Da redação com De Fato
Com informações do G1 RJ
O jovem Matheus Silva, de 23 anos, foi preso nesta terça-feira (18) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, suspeita de ser um dos “curadores” do jogo da Baleia Azul. A operação foi detonada para desmantelar a corrente que tenta induzir virtualmente seus participantes, a maioria adolescentes, ao suicídio por meio de desafios macabros.
Matheus Silva, segundo a Polícia Civil, confessou ser um dos “curadores”.
O Baleia Azul não existe oficialmente – não há um site ou algo parecido. É uma iniciativa de criminosos que usam as redes sociais para impor desafios macabros a crianças e adolescentes. Um grupo de organizadores, chamados "curadores", propõe uma sequência de missões que envolvem isolamento social, automutilação e suicídio.
Os agentes da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) estão cumprindo 24 mandados de busca e apreensão nos estados do Amazonas, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. O único mandado de prisão foi cumprido no Rio de Janeiro.
"Esse rapaz que foi preso, nós já tínhamos materialidade suficiente para pedir a prisão dele. Ele já confessou que era curador, que tinha influenciado 30 vítimas, mas temos nos autos cerca de 40 vítimas", disse a delegada-assistente Fernanda Fernandes, em entrevista coletiva.
Os mandados foram expedidos pelo juiz Alexandre Abrahão, da 1ª Vara Criminal, e o objetivo é identificar e prender supostos "curadores" do jogo, que chegou a causar ferimentos em vítimas no Rio e tem ligação suspeita com casos no Mato Grosso e na Paraíba. Algumas das vítimas, ao tentarem deixar o jogo, foram ameaçadas por essas pessoas.
Às 8h50, os policiais já haviam apreendido telefones celulares e computadores em todos os estados onde a ação foi realizada. Os agentes vão avaliar o material apreendido, que vai ajudar a identificar os outros curadores do Baleia Azul. São 24 equipes de agentes em 20 municípios de todo o país, com pelo menos 3 agentes em cada. Assim, há pelo menos 72 policiais envolvidos.
Investigações
Segundo os responsáveis pela investigação, o trabalho foi uma corrida contra o tempo para preservar a vida dos jovens envolvidos. "Algumas vítimas estavam muito marcadas quando nós as encontramos", explicou a delegada Daniela Terra. Todas foram encaminhadas para atendimento psicológico.
A delegada afirmou que os pais devem avaliar se as crianças têm maturidade para ter um perfil em rede social.
As rondas virtuais por redes e serviços disponibilizados pela internet ajudaram a Polícia Civil do Rio de Janeiro a identificar a migração do jogo, que acontecia em alguns países da Europa, para as cidades brasileiras.
Segundo a Safernet (associação que combate violação de direitos humanos na internet), o jogo surgiu de uma notícia falsa na Rússia que se espalhou a partir de 2015. Desde abril, a DRCI investiga várias pessoas que estariam relacionadas aos crimes envolvendo o Baleia Azul.
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