No dia 20 de novembro de 2005, o América empatava com o Ipatinga por 0x0 e garantiu seu retorno para a série B do Brasileiro do ano seguinte. Seis anos depois, o alvirrubro volta a decidir uma vaga na segunda divisão do brasileiro. Mas, dessa vez, um empate não resolve para a equipe potiguar. O único resultado que importa na partida de hoje, é uma vitória sobre o Paysandu. Do atual elenco rubro, o único jogador que esteve naquela partida, é o goleiro Fabiano. E, o experiente jogador dá dicas para que o time conquiste mais esse acesso. "É uma decisão. Lógico que a parte tática e técnico conta, mas, vale muito mais o coração, é a vontade de vencer, a determinação. Quem tiver o psicológico forte e quem errar menos é que vai sair vitorioso", alerta.
Rodrigo Sena
Presente nas duas ascensões anteriores, fabiano ajuda o América hoje em uma nova tentativa
Já em 2006, o América arrancou outro empate, dessa vez contra o Atlético/MG, no Mineirão lotado, pela última rodada da série B e conquistou a quarta e última vaga para a série A. O time estava perdendo por 2x1 e o atacante Max entrou em campo para empatar a partida e confirmar o ascensão do América. " A vontade é a mesma ou até maior que a de 2006. É uma expectativa grande de poder fazer um ótimo jogo. Quero representar bem a camisa do América", revelou o atacante.
Se, nas duas últimas ocasiões que o América conseguiu o acesso, o time precisava apenas um empate, dessa vez, só a vitória interessa. Mas, mesmo que a vantagem de jogar pela igualdade no placar fosse a equipe potiguar, o time iria entrar para conquistar a vitória. É o que garante o centroavante alvirrubro. "Mesmo que nosso time não precisasse vencer, tenho certeza que os jogadores iriam entrar em campo determinados a conquistar uma vitória. E, é assim que tem que ser. Mas, com inteligência e sabedoria para atacar no momento certo", finalizou.
O torcedor americano se acostumou a comemorar as grandes conquistas do América no estádio Machadão. Como Natal vai ser sede da Copa do Mundo de 2014, a praça esportiva de Lagoa Nova teve que ser demolida para dar lugar a moderna Arena das Dunas. Com isso, o time rubro teve que procurar outra casa para mandar seus jogos na série C do Brasileiro desse ano. Depois de algum suspense na decisão do clube em que local jogar, a decisão pelo estádio José Nazareno, em Goianinha, vem se mostrando a mais acertada possível. Em seis partidas disputadas no interior do Rio Grande do Norte, o alvirrubro não sabe o que é perder. Foram três vitórias e três empates. A torcida foi um dos grandes diferencias do time, que sempre lotou o Nazarenão.
Agora, no último jogo do América na temporada, que veio a ser o mais importante, já que o time precisa vencer para conseguir o acesso de volta à serie B do Brasileiro em 2012, os jogadores esperam contar com o apoio em massa dos seus torcedores. "Aqui fizemos as nossas melhores partidas, sempre contando com o apoio da nossa torcida. Eles sempre nos empurraram dentro de campo e tenho certeza que contra o Paysandu não será diferente. O estádio tem que estar lotado", pediu o meio campo Mazinho, um dos destaques do time dentro da competição.
O volante Nata, que começou a competição como reserva e acabou conquistando a vaga, sabe da importância da torcida lotando as arquibancadas do Nazarenão. Mas, segundo o atleta, é preciso que os americanos tenham um pouco de paciência, já que a partida é considerada uma decisão pelos dois times.
"É sempre bom decidir em casa, do lado da nossa torcida e no estádio que sempre conseguimos conquistar bons resultados. Mas, eles precisam ter um pouco de paciência com a nossa equipe. Vamos dar tudo que podemos dentro de campo, para buscar a vitória e com isso, o acesso para a série B", pediu o volante americano.
Com apenas 20 anos de idade, o zagueiro Fábio Sanches pode conquistar o primeiro acesso na sua curta carreira como jogador de futebol. Para se ter uma ideia, na última vez que o América conseguiu subir de divisão dentro de campeonato brasileiro, em 2006 da série B para a série A, o jogador tinha apenas 14 anos, atuando nas categorias de base do Paulista. "Hoje estou aqui podendo fazer história no clube e espero conseguir esse acesso. Esse é o jogo da vida de todos os jogadores aqui do América", afirmou.
Assim como o América foi surpreendido no jogo contra o Paysandu, no estádio Curuzu, em Belém/PA, por não conhecer o local da partida, o zagueiro Rodrigão acha que a equipe paraense vai sentir dificuldades por não conhecer o Nazarenão.
"Quando fomos jogar contra eles em Belém, não conhecíamos o estádio deles. A torcida fazia uma pressão imensa e não conhecíamos também o gramado. Foi uma surpresa para todos nós. Tenho certeza de que o fato deles não conhecerem o Nazarenão vai nos ajudar sim", previu Rodrigão.
Flávio Araújo já eliminou o Paysandu
Quando conquistou o acesso para a série B de 2010, comandando o Icasa/CE, o técnico Flávio Araújo teve o mesmo Paysandu de hoje, no caminho para a segunda divisão. O jogo foi válido pelas quartas de finais da competição e em duas partidas, conseguiu uma vitória jogando fora de casa e um empate como mandante do jogo. A fórmula de disputa da competição mudou, mas as duas equipes já se encontraram nesse fase, com uma vitória dos paraenses por 1x0, no estádio da Curuzu, em Belém do Pará. Agora, bastante o América devolver o mesmo placar, para Flávio, mais uma vez, frustrar as pretensões do Papão em retornar para a série B.
"Coincidentemente tivemos um confronto contra o Paysandu em 2009 e conseguimos obter êxito com o Icasa. E agora, mais uma disputa contra eles. Sei que a situação é diferente e confio muito no meu time. O grupo está compromissado, realmente motivado e vamos fazer de tudo para conseguir esse acesso", afirmou Araújo.
Depois de muitos obstáculos vencidos dentro da série B, incluindo uma paralisação do campeonato, o comandante alvirrubro revelou que o América conseguiu formar um grupo de muita qualidade. "Para formar um grupo vencedor, temos que ter um algo mais e esse elenco que formamos, tem esse diferencial. Os atletas estão conscientes de que precisam se doar na parte técnica, na parte física, na aplicação dentro de campo, porque, tudo que fizemos nesses últimos quatro meses de competição, vai ser colocado a prova contra o Paysandu", disse.
O treinador falou o que espera do adversário na partida de logo mais. "O momento de turbulência do Paysandu já passou. Eles estão vindo de uma vitória contra o Luverdense e estão tranquilos. É um time com jogadores rápidos do meio para frente, com laterais que se apresentam para o jogo. É um time bom, assim como o do América", concluiu.
*Tribuna do Norte
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