terça-feira, 20 de julho de 2021

Recursos Públicos: Bolsonaro diz que vai vetar Fundo Eleitoral de R$ 5,7 bilhões

Da redação
Fonte: Tribuna do Norte


O presidente Jair Bolsonaro garantiu que deverá vetar o aumento no fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões aprovado, na quinta-feira (15), pelo Congresso na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2022. “Posso adiantar para você que não será sancionada”, disse o presidente em entrevista exclusiva para a Rádio Nacional da Amazônia, que teve trechos exibidos no programa A Voz do Brasil de ontem. “A tendência nossa é não sancionar isso daí em respeito aos trabalhadores, ao contribuinte brasileiro”, disse o presidente. Segundo o presidente, o dinheiro pode ser melhor empregado na construção de pontes e construção de malha rodoviária, por exemplo.

O presidente Jair Bolsonaro comentou que, mesmo com a pandemia o Brasil conseguiu encerrar o ano passado com mais empregos do que no ano anterior.

Jair Bolsonaro também falou sobre o auxílio emergencial que o governo vem pagando aos brasileiros em função da pandemia de covid-19. No ano passado foram pagas 5 parcelas de R$ 600 às famílias que comprovassem necessidade. “Nós gastamos em auxílio emergencial em 2020 o equivalente a mais dez anos de Bolsa Família”, disse. E comentou que o novo programa de transferência de renda que deverá substituir o Bolsa Família deve ter um incremento de mais de 50% no valor que é pago atualmente.

Vacinação
Jair Bolsonaro falou também sobre o andamento da vacinação no país. Disse que, excetuando os países produtores de imunizantes, o Brasil é o país que mais tem vacinado no mundo. Segundo ele, no Brasil já foram distribuídas mais de 150 milhões de doses de vacina e mais de 100 milhões de pessoas já tomaram a primeira dose. “Mais da metade das pessoas acima de 50 anos já estão vacinadas”, disse. Comentou também sobre o apoio do governo federal a estados e municípios no combate à pandemia. Segundo ele, foram cerca de R$ 700 bilhões repassados para o combate da covid-19 para abertura de leitos de UTI, compra de insumos.

“A Amazônia é uma região riquíssima.”, disse. Segundo o presidente, está a cargo do Ministério de Minas e Energia um projeto que permita às comunidades indígenas que vivem em terras demarcadas desenvolver atividades como garimpo, criação de pequenas centrais hidrelétricas e cultivo de plantações.

“Algumas comunidades indígenas estão vibrando com a possibilidade de aprovar esse projeto para dar dignidade a eles”.

Bolsonaro também falou sobre a distribuição de títulos da reforma agrária na região. “Em dois anos de governo nós distribuímos mais títulos do que nos últimos 20 anos”, disse.

O presidente disse que também trabalha para a eliminação de gargalos que impedem a exportação, a exemplo do asfaltamento da BR-163. “Eram uns 50 quilômetros apenas mas que levavam uns 10 dias de chuva para um caminhão carregado passar. O Tarcísio [de Freitas, ministro da Infraestrutura] asfaltou isso daí”.

O presidente também comentou sobre seu estado de saúde. Segundo ele, o quadro de obstrução intestinal foi agravado por uma crise de soluços, mas ele garante que o problema já foi resolvido. “Eu estou bem, 100%”. E concluiu: “Estou bem e vou cumprir essa missão até o último dia”.

Presidente admite derrota da PEC do Voto Impresso
O presidente Jair Bolsonaro voltou a lançar suspeitas contra o sistema eleitoral. Bolsonaro disse não acreditar que a proposta de voto impresso seja aprovada na Câmara e chegou a sugerir que, se o sistema eletrônico de votação não for substituído, pode abrir mão de concorrer à reeleição, em 2022.

"Eu entrego a faixa para qualquer um, se eu disputar a eleição. Se eu disputar, eu entrego a faixa para qualquer um, mas uma eleição limpa. Agora, participar de uma eleição com essa urna eletrônica... Alguns falam: 'Ah, o Bolsonaro foi reeleito tantas vezes com o voto eletrônico...'. Vê o pessoal de banco aí, do sistema bancário. Se usassem a mesma tecnologia dos anos 2000, 1990, não teria segurança nenhuma", disse.

Bolsonaro lançou ataques nas duas vezes em que interagiu com apoiadores, ontem. Há exatamente uma semana, ele havia se reunido com o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, e ouvido pedidos para que cessasse ataques ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Mas quem for contar o voto não pode ser aqueles que tiraram o Lula da cadeia. Conto com vocês. Vocês são importantíssimos", afirmou, no fim da tarde.
Na interação com os apoiadores nas imediações do Palácio da Alvorada, o presidente também já admitiu a derrota na Câmara da proposta que poderia obrigar a adoção de um sistema de voto impresso.

"Eu não acredito mais que passe mais, na Câmara, o voto impresso. A gente faz o possível. Vamos ver como fica", declarou.

Desde que os desgastes se aprofundaram e ele passou a atacar o sistema de votação que vigora desde os anos 1990 sem qualquer evidência de fraude, o presidente tem alimentado a narrativa de que apenas a impressão do voto tornará o processo seguro. Ele tem afirmado, sem dizer como, que as urnas eletrônicas permitem fraudes.

Na última sexta-feira, 16, vislumbrando uma derrota na comissão especial da Câmara que analisa o tema, governistas manobraram para adiar a análise e evitar a rejeição da proposta. O tema só deve voltar à discussão em 5 de agosto.

Ao retornar ao Alvorada, uma apoiadora perguntou se o presidente estava desanimado. Bolsonaro respondeu que, na verdade, está "sem paciência". As declarações do presidente, feitas na portaria do Palácio da Alvorada, foram divulgadas, com edições, por um canal no YouTube mantido por bolsonarista.

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