Atacante desperdiça o terceiro pênalti consecutivo, mas Danilo faz 1 a 0 e coloca Alviverde com folga nas quartas de final da Copa do Brasil
por Julyana Travaglia
Enganou-se quem imaginou que a partida do Palmeiras contra o Santo André, último colocado do Campeonato Paulista, seria fácil. Na tarde desta quinta-feira, no Pacaembu lotado, o Alviverde venceu o Ramalhão por 1 a 0 - 3 a 1 nos resultados agregados - e avançou às quartas de final da Copa do Brasil. Mas para conseguir a vitória magrinha, o time de Luiz Felipe Scolari sofreu.
O gol de Danilo, após cobrança de escanteio, só saiu aos 32 minutos (veja no vídeo a cima). E a chance de ampliar o placar, depois de várias oportunidades perdidas, apareceu novamente em cobrança de pênalti. Como na partida anterior, quando perdeu duas cobranças, Kleber voltou a errar. Desta vez, o Gladiador parou no travessão de Neneca. Susto dos palmeirenses, mas nada que abalasse a festa criada no Pacaembu, com mais de 33 mil torcedores.
Agora, o Palmeiras volta seus olhares para outra decisão. No domingo, às 18h30, em jogo único, o time decide uma vaga nas semifinais do Campeonato Paulista contra o Mirassol, também no Pacaembu. E à distância acompanha a definição do seu rival na Copa do Brasil - o Coritiba fez 4 a 0 sobre o Caxias no primeiro jogo e joga a segunda partida no próximo dia 28, fora de casa.
Valdivia disputa bola. O jogo foi truncado principalmente no primeiro tempo (Foto: Ag. Estado)
Jogo truncado no Pacaembu
Com a vantagem de poder perder por 1 a 0 e ainda avançar na competição, o Palmeiras evitou ficar atrás logo nos primeiros momentos de disputa. Apoiado por mais de 33 mil torcedores, que pintaram as arquibancadas do Pacaembu de verde e branco, o time de Luiz Felipe Scolari foi logo para cima para não correr o risco de levar sufoco da equipe do ABC paulista. Mas os arremates dos palmeirenses não eram dos melhores.
Apesar de ter tido maior posse de bola durante o primeiro tempo, foram poucas as chances claras de gol para o lado palmeirense. Aos 14 minutos, por exemplo, Kleber conseguiu recuperar uma bola perdida e cruzou para a área. Ninguém estava lá para completar para a rede. Aos 21, o Gladiador chutou cruzado novamente e Luan falhou no complemento para o gol.
Enquanto o Palmeiras tinha dificuldades para ampliar a sua vantagem, o Santo André sofria para furar a defesa do time mandante. Thiago Heleno e Danilo, que ainda não foram derrotados jogando juntos. Até antes desta partida eram 12 jogos – oito vitórias e quatro empates. Rychely, sempre com velocidade, era o que mais aparecia perto dos defensores. Mas, ainda assim, muito distante de Deola.
Aos 42, Luan tentou novamente vencer Neneca. Depois da arrancada pelo lado direito, o atacante ficou frente a frente com o goleiro do Ramalhão, mas o arqueiro levou a melhor. E o 0 a 0 persistiu no placar.
- É normal do jogo que os dois queiram ganhar e por isso a partida fica truncada. Eles estão rebaixados do Paulista, mas estão dando tudo porque esta é a única competição que têm para jogar – avaliou Marcos Assunção.
Sem Thiago Heleno no segundo tempo, que precisou deixar o jogo por sentir um desconforto na perna direita, Felipão colocou Leandro Amaro. E logo na primeira bola, Deola levou um susto. Aos 3 minutos, Gilberto cruzou na área e Célio Codó cabeceou forte. O camisa 22 precisou fazer grande defesa para salvar a equipe.
A resposta palmeirense veio logo no minuto seguinte, mas, como no primeiro tempo, com um erro. Luan fez tudo direitinho no começo da jogada: tirou do zagueiro e limpou para ficar na cara de Neneca. Mas o chute foi para fora, longe da meta do Ramalhão, o que levou Felipão e mais de 30 mil torcedores à loucura.
Com o excesso de erros na frente, um só grito começou a ecoar no Pacaembu. Aos berros, os torcedores pediam Wellington Paulista. Enquanto ele não entrava, Célio Codó dava trabalho ao sistema defensivo palmeirense. A cada bola alçada na área para o grandalhão, os palmeirenses levavam as mãos à cabeça nas arquibancadas. O sossego só veio quando o atacante do Ramalhão foi substituído, visivelmente exaurido.
Com a saída de Cicinho, também machucado, Felipão precisou contrariar a torcida e colocar um volante. João Vitor passou a atuar pelo lado direito, enquanto Wellington Paulista aquecia atrás do gol de Neneca. De lá, o atacante viu Marcos Assunção cobrar falta, aos 29 minutos, e parar na barreira, facilitando o trabalho para o goleiro do Santo André.
Somente aos 31 minutos Felipão atendeu aos pedidos dos palmeirenses e chamou Wellingoton Paulista. Mas antes que ele pudesse entrar, o Alviverde resolveu o jogo, ao seu estilo. Depois de cobrança de escanteio no primeiro posto, aos 32, Danilo desviou e conseguiu, finalmente, vencer Neneca. O 1 a 0, somanda aos 2 a 1 conquistado no ABC paulista há uma semana, complicava ainda mais a situação do Ramalhão. E trazia um certo alívio aos que vestiam verde e branco.
Aos 38, Kleber foi derrubado na área por Rychely. O pênalti era também um reencontro entre o atacante e Neneca, que na primeira partida viu o Gladiador desperdiçar duas batidas. E o mesmo aconteceu na tarde desta quinta-feira, no Pacaembu. A bola do camisa 30 foi parar no travessão. Mas não acabou com os gritos de olé da torcida - adversário superado com duas vitórias e vaga carimbada para as quartas de final da Copa do Brasil.
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