Centenas de fieis lotaram a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, nas Quintas, para o Ofício das Trevas e a procissão das Sete Dores de Maria. O ritual dá início aos preparativos para o tríduo pascal - três dias que rememoram a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, conforme a fé cristã - celebrado na Quarta-feira Santa. A celebração remete a tradição do tenebrário, celebrada pela Igreja Católica, durante o período medieval e que foi caindo no esquecimento ao longo do tempo. Na Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, nas Quintas, a tradição permanece inalterada.
Aldair Dantas
Velas colocadas em candelabro de forma triangular iluminam a celebração da Semana Santa
D. Jaime anuncia quatro auxiliares
A igreja ficou às escuras durante todo o rito. As luzes de quinze velas, que compõem o tenebrário, eram as únicas a iluminar o ambiente. A cada Salmo, cantado em latim, uma das 15 velas é apagada até que toda a Igreja fica na penumbra. O ritual, explica o pároco Antônio Cassiano da Silva, ilustra o sentimento de luto e reflexão. "O mundo se encheu de trevas, quando o verdadeiro Sol, Jesus Cristo, morreu. É um convite a reviver esta paixão, morte e ressurreição do Senhor", disse.
O ato passou a ser facultativo na programação da Semana Santa, a partir do Concilio Vaticano II. "O Ofício das Trevas é o resgate do costume católico nos mosteiros da Igreja Medieval", acrescenta o estudante de teologia Celso Eduardo Farias. Embora entre os mais jovens a prática seja desconhecida, para a dona de casa Marileide Silva Ricardo Araújo, o Ofício é um convite a confiar no amor de Deus. "Acho importante participar da Semana Santa, que chama para oração, jejum e que os padres repassem os valores para os mais novos", disse.
Antes do Ofício, foi realizada a Procissão das Sete Dores de Maria, mãe de Jesus. Os fiéis saíram pelas ruas do bairro acompanhando a imagem de Nossa Senhora da Piedade. O Cortejo revive a tristeza da mãe de Jesus durante sete passagens biblicas. A cada parada durante o percurso os participantes são convidados a meditar sobra a Profecia de Simeão; a fuga para o Egito, a perda de Jesus no Templo, o Encontro entre Maria e Jesus carregando a cruz para o calvário; quando a mãe assiste a morte na cruz; o momento em que a lança transpassa o coração de Jesus e o sepultamento do filho.
*Tribuna do Norte
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