Rodrigo Sena

Agora, o alvinegro vai fazer suas três últimas partidas na competição, longe de Natal. O próximo compromisso é contra o Barueri, sábado, em São Paulo. Com 47 pontos, o ABC precisa de mais dois para se livrar da queda.
Logo no primeiro lance de ataque, falta para o ABC. Na cobrança, Pio chutou de longe, direto pela linha de fundo. O Tricolor da Vila respondeu apenas aos cinco minutos, com Dinélson, também de bola parada, cruzando na área e quase surpreendendo o goleiro Wellington. O jogo era corrido, mas sem grandes lances de perigo, com as ações se concentrando no meio-campo. Aos poucos o time da casa se mostrava mais arrumado e tentava pressionar. Aos 12 minutos, Cascata recebeu na área e parou nas mãos de Zé Carlos, que deixou a meta para defender. Mas, aos 17 minutos, Pio fez o cruzamento, a zaga paranista não afastou e Leandrão desviou de cabeça para as redes. Aos 20 minutos, Leonardo subiu com liberdade na área e quase ampliou.
O ABC dominava as ações, empurrado pelo torcedor. Dinélson tentava desequilibrar pelo Paraná. Aos 33 minutos, o meia chutou de fora da área, com muito perigo, para fora. Aos 36 minutos foi a vez de Lins arriscar o chute para outra boa intervenção de Zé Carlos. Na saída do intervalo, o volante Sílvio reclamou com o árbitro e foi expulso, causando uma confusão no meio-campo. A polícia teve que intervir para contornar a situação.
Na segunda etapa, Douglas Packer voltou o lugar de Dinélson, em uma tentativa de arrumar o meio-campo do Tricolor. Porém, a pressão era dos donos da casa, com superioridade numérica. O Paraná mostrava muita disposição para superar as dificuldades e, aos 12 minutos, depois de escanteio cobrado por Marquinho, a bola sobrou com Cambará, que tentou duas vezes antes de balançar as redes. Depois do gol, o técnico Guilherme Macuglia resolveu fechar o time com a entrada de Éverton Garroni. Tentando aproveitar o gramado escorregadio por conta da chuva, Jérson chutou de longe, aos 22 minutos, e Zé Carlos seguiu firme.
Com uma entrada violenta, Pio recebeu cartão vermelho e também foi mais cedo para o chuveiro. Aos 35 minutos, Leandrão girou na entrada da área e carimbou a defesa. Aos 39, Lins partiu para a jogada individual e o chute passou por todo mundo. No rebote, o próprio atacante arrematou para fora.
Portuguesa empate e é campeã depois de 38 anos
A Portuguesa, que em campo é "sempre um time campeão", como diz a letra de seu hino, conquistou o título nacional que faltava à sua galeria de glórias. Sem depender de ninguém, como foi em toda sua história, mas com uma boa dose de sufoco e sofrimento, a Lusa empatou em 2 a 2 com o Sport no Canindé e se tornou campeã brasileira da Série B. A festa no Canindé foi escondida até o último momento, mas assim que o paranaense Heber Roberto Lopes trilou o apito final, a torcida não se conteve e cantou emocionada o grito preso na garganta desde 1973 quando, de acordo com Luís Iaúca, a equipe havia faturado seu último título digno de comemoração.
Autor do gol do empate diante do Sport, que havia aberto o placar com Montoya logo aos três minutos, Marco Antônio foi um dos personagens principais da conquista e podia ter levantado a sonhada taça diante das lágrimas de quase 15 mil apaixonados torcedores no Canindé, mas a Lusa foi cautelosa e guardou essa festa para mais tarde. Na partida, ainda houve tempo para Luís Ricardo dançar o vira, mas Robston deixar tudo igual mais uma vez, o que não impediu a comemoração.
Premiada pela campanha impecável, a Portuguesa pode enfim soltar o grito e vibrar o retorno à elite do futebol brasileiro, lugar de times grandes e cheios de tradição como ela própria é. 20 vitórias, 12 empates e apenas três derrotas não é, de fato, para qualquer um. Apenas para os grandes.
Os minutos finais da partida foram dramáticos, já que o Sport tinha três atacantes e corria contra o tempo por uma vitória, última chance de ainda brigar por uma vaga na Série A em 2012. O volante Guilherme ainda saiu de campo sangrando para a entrada do zagueiro Jaime, que segurou como podia e evitou que o time pernambucano sonhasse atingir o patamar da Lusa na próxima temporada.
A Portuguesa permaneceu muito mais tempo com a bola na primeira etapa, e criou chances de gol claríssimas, ao contrário do Sport. O único empecilho do time paulistano para ir ao intervalo confiante no título é que os visitantes surpreenderam e marcaram logo aos três minutos de jogo, sem que ninguém tivesse no campo de ataque do adversário.
O gol não esmoreceu a torcida da Lusa, que continuou cantando e incentivando o time, mas deixou o time visivelmente abalado, tanto que houve certa demora até que conseguisse encaixar alguma jogada ofensiva relevante.
Náutico vence de virada e fica mais perto do acesso
O Náutico deu um susto na torcida, mas apenas para justificar o nome de seu estádio. Após deixar os torcedores aflitos ao ir para o intervalo perdendo por 1 a 0 para o Grêmio-SP, com gol de Marcelinho, o clube virou o placar com apenas dez minutos do segundo tempo, por meio de Derley e Kieza, e deixou muito bem encaminhada sua volta à Série ª Com o resultado, o Timbu seguena vice-liderança e chega a 62 pontos conquistados, abrindo oito de diferença para o Vitória, quinto colocado da competição, enquanto os paulistas, com 47, ficam em 11º.
Na próxima rodada, os alvirrubros visitam o São Caetano, precisando apenas de uma vitória para sacramentar o seu retorno à Série A. Já o time de Barueri, que não almeja mais nada no torneio, enfrenta o não menos desinteressado ABC, dentro de casa.
VITÓRIA
O Americana pressionou durante os 90 minutos, criou praticamente todas as oportunidades da partida, mas esbarrou no goleiro Douglas e não conseguiu levar a melhor diante de um Vitória fragilizado. O 0 a 0 não resolve nada para ninguém, já que tira o time baiano do G-4 e deixa os anfitriões mais distantes do acesso. Completando sua oitava partida sem vitória, o Americana só conseguiu atingir os 53 pontos, dois a menos que o Bragantino, que venceu o Salgueiro e passou a ocupar a vaga dentro do G-4 que nem Americana e nem Vitória pareciam querer com um duelo até certo ponto apático. O time baiano fica com 54, ainda no bolo, mas desmotivado pelo resultado fora de casa.
Diante de um Americana impetuoso e corajogo, o Vitória não teve nenhuma chance real de marcar, ao passo que o time da casa desperdiçou várias com Marcinho, o motor do setor ofensivo, e o pouco calibrado Clodoaldo, que também passou em branco. A expulsão de Preto, nos últimos minutos da primeira etapa comprometeu seriamente a atuação do Vitória, que só torceu para o tempo passar até o apito final.

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