'Teve município onde, neste ano, choveu 1.200mm. Com isso, nossa expectativa é mais do que positiva”, afirma Guilherme Saldanha.
Da redação com AGORA RN
A produção agropecuária do Rio Grande do Norte na região do Litoral e em parte do Agreste deverá ser mais expressiva em 2017 do que nos últimos cinco anos. É o que prevê o secretário estadual da Agricultura e da Pesca, Guilherme Saldanha.
O titular da pasta esteve presente nesta terça-feira, 25, em evento no qual foram entregues pelo Governo do Estado novos equipamentos de apoio ao pequeno agricultor de municípios do interior, realizado na Escola de Governo, e falou com o Portal Agora RN/Agora Jornal sobre o panorama do setor para este ano e para 2018.
De acordo com o secretário, as chuvas que caem desde o início de junho têm favorecido uma alavancada no segmento. “Teve município onde, neste ano, choveu 1.200 milímetros. Com isso, nossa expectativa é mais do que positiva”, afirma o titular da pasta.
Segundo Saldanha, ainda não é possível determinar uma faixa de crescimento para o Litoral e para parte do Agreste, porque nessas regiões as chuvas tendem a se estender até o final do mês de agosto.
“Se isso acontecer, ficaremos pelo menos 20% acima do acumulado em anos anteriores e apenas 30% abaixo da média considerada ideal para o que o setor é capaz de produzir”, disse.
Em contrapartida, Guilherme Saldanha apresenta um panorama não tão promissor assim para as demais regiões. Segundo ele, na região do Vale do Açu, Seridó e Trairi, próximo de Santa Cruz e Campo Redondo, a falta de água continua, refletindo em pouca pastagem e queda na lavoura. “Infelizmente tivemos um ano com chuvas irregulares [nessas localidades]”, ponderou.
Nessas regiões, haverá frustração de safra. O secretário explica que esta frustração girará em torno de 40% a 50%. Na Região do Alto Oeste poderá ficar em torno dos 40%.
Já na Região do Alto Oeste, na chamada Tromba do Elefante, ele explica que a quadra chuvosa foi razoável. “A forragem e a pastagem vão dar para os animais passarem o ano. Além disso, teve lavoura, colheita de milho e feijão e o favorecimento do abastecimento de pequenos açudes”, comemorou.
Dentre os produtos que poderão ser destaque, ele cita a produção de abacaxi, mandioca, cana de açúcar e os bovinos como principais cadeiras agropecuárias beneficiadas.
O secretário Guilherme Saldanha falou ainda sobre as políticas do governo Michel Temer voltadas para o setor agrícola e pecuário. Segundo ele, o governo precisa elaborar políticas e planos que se adequem a realidade de cada região, de cada estado.
Para o auxiliar do governo estadual, o excesso de burocracia prejudica avanços no setor, principalmente do pequeno agricultor, que se vê às voltas com inúmeras regras, que nem sempre se adequam à realidade daquele trabalhador. “Me preocupa a agricultura familiar do pequeno agricultor do estado do RN que não consegue vencer essas barreiras”, criticou.
“O que a gente precisa enxergar é que nós temos no Rio Grande do Norte uma condição totalmente diferente da área empresarial do sul do país e seriam necessários adequá-las [as políticas] às realidades de cada região”, pontua.
INVESTIMENTOS
O governador Robinson Faria entregou, na terça-feira, 25, 56 veículos baú-frigoríficos, 125 balanças, 44 computadores e 56 impressoras para 56 municípios potiguares que serão atendidos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA-Compra Direta).
O evento foi realizado na Escola de Governo e contou com a presença do secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame. O investimento total para a aquisição de equipamentos foi de R$ 4 milhões, através da parceria entre MDS e Governo do RN. O PAA-Compra Direta é uma ação de Segurança Alimentar do MDS, que no Estado é executado pela Emater, em parceria com a Sethas e prefeituras.
O ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame destacou a importância do evento. “Vamos garantir ao produtor os instrumentos necessários para apoiar a logística e a comercialização de alimentos. Com o investimento, as unidades vão ganhar mais estrutura. As caminhonetes ajudarão na distribuição dos alimentos, o que contribuirá para a redução de perdas e desperdício”, afirmou.
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