quarta-feira, 9 de novembro de 2011

ABC decepciona no Frasqueirão

A torcida do ABC compareceu em peso, lotado quase todo o estádio Frasqueirão, atendendo aos pedidos da direção alvinegra, para incentivar o time, nesta que seria a última partida do clube na série B do Brasileiro jogando em casa. Uma vitória praticamente livrava ABC do rebaixamento. Mas, dentro de campo, os jogadores não conseguiram retribuir toda ajuda vinda das arquibancadas e não passou de empate contra o Paraná, por 1x1, e segue sua luta para escapar do da degola. Os gols foram marcados por Leandrão, para os donos da casa, no primeiro tempo, enquanto Cambará empatou na etapa final. Ao término da partida, os torcedores vaiaram a equipe comandada por Leandro Campos.

Rodrigo Sena
Depois de sete jogos sem marcar, o atacante Leandrão quebrou o jejum, mas não foi o suficiente para o ABC derrotar o Paraná

Agora, o alvinegro vai fazer suas três últimas partidas na competição, longe de Natal. O próximo compromisso é contra o Barueri, sábado, em São Paulo. Com 47 pontos, o ABC precisa de mais dois para se livrar da queda.

Logo no primeiro lance de ataque, falta para o ABC. Na cobrança, Pio chutou de longe, direto pela linha de fundo. O Tricolor da Vila respondeu apenas aos cinco minutos, com Dinélson, também de bola parada, cruzando na área e quase surpreendendo o goleiro Wellington. O jogo era corrido, mas sem grandes lances de perigo, com as ações se concentrando no meio-campo. Aos poucos o time da casa se mostrava mais arrumado e tentava pressionar. Aos 12 minutos, Cascata recebeu na área e parou nas mãos de Zé Carlos, que deixou a meta para defender. Mas, aos 17 minutos, Pio fez o cruzamento, a zaga paranista não afastou e Leandrão desviou de cabeça para as redes. Aos 20 minutos, Leonardo subiu com liberdade na área e quase ampliou.

O ABC dominava as ações, empurrado pelo torcedor. Dinélson tentava desequilibrar pelo Paraná. Aos 33 minutos, o meia chutou de fora da área, com muito perigo, para fora. Aos 36 minutos foi a vez de Lins arriscar o chute para outra boa intervenção de Zé Carlos. Na saída do intervalo, o volante Sílvio reclamou com o árbitro e foi expulso, causando uma confusão no meio-campo. A polícia teve que intervir para contornar a situação.

Na segunda etapa, Douglas Packer voltou o lugar de Dinélson, em uma tentativa de arrumar o meio-campo do Tricolor. Porém, a pressão era dos donos da casa, com superioridade numérica. O Paraná mostrava muita disposição para superar as dificuldades e, aos 12 minutos, depois de escanteio cobrado por Marquinho, a bola sobrou com Cambará, que tentou duas vezes antes de balançar as redes. Depois do gol, o técnico Guilherme Macuglia resolveu fechar o time com a entrada de Éverton Garroni. Tentando aproveitar o gramado escorregadio por conta da chuva, Jérson chutou de longe, aos 22 minutos, e Zé Carlos seguiu firme.

Com uma entrada violenta, Pio recebeu cartão vermelho e também foi mais cedo para o chuveiro. Aos 35 minutos, Leandrão girou na entrada da área e carimbou a defesa. Aos 39, Lins partiu para a jogada individual e o chute passou por todo mundo. No rebote, o próprio atacante arrematou para fora.

Portuguesa empate e é campeã depois de 38 anos

A Portuguesa, que em campo é "sempre um time campeão", como diz a letra de seu hino, conquistou o título nacional que faltava à sua galeria de glórias. Sem depender de ninguém, como foi em toda sua história, mas com uma boa dose de sufoco e sofrimento, a Lusa empatou em 2 a 2 com o Sport no Canindé e se tornou campeã brasileira da Série B. A festa no Canindé foi escondida até o último momento, mas assim que o paranaense Heber Roberto Lopes trilou o apito final, a torcida não se conteve e cantou emocionada o grito preso na garganta desde 1973 quando, de acordo com Luís Iaúca, a equipe havia faturado seu último título digno de comemoração.

