendo que o ouro também seria seu.
- Essa vai ser fácil, vou ganhar sentado – afirmou, e então começou a responder às perguntas dos jornalistas que estavam na sala.
Na segunda resposta de Thiago, Cielo já tinha caído na água para fechar o revezamento com tranquilidade. Quando o campeão olímpico bateu em primeiro, o Mr. Pan já sabia que tinha uma medalha para buscar.
- No 4x100m livre eu fui como reserva, para poupar os titulares. Agora foi uma opção pensando no Brasil em primeiro lugar. Vou pegar a medalha de ouro com o Ricardo de Moura – anunciou.
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