*O Mossoroense
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Problemas gerados pela estiagem refletem no aumento do preço do feijão verde e do milho
Com o quadro de seca instaurado na região, não só os agricultores têm sofrido com a situação, os consumidores também sentem de perto os efeitos da estiagem. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mossoró informou que mais de 90% da safra de milho e feijão foi perdida este ano, em decorrência disso houve um aumento do preço desses produtos que variam entre R$ 3,70 e R$ 8.
De acordo com a consumidora Maria de Fátima, a venda de feijão verde diminuiu bastante devido ao aumento de preço do produto, que chega a custar de R$ 5 a 7 o quilo.
"Muitos clientes quando vêm à Cobal reclamam do preço do feijão, mas eles deveriam entender que a culpa não é nossa. A gente não tem recebido a mesma quantidade de cereal que recebia nos anos anteriores, sem falar que diante da dificuldade de se obter o produto os fornecedores também aumentaram o seu preço, se não cobrarmos esse valor não teremos lucro algum", disse a vendedora.
Segundo a consumidora Francisca das Chagas, o preço do feijão tem alternado bastante dependendo do local, entre os estabelecimentos mais caros estão os supermercados de um modo geral. "Costumava comprar feijão, mas nestes últimos anos o preço aumentou muito. Em alguns supermercados da cidade as pessoas podem pagar R$ 8 pelo quilo do produto, é um absurdo", disse Francisca.
A situação não é diferente em relação ao milho, como esclarece Francisco Lobo Maia, mais conhecido como Lobão do Milho Verde.
"As vendas caíram de 20 a 30% em relação ao ano passado. Além da clientela diminuir, os fornecedores aumentaram o preço do produto. Atualmente estamos vendendo cinco espigas de milho a R$ 2, mas os supermercados têm vendido a mesma quantidade de espigas por R$ 3,70. Em 25 anos de vendas, a gente nunca tinha passado por um período tão ruim. Mas esperamos que no São João a nossa situação melhore".
Gerências da Agricultura, Defesa Social e Saúde traçam ações para minimizar os feitos da seca
Para minimizar os efeitos da seca, a Gerência de Agricultura, Abastecimento e Recursos Hídricos, em parceria com a Gerência da Defesa Social e a Gerência da Saúde, têm desenvolvido ações junto aos agricultores da região. Uma dessas medidas é a manutenção preventiva e reparadora das adutoras presentes nas comunidades rurais do município, que tem como objetivo intensificar o abastecimento de água na zona rural neste período.
Segundo o gerente de Agricultura, Rondinelli Carlos, a estiagem se mantém igual em todas as 130 comunidades rurais que fazem parte do município. "Tive a oportunidade de visitar mais de 50 comunidades, e o que pude perceber é o mesmo problema em todas elas, a falta de água destinada não apenas para o consumo humano, mas também para regar o plantio e matar a sede do gado", disse o gerente.
Tentando solucionar o problema, as equipes técnicas da Gerência têm visitado diariamente as comunidades rurais com o intuito de averiguar o serviço de abastecimento. "Vamos realizar vistorias buscando manter a excelência dos serviços prestados. Com a estiagem, percebemos a necessidade de fazer esses reparos para manter a distribuição de água regular", disse Rondinelli.
O gerente ainda destacou que a manutenção dos poços públicos requer uma atenção maior, devido à diminuição da oferta de água por causa da seca. "A recomendação é que não aconteça interrupção da água potável para as comunidades. A gestão municipal se esforçará para minimizar os transtornos pela ausência de chuvas neste período".
Outra forma de ajudar aos agricultores a superarem essa fase de estiagem e obterem condições de permanecer no campo é o benefício concedido pelo 'Seguro Safra'. No mês de maio será finalizado o lado que atesta se de fato as plantações sofreram prejuízo de mais de 50%, estando desta forma aptas a receber o recurso.
"Infelizmente, diferente do ano passado, que a safra foi excelente, a estimativa é que mais de 70% da safra foi perdida este ano. Diante dessa situação os agricultores que este ano participaram do projeto, isto é, cerca de 1.511 lavradores receberão o benefício do seguro. O pagamento será realizado em cinco parcelas de R$ 136, e ajudará ao homem do campo a exercer suas atividades de forma digna", declarou Rondinelli.
A Gerência de Defesa Social informou que ontem seria finalizado o Plano de Contingência, direcionado para situações de seca no município. As ações foram compostas levando-se em conta o mapeamento de todas as áreas e localidades afetadas pela estiagem.
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