Rebelião na Penitenciária de Alcaçuz teve 26 mortes no fim de semana.
Da redação com G1 RN
O governo do Rio Grande do Norte não descarta novos confrontos entre as duas facções que estão na Penitenciária de Alcaçuz. No final de semana, 26 pessoas morreram durante uma rebelião no local.
"É possível confronto? É possível confronto porque temos 1.500 presos lá dentro e a polícia vem fazendo a separação desses presos", disse nesta terça-feira (17) Wallber Virgolino, secretário da Justiça e Cidadania (Sejuc) do Rio Grande do Norte. O complexo, no município de Nísia Floresta, na Grande Natal, tem capacidade para 620 presos.
A fragilidade se deve ao fato de não haver barreiras físicas que separem criminosos do Sindicato RN, que estão em três dos cinco pavilhões, daqueles do Primeiro Comando da Capital (PCC) - que ocupam um dos pavilhões.
O titular da Sejuc disse ainda que a recontagem dos presos deve ser feita "daqui pra sexta-feira", mas que o retorno dos detentos para dentro dos pavilhões "não é tão fácil porque o presídio está depredado e nós precisamos fazer melhorias".
Fugas
Pela primeira vez desde a rebelião do último fim de semana o governo admitiu a possibilidade de ter havido fugas durante o motim. De acordo com o secretário de Segurança Pública, Caio Bezerra, foragidos foram presos pela polícia. "Alguns foragidos de Alcaçuz nesses últimos dias foram recapturados pela polícia, o que confirma a possibilidade de fuga. A Sesed está à disposião do sistema penitenciário para apoiar a recontagem e só aí nós teremos dados oficiais de foragidos", disse.
Na manhã desta terça, presos voltaram a se rebelar. Com barricadas, os presos do Sindicato se posicionaram diante do pavilhão onde estão os detentos do PCC.
Havia um muro que isolava das demais áreas o pavilhão 5, derrubado durante a rebelião no final de semana. Desde então, policiais em guaritas tentam evitar o confronto entre as duas facções, por meio de munições não-letais, afirmou Virgolino. Entre elas estão balas de borracha.
O governo do Rio Grande do Norte pediu ajuda ao governo federal para retomar o controle do presídio. Virgolino disse nesta terça esperar fazer até sexta a recontagem dos presos no local, o que exige isolar os detentos nos seus respectivos pavilhões.
Pela manhã, o governo federal anunciou ter colocado à disposição as Forças Armadas para fazer inspeções dentro dos presídios.
Em Alcaçuz não há grades nas celas desde uma rebelião em 2015; os presos circulam livremente pela prisão - agentes penitenciários se limitam a ficar próximos à portaria.
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