terça-feira, 16 de agosto de 2011

PMDB cogita Jobim como presidenciável só em 2018, diz presidente do partido

Maurício Savarese
Do UOL Notícias
Em Brasília

Nelson Jobim (PMDB), ex-ministro da Defesa

Apesar de tentativas anteriores, da aproximação com governistas e oposicionistas e de ter até recentemente sido ministro da Defesa, Nelson Jobim teria chances de ser candidato ao Palácio do Planalto pelo PMDB apenas em 2018, quando terá 72 anos de idade.

Isto é, se ele se eleger prefeito de Porto Alegre e depois, governador do Rio Grande do Sul. É essa avaliação do presidente da legenda, senador Valdir Raupp (RO), em entrevista ao UOL Notícias.

Para Raupp, Jobim “é uma liderança forte no partido, junto com o vice-presidente Michel Temer e o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral”, por ter “peso e nome”.

Mas buscar o Palácio do Planalto depende da vontade do agora ex-ministro, que deixou o cargo rompido com a presidente Dilma Rousseff, e do “sucesso nessas empreitadas em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul”. “Aí ele passa para a disputa da Presidência da República em 2018”, afirmou.

O presidente do PMDB rejeita a ideia de que colocar nomes do partido como presidenciáveis sirva também para pressionar Dilma a atender mais anseios da legenda, que deu a ela seu vice.

“Todo partido sonha em ter lideranças para disputar a Presidência. O PMDB ficou muito tempo sendo coadjuvante de outros partidos, mas já está na hora de pensar nisso”, disse Raupp. Ele afirmou não defender a candidatura de nenhum correligionário até o momento.

Jobim deixou o governo depois de uma série de comentários públicos que desagradaram Dilma. A presidente só o manteve no cargo por influência do antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.

Entre os atritos, o ex-ministro disse ao programa “Poder e Política – Entrevista”, do UOL e da “Folha de S.Paulo”, que votou em José Serra (PSDB) nas eleições presidenciais. À revista Piauí, criticou as colegas Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais).

Questionado sobre se Dilma poderia apoiar Jobim como candidato a qualquer cargo depois das rusgas que tiveram, Raupp riu. “Seria demais. Ela já terá um nome dela em 2018. Mas tudo é possível”, afirmou.

Para conquistar apoios, Jobim terá de fazer como Lula e “correr o país todo”, segundo Raupp. “Ele é um homem determinado. Se ele tiver vontade e disputar, vai se colocar para a disputa. É assim que se constrói um nome para votação”, afirmou.

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