Por Alexandre Lozetti
Buenos Aires
Na noite em que o 10 da Argentina estava machucado, e o 10 do Brasil voltava à equipe, camisas 10 postiços honraram o número de Pelé e Maradona no empate de 1 a 1. Di Maria deitou e rolou no primeiro tempo em Buenos Aires. Da direita para o meio, da marcação à criação, fez de tudo, inclusive a jogada que clareou o gol de Lavezzi: um drible em Lucas Lima e um passe lindo para Higuaín cruzar. Mas Lucas Lima não se rendeu. O camisa 20, que faz a função do 10 clássico, estava no lugar certo para empatar, após cabeçada de Douglas Costa no travessão.
DEPOIS DA TEMPESTADE...
Após um adiantamento de 24 horas por conta da forte chuva que alagou o gramado do Monumental na quinta-feira, o empate é muito mais agradável à Seleção. O Brasil chega a quatro pontos nas eliminatórias e enfrentará o Peru em Salvador, na próxima terça-feira, mesmo dia em que a Argentina, com dois, visitará a Colômbia. Veja a tabela das eliminatórias.
CAPITÃO
A dúvida sobre o dono da faixa na seleção brasileira foi desfeita. Neymar voltou e retomou o posto de capitão da equipe, que foi de Miranda nos quatro jogos em que o atacante cumpriu suspensão por sua discussão com o árbitro chileno Enrique Osses, na Copa América. O craque do Barcelona só teve mais campo para atuar ao ganhar liberdade pelo setor ofensivo, quando Douglas Costa substituiu Ricardo Oliveira, no segundo tempo. Até então, pela esquerda, ocupou espaço muito restrito ao seu talento. Não foi uma noite inspirada.
SILÊNCIO
Antes da partida, um minuto de silêncio foi respeitado em homenagem às vítimas dos atentados terroristas ocorridos em Paris na última sexta-feira. Entre os titulares, David Luiz, Di Maria e Lavezzi atuam no PSG, principal equipe da capital francesa. Depois da homenagem, aplausos dos torcedores no Monumental.
POR UM PONTO
Ambição se demonstra em detalhes. Um jogador que cai e prolonga o tempo de recuperação, outro que demora a chegar ao local da cobrança de lateral... O Brasil não fez muita questão de esconder que ficaria feliz com o empate. No 0x0, teve imensa dificuldade em sair do campo de defesa, da pressão compacta argentina. No 1x1, retraiu-se novamente diante da tentativa de fortalecer seu meio, com Renato Augusto no lugar de Lucas Lima. Na verdade, a Seleção teve cerca de 10 minutos de bom futebol, e foi suficiente para empatar. Que fase dos hermanos...
POR UM TRIZ
A Argentina jogou melhor do que o Brasil, mas pesou o fato de ter seus craques Aguero e Tevez, além do gênio Messi, substituídos por jogadores ótimos, mas sem o mesmo talento. A bola decisiva poderia ter sido a de Banega, na trave, ou a que passou triscando a chuteira de Higuaín, ambas no segundo tempo. Mas, sem genialidade, os anfitriões não conseguiram materializar a superioridade. Di Maria (no primeiro tempo) e Banega (no segundo) foram os destaques. Num irregular Brasil, destaque para Daniel Alves.
INVICTO
Dunga continua sem perder da Argentina como técnico da seleção principal. No sexto jogo, conseguiu o segundo empate. Os outros quatro ele venceu. Vale lembrar que pela seleção olímpica, o técnico perdeu a semifinal das Olimpíadas de 2008, na China, por 3 a 0.
EXPULSO
Em dois minutos, David Luiz recebeu um cartão amarelo por atingir o rosto de Dybala com o braço, e o vermelho ao entrar com pé por cima da perna de Biglia. Expulso e suspenso para o jogo contra o Peru, na terça-feira. Gil entrará em seu lugar. Gabriel Paulista será o único zagueiro reserva.
ELIMINATÓRIAS DA COPA 2018 - AMÉRICA DO SUL
Fonte: Globoesporte.com
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