EÓLICA
Pela terceira vez consecutiva, o Rio Grande do Norte é líder em número de projetos eólicos habilitados a participar dos leilões de energia agendados para 17 e 18 de agosto. Dos 240 projetos de parques eólicos habilitados em todo o país, 75 (31,25%) estão no Rio Grande do Norte - estado que conseguiu aprovar 64,6% dos projetos inscritos nos dois leilões. A oferta de energia no RN chega a 1.989 MW - 32,86% do total habilitado. O Rio Grande do Sul, segundo colocado, responde por 24% do total de energia eólica ofertada.
emanuel amaral
Para viabilizar projetos já aprovados, o Estado terá de investir em infraestrutura, aprimorar a logística e agilizar licenças ambientais
A tendência, segundo Jean Paul Prates, ex-secretário estadual de Energia e atual presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), é que o RN seja, mais uma vez, líder em projetos vencedores. "Quem tem mais projetos habilitados, tem mais chance de vencer", justifica. Habilitar 75 dos 116 projetos inscritos nos dois leilões, segundo Prates, é reflexo do trabalho desenvolvido ao longo de vários anos no estado. "Significa que empresas e o governo trabalharam bem". A fase de habilitação é a etapa em que é feita a conferência de documentos jurídicos, institucionais e técnicos, como licenças, dos projetos inscritos
Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Benito Gama, é necessário esperar o leilão para ver se a posição do RN como líder se consolida. "Leilão é leilão. Nunca se sabe o resultado", justificou. Para Prates, a liderança no número de projetos vencedores, se consolidada, aumenta a responsabilidade do Rio Grande do Norte. "Não dá para dormir sobre este berço esplêndido. O Estado tem que trabalhar muito". Segundo ele, a liderança do estado o torna um modelo para todo o país. "Se as ações implementadas no RN forem boas, elas serão copiadas pelos outros estados. Se forem ruins, serão criticadas. Tudo está sendo vigiado: logística, infraestrutura, impacto social nas comunidades".
Para viabilizar todos os projetos aprovados, que sairão do papel num período muito próximo, o estado terá que investir em infraestrutura, aprimorar a logística e agilizar o processo de licenciamento de parques eólicos, considerados gargalos pelos investidores.
Segundo Prates, os maiores 'gargalos' no RN são a logística (dividida em transmissão de energia e transporte de peças) e qualificação da mão de obra local. "É preciso qualificar mão de obra local para que potiguares assumam as novas vagas. Treinar não basta. É preciso consolidar esse mercado de trabalho, como ocorreu com a cadeia de Petróleo e Gás".
Além das eólicas, os leilões terão a participação de projetos de termelétricas movidas à biomassa (principalmente de cana-de-açúcar), térmicas a gás natural e pequenas centrais hidrelétricas, além da ampliação da usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira. Ao todo, foram habilitados 321 projetos (240 só de eólicas). A maioria participará dos dois leilões. No caso do leilão A-3, os vencedores começarão a gerar energia em 1º de março de 2014. Já os vencedores do Leilão de Reserva começarão a gerar energia eólica em 1º de julho de 2014.
Preço-teto
O 'preço-teto' da energia eólica estipulado para os leilões de energia A-3 e de Reserva de Energia, como divulgou a Tribuna do Norte em 20 de julho, tem preocupado alguns investidores, entre eles, Dionisio Fernández Auray, CEO (espécie de editor executivo) da Gestamp Wind, empresa que conseguiu homologar todos os 11 projetos inscritos - sete deles previstos para o RN. A expectativa é que o preço final caia até 15% do que o estipulado. Nos últimos três leilões com projetos eólicos, o preço caiu mais de 20%. Para investidores como Auray, produzir energia eólica deixará de ser atrativo, se o preço médio do leilão ficar muito abaixo do estipulado. Para o leilão A-3, o preço-teto da energia foi estipulado em R$ 139/MWh. Para o leilão de energia de reserva, em R$ 146/MWh. Em 2009, por exemplo, o preço-teto foi R$189 MW/h. O preço médio do leilão, entretanto, ficou em R$148,39 MW/h (21,49% menor que o máximo estabelecido). Em 2010, o preço-teto foi R$167 MW/h. O preço médio do leilão, entretanto, ficou em R$122,69 MW/h (26,53% menor que o estabelecido).
Usinas eólicas são destaque do leilão de energia para 2014
Brasília (ABr) - A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) habilitou 321 projetos para participar dos próximos leilões de energia marcados para os dias 17 e 18 deste mês. O destaque ficou para a quantidade de projetos de implantação de usinas eólicas (que usam a força dos ventos para produzir eletricidade). Dos 14 mil megawatts (MW) de potência instalada habilitados, 6 mil MW podem ser ofertados pelas 240 usinas eólicas cujos projetos foram apresentados para participar dos leilões. Os leilões de energia visam à contratação de fornecimento a partir de 2014.
Além das usinas movidas por aerogeradores (eólicas), também foram habilitados dez projetos para produção de energia por usinas térmicas a gás natural, que somam 4.388 MW de potência instalada. As 43 plantas térmicas à biomassa (principalmente bagaço de cana-de-açúcar) habilitadas, a maioria em São Paulo, ofertarão mais 2,7 mil MW.
No dia 17, o leilão será aberto a todas as fontes de energia. Já o leilão do dia 18 é exclusivo para contratação de energia reserva e é limitado aos projetos de usinas eólicas e de biomassa. A maioria dos projetos habilitados pela EPE vão disputar os dois leilões. A maioria dos projetos eólicos será implantada nos estados do Nordeste, enquanto as termelétricas à gás predominam nos estados do Rio e Maranhão.
Apenas um empreendedor se habilitou para participar do leilão do dia 17 com oferta de energia hidrelétrica. É o projeto de ampliação da Usina Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia, que vai agregar à planta mais 450 MW. Já as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) vão participar do leilão com 27 projetos que somam 443 MW de potência instalada. Os editais dos dois leilões estão disponíveis na página da Agência Nacional de Energia Elétrica na internet.
Eletrobras investirá R$ 7 bi em energia
São Paulo (AE) - O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, afirmou que a estatal e suas coligadas planejam investir R$ 7 bilhões até 2013 para reforçar as instalações da rede básica do grupo, que inclui ativos de transmissão e geração. Segundo o executivo, o objetivo desse investimento é que as instalações da companhia atentam ao critério de segurança denominado N-1. Por esse critério, quando uma linha de transmissão sai do sistema é automaticamente substituída por outra, sem que haja falta de energia.
"Queremos com esses investimentos minimizar o máximo possível o desligamento da rede, e, se houver desligamento, que não haja interrupção do fornecimento para o consumidor. E, ainda, se houver interrupção que seja restabelecida a energia o mais rápido possível", disse o executivo. De acordo com Carvalho Neto, grande parte da rede básica operada pela Eletrobras já atende ao critério de segurança N-1. O executivo, contudo, não disse qual o porcentual e também não detalhou onde serão feitos os investimentos.
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