Prefeitura da cidade diz que a menina morreu em decorrência da infecção provocada pelo novo coronavírus, diagnóstico refutado pela família
Da redação com AGORA RN
Um vídeo que começou a circular nas redes sociais nesta terça-feira (19) chamou a atenção por mostrar a indignação de uma família da cidade de Touros, município do litoral Norte potiguar, sobre as condições de tratamento e higiene oferecidas pela Prefeitura no sepultamento de uma menina de 9 anos, supostamente vítima do novo coronavírus. Ao abrir o caixão, a família descobriu que o corpo da criança não havia sido limpo antes de ser colocado na urna.
No vídeo, a mãe da criança alega que, segundo a Prefeitura de Touros, a menina morreu em decorrência da infecção provocada pela Covid-19, diagnóstico refutado pela própria família. Por causa da discordância, os parentes decidiram abrir o caixão antes de enterrar a criança, procedimento contraindicado pelo Ministério da Saúde em casos de suspeita da doença.
Também no vídeo, após a abertura do caixão, a menina aparece ensanguentada e envolta em um plástico. A mãe da garota comenta: “Eu sou a mãe dela. Isso aqui é um bicho que jogaram aqui dentro e ficou lá no hospital. O prefeito se responsabilizou por dar essa caixinha de pau aqui”, diz, indignada, referindo-se à urna fúnebre.
O pai da menina acrescenta: “Por isso que não queriam que abrisse o caixão”.
O Agora RN tentou ouvir os parentes da criança, mas até a publicação desta reportagem não houve retorno.
O secretário de Saúde de Touros, Higor Andrade, publicou um vídeo no Instagram na manhã desta quarta-feira (20) no qual ele diz que a garota foi internada no Hospital de Touros, onde foi realizado um teste para detecção de Covid-19. O resultado ainda será divulgado pelo Laboratório Central de Natal (Lacen).
Processo administrativo
Ainda de acordo com o secretário, a Prefeitura seguiu os protocolos do Ministério da Saúde relacionados a casos suspeitos de infecção por coronavírus. Segundo ele, um processo administrativo foi aberto para apurar os procedimentos sobre a limpeza do corpo da criança, que deveriam ter sido realizados pelo hospital e também por uma funerária, prestadora de serviços terceirizados da Prefeitura.
Polícia Civil
A Polícia Civil investiga a ocorrência. Segundo o delegado da cidade, Valério Kurten, a menina deu entrada no hospital de Touros na madrugada da terça-feira (19) com um quadro de insuficiência respiratória. Ele disse também que a criança tinha diabetes, fator desconhecido pela família até então, e que não deu tempo sequer de entubá-la.
Por causa da supeita de Covid‐19, o caixão foi lacrado e levado para o cemitério, onde a família fez a abertura da urna. O delegado disse que ainda vai ouvir a médica que atendeu a criança e que vai solicitar os exames feitos no hospital. O Ministério Público acompanha o caso.
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