Autor do gol do empate diante do Sport, que havia aberto o placar com Montoya logo aos três minutos, Marco Antônio foi um dos personagens principais da conquista e podia ter levantado a sonhada taça diante das lágrimas de quase 15 mil apaixonados torcedores no Canindé, mas a Lusa foi cautelosa e guardou essa festa para mais tarde. Na partida, ainda houve tempo para Luís Ricardo dançar o vira, mas Robston deixar tudo igual mais uma vez, o que não impediu a comemoração.

Premiada pela campanha impecável, a Portuguesa pode enfim soltar o grito e vibrar o retorno à elite do futebol brasileiro, lugar de times grandes e cheios de tradição como ela própria é. 20 vitórias, 12 empates e apenas três derrotas não é, de fato, para qualquer um. Apenas para os grandes.

Os minutos finais da partida foram dramáticos, já que o Sport tinha três atacantes e corria contra o tempo por uma vitória, última chance de ainda brigar por uma vaga na Série A em 2012. O volante Guilherme ainda saiu de campo sangrando para a entrada do zagueiro Jaime, que segurou como podia e evitou que o time pernambucano sonhasse atingir o patamar da Lusa na próxima temporada.

A Portuguesa permaneceu muito mais tempo com a bola na primeira etapa, e criou chances de gol claríssimas, ao contrário do Sport. O único empecilho do time paulistano para ir ao intervalo confiante no título é que os visitantes surpreenderam e marcaram logo aos três minutos de jogo, sem que ninguém tivesse no campo de ataque do adversário.

O gol não esmoreceu a torcida da Lusa, que continuou cantando e incentivando o time, mas deixou o time visivelmente abalado, tanto que houve certa demora até que conseguisse encaixar alguma jogada ofensiva relevante.

Náutico vence de virada e fica mais perto do acesso

O Náutico deu um susto na torcida, mas apenas para justificar o nome de seu estádio. Após deixar os torcedores aflitos ao ir para o intervalo perdendo por 1 a 0 para o Grêmio-SP, com gol de Marcelinho, o clube virou o placar com apenas dez minutos do segundo tempo, por meio de Derley e Kieza, e deixou muito bem encaminhada sua volta à Série ª Com o resultado, o Timbu seguena vice-liderança e chega a 62 pontos conquistados, abrindo oito de diferença para o Vitória, quinto colocado da competição, enquanto os paulistas, com 47, ficam em 11º.

Na próxima rodada, os alvirrubros visitam o São Caetano, precisando apenas de uma vitória para sacramentar o seu retorno à Série A. Já o time de Barueri, que não almeja mais nada no torneio, enfrenta o não menos desinteressado ABC, dentro de casa.

VITÓRIA

O Americana pressionou durante os 90 minutos, criou praticamente todas as oportunidades da partida, mas esbarrou no goleiro Douglas e não conseguiu levar a melhor diante de um Vitória fragilizado. O 0 a 0 não resolve nada para ninguém, já que tira o time baiano do G-4 e deixa os anfitriões mais distantes do acesso. Completando sua oitava partida sem vitória, o Americana só conseguiu atingir os 53 pontos, dois a menos que o Bragantino, que venceu o Salgueiro e passou a ocupar a vaga dentro do G-4 que nem Americana e nem Vitória pareciam querer com um duelo até certo ponto apático. O time baiano fica com 54, ainda no bolo, mas desmotivado pelo resultado fora de casa.

Diante de um Americana impetuoso e corajogo, o Vitória não teve nenhuma chance real de marcar, ao passo que o time da casa desperdiçou várias com Marcinho, o motor do setor ofensivo, e o pouco calibrado Clodoaldo, que também passou em branco. A expulsão de Preto, nos últimos minutos da primeira etapa comprometeu seriamente a atuação do Vitória, que só torceu para o tempo passar até o apito final.

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