Presidente da Fifa mantém discurso pacífico em almoço com representantes da Câmara dos Deputados. Lei Geral da Copa foi tema do encontro
Gabriel Castro
Pelé, Joseph Blatter e Dilma Rousseff posam para fotos antes da reunião sobre a Copa do Mundo de 2014, nesta sexta-feira, em Brasília - Ueslei Marcelino/Reuters.
"O presidente da Câmara prometeu
empenho para aprovar a Lei Geral
da Copa: "Todos os acordos
precisam ser cumpridos"
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse nesta sexta-feira que o atraso nas obras dos estádios da Copa não são uma preocupação para a entidade. Mantendo o tom conciliador que adotou mais cedo, num encontro com a presidente Dilma Rousseff, ele lembrou que também houve problemas em torneios anteriores, como o da África do Sul, em 2010, e o da Alemanha, em 2006. "Eu e a Fifa não estamos tão preocupados", afirmou Blatter, para depois completar: "Esse tema não é questão de otimismo, é de confiança".
Blatter usa a visita ao país para tentar melhorar as relações com o governo brasileiro depois de um bate-boca público nas últimas semanas envolvendo o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, e representantes do Executivo. Blatter evitou comentar o assunto. O presidente da Fifa participou nesta sexta-feira de um almoço na casa do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). Também estiveram presentes o relator da Lei Geral da Copa, Vicente Cândido (PT-SP), o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), o ministro do Esporte, Aldo Rebelo e o ex-jogador Pelé, que é embaixador da Copa de 2014.
A aprovação da Lei Geral da Copa foi o principal tema do encontro. A Fifa quer que o Congresso ratifique compromissos assumidos pelo governo, como a liberação das bebidas alcoólicas em estádios durante o Mundial. Em entrevista coletiva depois da reunião, Blatter evitou comentar o tema. Já o presidente da Câmara prometeu empenho: "Os acordos precisam ser cumpridos na sua totalidade", disse Maia.
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, manteve o tom de cooperação com a Fifa. "O governo brasileiro vai cumprir todas as garantias que assumiu", garantiu. A venda de bebidas alcoólicas voltou às manchetes nesta semana, quando líderes governistas na Câmara decidiram retirar da Lei Geral da Copa a liberação. O recuo veio no dia seguinte, quando a assessoria jurídica da Casa Civil constatou que o governo havia, sim, assumido o compromisso diante da Fifa.
O novo líder do governo na Câmara, antes contrário à venda de álcool nos estádios, agora diz que vai seguir à risca as ordens do Executivo. "As posições do Brasil estão acima do que possa ser uma opinião pessoal", afirmou. O texto da Lei Geral da Copa pode ser votado pela Câmara na semana que vem. O projeto dá garantias comerciais à Fifa e aos patrocinadores do evento, disciplina a venda de ingressos e estabelece regras para a transmissão dos jogos.
*Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário