Roberto Lucena - repórter
Desde domingo passado, o mar de Natal está mais agitado. Quando corre a preamar, as águas do oceano ficam mais agitadas e o tamanho das ondas assusta os mais preocupados e chega a molhar os transeuntes mais desatentos que circulam nos calçadões das praias urbanas. O movimento da maré traz prejuízo para os comerciantes e ambulantes, mas agrada banhistas e surfistas. Apesar da força das águas, a Capitania dos Portos não emitiu nenhum aviso de precaução para pescadores ou pequenas embarcações.
Júnior Santos
Na Praia do Meio, ondas também conseguem atingir a parede do calçadão nos dias de maré alta
Na tarde de ontem, o comerciante Israel do Nascimento reclamava da baixa movimentação na praia de Ponta Negra, principal cartão-postal da cidade. "Geralmente eu ficava aqui até às 18h30, mas agora, por conta dessa maré muito alta, estou indo embora antes das 17h", contou. Israel aluga mesas, cadeiras e espreguiçadeiras no local. "Quase não tem faixa de areia para colocar minhas cadeiras. Tomara que essa maré passe logo", completou.
Para o turista George Linhares, 25 anos, a força das ondas foi mais uma atração na viagem de 15 dias que faz à Natal pela primeira vez. Natural de Belo Horizonte, ele contou que ficou surpreso com o fenômeno da natureza. "Não conhecia o mar e não imaginava que pudesse ter essa força toda. A gente vê pela televisão mas ao vivo é bem diferente, bem mais emocionante", relatou.
Na praia dos Artistas, as ondas batiam com força na parede do calçadão fazendo com que a água chegasse até o asfalto. Francisca Soares, proprietária de um quiosque localizado no calçadão, reclamava da situação. Segundo ela, quando ocorrem marés mais altas, os clientes não se afastam. "Todo ano acontece isso. Teve um ano que a água estava tão forte que chegou a derrubar a cobertura do quiosque. Esse ano, desde domingo, a situação não é boa. A gente tem que fechar as portas a partir das 13h e só consigo reabrir depois das 19h. Hoje [ontem], o movimento foi muito fraco", disse.
Próximo ao quiosque de Francisca, um abrigo para passageiros do transporte coletivo estava vazio. Ninguém se arriscava a ficar no local e levar um banho. Os que esperavam algum ônibus, preferiam ficar um pouco mais distante. "Se eu ficar debaixo da parada, vou chegar em casa toda molhada. A água está muito forte", afirmou a secretária Ivonete Pereira.
Indiferente às reclamações dos comerciantes ou transeuntes, e despreocupados com relação aos perigos das ondas violentas, os surfistas aproveitavam a altitude das ondas. Segundo a tábua de marés, ontem, as ondas chegaram a 2,5 metros. Para os surfistas, uma ótima oportunidade para praticar o esporte. "Tá bom demais. As ondas estão ótimas. Todos os dias estou vindo para cá [praia dos Artistas], de manhã cedinho e no fim da tarde para aproveitar a maré alta", contou Antônio Marcos, 21 anos.
Até ontem, a Capitania dos Portos não havia emitido nenhum comunicado destinado aos pescadores ou proprietários de embarcações. Segundo um bombeiro que fazia a segurança dos banhistas na praia do Meio, ontem à tarde, o movimento das marés é comum e o banhista precisa ficar atento. "É bom evitar entrar no mar nos horários de maré alta e ter cuidado especialmente com as crianças".
*Tribuna do Norte
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