Previsão inicial era de chuvas acima da normalidade diante das boas chuvas de janeiro, mas alta temperatura do Oceano Atlântico fazem expectativa diminuir.
Da redação com g1 RN
Por Sérgio Henrique Santos, Inter TV Cabugi
A Empresa de Pesquisa Agropecuária (Emparn) espera chuvas dentro da normalidade no Rio Grande do Norte entre os meses de março, abril e maio.
O anúncio foi feito em uma reunião climática, que teve participação de órgãos e especialistas em meteorologia do Nordeste e do Estado, nesta quarta-feira (23), além de autoridades locais, como a governadora Fátima Bezerra (PT).
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De acordo com o órgão, houve uma mudança na expectativa que era de chuvas acima da normalidade neste período em função da alta temperatura do Oceano Atlântico.
A perspectiva era ainda maior diante do bom cenário ocorrido no mês de janeiro em todo o estado, em que a média chuvosa foi de 144 milímetros quando era esperado 55 milímetros - foi o janeiro mais chuvoso desde 2004.
Quantidade de chuva
De acordo com a previsão apontada pela Emparn, o mês mais chuvoso deste período será abril, com perspectiva de média de 164 milímetros. Março tem previsão de média de 159 mm e maio de 108 mm.
Esses meses, segundo o meteorologista Gilmar Bistrot, são tradicionalmente os mais chuvosos do ano no estado e "contribuem com quase 60% das chuvas que acontecem no interior".
A previsão inicial era de um período ainda mais chuvoso, acima da normalidade.
O quadro pode melhorar e voltar a atingir o patamar anterior caso haja, nesse período, uma diminuição da temperatura no oceano.
"Isso poderá mudar caso o Atlântico Norte apresente uma diminuição da temperatura em torno de meio grau e aí nós teremos situação modificada, podendo sim aumentar as condições de chuva no interior do RN".
Regiões mais afetadas
A Emparn prevê que a Região Leste do RN, que inclui parte do litoral potiguar, incluindo a capital Natal e a Região Metropolitana, será a com maior taxa de chuvas neste período, com um acumulado de 533 milímetros.
A Região Central também é citada pelo meteorologista Gilmar Bistrot, que diz que haverá "alguma dificuldade de chuva na região de Mossoró".
Segundo a previsão da Emparn, a região que menos terá acumulado de chuva nesse período será o Agreste, com 342 mm nos três meses.
Reservatório de água
Para o diretor-presidente do Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn), Auricélio Costa, os dois primeiros meses do ano foram positivos para aumentar o volume de água dos reservatórios potiguares.
Segundo ele, a expectativa de chuvas dentro da normalidade é visto de maneira positiva. O diretor aponta que o nível atual de reservas é de 38% e que a expectativa é de que se atinja os 50% nesse período.
"Tivemos uma série de anos secos. Os reservatórios atualmente estão com 38% das suas reservas e nós esperamos que com essa boa perspectiva de chuva possamos atingir ou passar os 50%. Isso nos dá maior segurança hídrica e maior possibilidade de abastecimento público, bem como maior disponibilidade de água para produção agropecuária, que fortalece o estado", pontuou.
Segundo o meteorologista Gilmar Bistrot, "essa chuva bem distribuída poderá trazer um alívio para os reservatórios. Não vai enchê-los, mas poderá amenizar a situação".
Para a governadora do RN, Fátima Bezerra, que participou da reunião, será um "bom inverno, pincipalmente se a gente comparar com 2021, que foi um ano muito difícil e com chuvas abaixo do normal, inclusive com regiões como a Agreste e Potengi que passaram por muitas dificuldades".
Programa das sementes
Esse período de chuvas mais intensas é esperado e monitorado também para o plantio no interiores do estado. Por conta dessa previsão para os próximos meses, com boa perspectiva, o governo iniciou a distribuição das sementes para os agricultores.
"O que mais é pedido à nós pela governadora é para o Programa de Sementes, que precisa estar pronto para o início das chuvas, com segurança", explicou o secretário de Agricultura, da Pecuária e da Pesca, Guilherme Saldanha.
"Desde 15 dias atrás, nós realizamos a entrega das sementes em todo o RN e nessa virada agora para março, com o inverno se consolidando, o agricultor vai estar com a semente para no momento certo poder plantar com maior segurança e ter uma colheita farta".
Segundo a governadora do RN, Fátima Bezerra, foram mais de 705 mil toneladas entregues a agricultores.
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